No fim dos anos 1940, os irmãos Paulo (in memoriam), Érico (in memoriam) e Alois Kohler desembolsaram, cada um, 25 contos de réis, para formar sociedade e iniciar um negócio próprio: uma marcenaria.

Lá, eles fabricavam uma grande variedade de esquadrias e móveis, atendendo a demanda da região. Com o tempo, os irmãos perceberam a necessidade de conseguir madeira com mais facilidade e, em 1954, montaram uma pequena serraria.

Anos mais tarde, Paulo fez uma viagem a São Paulo e lá se interessou pelo mecanismo de uma tinturaria. Ao retornar para Guabiruba, fabricou uma espécie de barca de madeira e, nas horas vagas, entre os trabalhos da marcenaria, começou a fazer tingimentos. Assim, em 1970, entra em operação, oficialmente, a Kohler e Cia, uma das maiores empresas de Guabiruba.

Irmãos Kohler fundaram a empresa em 1949 | Foto: Divulgação

A empresa familiar hoje é comandada pela segunda geração: Sérgio Kohler atua como diretor comercial, Renato Kohler é o diretor industrial, Rubens Kohler e Jane Kohler são os diretores financeiros e César Kohler é diretor de manutenção. Todos seguem os ensinamentos dos sócios-fundadores e fazem questão de manter preservada a história da Kohler.

Até hoje, a serraria e a marcenaria continuam ativas. A serraria está localizada no bairro Pomerânia e fornece todo o cavaco – madeira picada – que é necessário para alimentar as caldeiras da tinturaria. Além disso, a serraria ainda produz tábuas de caixarias e madeiras em geral para terceiros. Já a marcenaria continua prestando serviços de esquadrias em geral e também móveis, sob encomenda. “Mantemos essas estruturas pelo valor histórico”, destaca Arisson Sérgio Kohler, neto de Érico, e que atua como supervisor comercial da empresa.

Constante modernização
Em 2011, a Kohler e Cia incorporou mais um segmento e, além de tinturaria, passou a ser também estamparia. A inclusão de mais uma atividade surgiu após a empresa perceber uma oportunidade de negócio na área.

Com a tinturaria e a estamparia, a empresa, que completa 69 anos em setembro, tem alcançado bons índices de crescimento e a tendência é crescer ainda mais. Hoje, são 485 colaboradores diretos na empresa que é, exclusivamente, uma prestadora de serviços.

“A estamparia fez a Kohler ter uma cara mais de moda, preocupada em trazer as principais tendências internacionais para os clientes”, ressalta Nicole Kohler, neta de Alois e responsável pelo setor de marketing.

Com o mercado da moda cada vez mais dinâmico, a empresa viu a necessidade de inovar mais uma vez e desde 2015 atua também com a estamparia digital, que proporciona mais agilidade aos clientes.

Aliado a isso, com a impressão digital, a empresa contribui para a sustentabilidade, já que a máquina consome menos energia e menos água do que a rotativa comum. O cuidado com o meio ambiente, inclusive, sempre foi uma característica dos fundadores: Paulo, Érico e Alois.

“Lá naquela época ninguém falava em sustentabilidade e para extrair a madeira para a serraria, eles não chegavam derrubando tudo, eles sempre se preocuparam em reflorestar. Estamos seguindo o exemplo deles para reduzir ao mínimos os impactos causados”, destaca Arisson.

Aposta em tecnologia
A Kohler e Cia tem uma produção mensal de mil toneladas na tinturaria, 400 toneladas na estamparia rotativa e 15 toneladas na estamparia digital. A expectativa, entretanto, é de triplicar o volume de produção na digital em breve, já que a empresa está investindo em uma área específica para a estamparia digital.

A nova máquina, importada da Itália, tem o dobro da capacidade de produção da atual e a intenção é tornar este um setor próprio, já que hoje a máquina digital compartilha alguns equipamentos com a tinturaria. “A estamparia digital é uma tecnologia que veio para ficar. Esta é a nossa aposta”, afirma Arisson.

O supervisor comercial ressalta que os ensinamentos dos fundadores são o norte da empresa, que busca sempre se planejar e trabalhar com os pés no chão. “Era o sonho deles (fundadores) ter uma empresa para que os filhos, os netos, pudessem trabalhar e tirar o seu sustento. No fim da vida eles conseguiram colher o que plantaram e estamos dando seguimento ao trabalho iniciado por eles”.