Lei estadual que beneficia nascidos em gestação múltipla não funciona
Enquanto isso, pais de múltiplos têm que aguardar e, como sempre, dar um jeito
Quando soube que estava grávida de gêmeos, Ivonete da Silva Laurentino, 36 anos, ficou contente. Mas no meio da ultrassonografia, a médica soltou um “peraí, tem mais um coração batendo, são três”. Ivonete então não acreditou que pudesse ser verdade.
Quando saiu do consultório médico e encontrou o marido, Alcides Laurentino Junior, 41 anos, ela não conseguiu contar que eram tri. Disse que eram gêmeos. Só que não adiantou muito, já que a médica saiu correndo com o resultado do ultrassom na mão e cumprimentou disse: “Parabéns papai, são trigêmeos”.
A gravidez foi planejada, para dar um irmão para o primeiro filho do casal: Carlos Eduardo, 10 anos. Só o que eles não poderiam imaginar é que viriam três irmãozinhos de uma vez. Com tamanha novidade, Ivonete perdeu algumas noites de sono, pensando em como sustentariam uma família com seis pessoas. Ainda na gestação, precisou parar de trabalhar como costureira e, agora, as despesas são todas por conta do marido.
O casal ficou mais tranquilo quando soube da lei estadual n° 15.390 de 21 de dezembro de 2010, que instituiu o benefício mensal para crianças nascidas em gestações múltiplas, com três ou mais bebês (leia Lei completa). E, quando Miguel, Gabriel e Rafael nasceram, há pouco mais de 40 dias, os pais encaminharam a documentação necessária à 16ª Secretaria de Desenvolvimento Regional – Brusque. E a resposta que obtiveram, é de que seria muito difícil receber o benefício.
**Confira na edição de segunda-feira, 2 de abril, qual a justificativa da Secretaria de Estado de Assistência Social para que a lei não funcione.