Linha do tempo mostra história de O Município nas últimas seis décadas

Confira a trajetória do jornal criado em 1954

Linha do tempo mostra história de O Município nas últimas seis décadas

Confira a trajetória do jornal criado em 1954

Nesta quarta-feira, 26, o jornal O Município comemora seu aniversário de 65 anos. Para celebrar a data, quatro matérias especiais foram produzidas para contar a história da fundação do periódico, relembrar a primeira matéria publicada, os investimentos realizados nos últimos anos, além de uma matéria dedicada para corrida que celebra a data, carinhosamente intitulada como Município de Ponte a Ponte.

A primeira publicação do jornal O Município foi veiculada em 26 de junho de 1954. O responsável por dar vida às quatro páginas que constituíam o jornal na época e que foram impressas em oficina própria foi o advogado Raul Schaefer. Ele e o comunicador Wilson Santos eram os responsáveis pela produção de matérias do jornal.

Na capa da primeira edição do jornal semanário, o leitor encontrava um artigo intitulado Apresentação, no qual Schaefer esclareceu a ideia para criação do veículo de comunicação.

Filho do industrial Otto Schaefer, Raul se formou em Direito no Paraná e, logo em seguida, abriu seu escritório de advocacia em Brusque. Em 1946 fundou a Rádio Araguaia, disputou e venceu o pleito a deputado estadual, casou e viveu em Florianópolis até 1951.

“Meu pai também esteve envolvido com os jornais ‘Correio Brusquense’ e ‘O Rebate’,
mas não era a mesma coisa que ter e impor suas próprias ideias e personalidade. Tinha
o sonho de ir além, sem precisar seguir diretrizes de um jornal que eram diferentes das suas. Ele teve a sorte de ter ao lado um amigo fiel, presente nas horas boas e ruins, um companheiro trabalhador que foi Wilson Santos. Assim surgiu ‘O Município’, que não foi o primeiro jornal de Brusque, mas, que recebeu bases tão sólidas e existe até hoje”, explicou a filha de Raul Schaefer, Ana Maria Schaefer Ferreira de Mello.

Wilson Erasmo Quintino dos Santos colaborou com o jornal O Município por 51 anos. Desde a primeira publicação, em 1954, até 2005, ele assinou seu nome no jornal, seja como gerente fundador, jornalista responsável, repórter ou colunista.

Nascido em 1927, em Rio do Sul, Santos era filho de professor e desde cedo mostrava interesse pelas palavras e pela comunicação. Ainda jovem, começou a atuar na Rádio Clube, em Blumenau, até que veio para Brusque em 1947, a convite de Raul Schaefer.

No período em que atuou como repórter ou que esteve à frente do jornal, Santos cobriu os principais acontecimentos da cidade, desde grandes enchentes até a visita de ex-presidentes da república, como a de Juscelino Kubitschek em 1955, ou de grandes artistas que vinham para Brusque.

Nova gestão

Em 29 de novembro de 1958, o expediente do jornal O Município informou que a gestão de Schaefer chegara ao fim. A partir daquele dia, Jaime Mendes assumiu a diretoria de O Município. Ele atuou no veículo de comunicação até 9 de outubro de 1986.

Antes de iniciar sua trajetória no periódico, Mendes trabalhou como coletor estadual em Mafra, Capinzal e Rio Negrinho, bem como fiscal da Fazenda em Caçador e Rio do Sul. Ele descobriu sua verdadeira vocação ao fundar e manter o “Jornal da Semana”, entre os anos de 1944 a 1952, em Rio do Sul. Depois disso veio para Brusque e passou a formar a equipe do jornal “O Município”, até assumir a gestão.

O envolvimento de Mendes com o jornalismo foi o que motivou seu neto, Koy Meirelles, a seguir a mesma profissão. Meirelles contou que durante o verão, enquanto estavam hospedados em Balneário Camboriú, o avô mantinha o jornal ‘O Sol’, mas fazia questão de dirigir todos os dias até Brusque para acompanhar a produção de O Município.

Mendes exerceu um importante papel na construção da rodovia Antônio Heil. “Meu avô
amava dirigir, principalmente na rodovia Antônio Heil, a qual lutou tanto pela construção”, detalha o neto.

Ele só parou de trabalhar nos dias que antecederam sua morte. Após seu falecimento, O Município passou quase um ano sem direção efetiva. Wilson Santos assumiu a direção editorial e a família Mendes colocou o jornal à venda.

Divididas em dez cotas, as indústrias têxteis Renaux, Buettner e Schlösser e seus respectivos diretores assumiram o veículo de comunicação e delegaram a Cyro Gevaerd a missão de administrar o semanário, em junho de 1987.

Em 1989 a área têxtil passou por uma crise e, aliada à crise financeira do jornal, já não havia mais interesse naquele negócio. Gevaerd foi responsável pelo jornal até o Grupo Buettner assumir. O Município, mais uma vez, foi colocado à venda e Herbert Pastor, juntamente com seu pai, Gotthard, e a própria Buettner, assumiram as demais cotas.

Sem ligações políticas
Com a mudança, Herbert assumiu a direção e passou a comandar o jornal. Ele decidiu adotar uma linha editorial mais independente, propondo uma redação sem ligações políticas.

Segundo ele, nessa época o jornal deixou de “fazer coluna social e só falar bem de todo mundo para colocar o pé na realidade brusquense. “Queria O Município independente, sem estar preso aos prefeitos ou partidos políticos e, ainda assim, sobreviver. Considero essa a fase mais difícil já enfrentada pelo O Município. Fiz o que pude e, sem isso, ele não existiria mais ou precisaria ser refundado”, explicou o empresário à reportagem.

