Realizado há 38 anos, o espetáculo Paixão e Morte de um Homem Livre começou em forma de musical e só depois foi transformado em