“Todos os jornais de interior dependiam de poderosos para se manter em funcionamento.
O Município dependia do prefeito e das empresas e não podia fazer críticas construtivas porque tudo era levado para o lado pessoal. O Jaime Mendes era amigo de todos os
empresários e costumava agradar as empresas porque havia essa necessidade. A grande jogada eram as assinaturas coletivas nas fábricas e, se não agradasse determinado comentário, a empresa já ameaçava o corte. Isso não acontecia só em Brusque. Todos os jornais de interior eram assim”.

Em 17 de maio de 1993 o jornal foi vendido para o empresário Jorge Colzani. Ele relatou ao O Município, na matéria de comemoração aos 60 anos, que uma das maiores dificuldades da época era a produção de notícia. “Não tinha o que botar, faltava matéria e o jornalista contratado só chegaria em duas semanas. Falei para a Glória Zen que a gente precisava escrever alguma coisa e no final daquela edição precisamos rir sozinhos. Quando o repórter assumiu foi um alívio”, relembrou.

Durante sua gestão, Colzani deixava o editor livre para escrever, mas pedia apenas que evitasse muito confronto. “Ainda assim, ligações de descontentamento eram inevitáveis. De qualquer forma, eu só pagava a conta, não pautava nada. Quem escrevia eram os jornalistas”.

O veículo de comunicação começou a ser impresso em off-set em 28 de maio do mesmo ano em que Colzani assumiu a direção. A impressão foi terceirizada e as máquinas de escrever da época foram trocadas por microcomputadores. A primeira edição colorida do jornal circulou em 7 de março de 1997, no formato standard. Além disso, outra novidade foi a mudança no projeto gráfico, feito com base nos grandes jornais.

Colzani, empresário que também foi o fundador da marca de roupas Colcci, faleceu em setembro de 2018, aos 65 anos.

Atual gestão
Cláudio José Schlindwein, atual diretor do jornal, assumiu as atividades em 20 de março de 2000. Em 11 de março de 2002, o jornal passou a circular diariamente, de segunda a sexta-feira. Também foi trocado o nome do veículo para Município Dia a Dia e o formato standard passou a ser tabloide. Em 2005, o veículo decidiu investir em um site próprio (www.municipiodiaadia.com.br) que replicava os conteúdos do impresso no meio digital, de forma gratuita. No ano seguinte, em 2006, o site mudou e passou a disponibilizar o conteúdo na integra, também de forma gratuita. O jornal era disponível em formato flip, conhecido como modo folhear.

Em 2008, esse conteúdo foi disponibilizado apenas para assinantes, forma que permanece até os dias atuais. Em fevereiro de 2012 foi lançado um novo portal, intitulado como Município Mais (www.municipiomais.com.br). O objetivo do mais no nome era de reforçar a ampliação do conteúdo do impresso para o digital. Em 20 de maio de 2014 o site passou por uma mudança de layout. A mudança foi realiza com base na logomarca e cores predominantes na diagramação do impresso.

Em 14 de março de 2017 foi lançado o novo portal do jornal. Neste momento, o jornal troca novamente seu nome e retorna para O Município, alterando também o endereço do portal (www.omunicipio.com.br). Em outubro daquele ano o periódico decidiu expandir suas atividades e abriu O Município Blumenau, com atuação apenas online. Em 14 de março de 2019 o jornal amplia novamente sua atuação com circulação semanal de encarte impresso e portal na internet focados em São João Batista.

Linha do tempo

1954 – Raul Schaefer funda o jornal O Município e publicou sua primeira edição em 26 de junho de 1954. Na época o periódico era semanal.


1958 – Schaefer deixa de comandar o veículo de comunicação em 29 de novembro de 1958. Jaime Mendes assume em seu lugar.


1986 – Mendes atua como diretor de O Município até o dia de sua morte, em 9 de outubro de 1986. Enquanto estava à frente do jornal, lutou pela construção da rodovia Antônio Heil.


1987 – Após a morte de Mendes, Wilson Santos assume direção editorial e o veículo de comunicação ficou sem direção efetiva. A família Mendes decide vender o jornal em 10 cotas que foram adquiridas pelas indústrias têxteis centenárias. Cyro Gevaerd é designado para administrar o periódico.


1989 – Após uma crise financeira, a área têxtil perde interesse no negócio e colocou as demais quotas à venda que foram adquiridas por Herbert Pastor, juntamente com seu pai, Gotthard.


1993 – O jornal é adquirido pelo empresário Jorge Colzani. Naquele mesmo ano, o periódico passa a ser impresso em off-set.


2000 – Cláudio José Schlindwein assume a direção de O Município.


2002 – O veículo de comunicação altera sua circulação, antes semanal, para diária, de segunda a sexta-feira. Neste ano o jornal passa a ser chamado de Município Dia a Dia.


2005 – O veículo decidiu investir em um site próprio (www.municipiodiaadia.com.br). No próximo ano o conteúdo do impresso é disponibilizado na íntegra em formato flip, conhecido como modo folhear.

2012 –  Um novo portal é lançado, intitulado como Município Mais (www.municipiomais.com.br), em fevereiro de 2012.

2017 – O jornal decide voltar ao nome de origem. Neste ano também é lançado o novo site de O Município. Além disso, foram ampliadas as atividades do veículo de comunicação com a abertura do portal O Município Blumenau, em outubro de 2017.


2019 – Mais uma vez o jornal amplia sua atuação com o encarte semanal e portal focados em São João Batista.

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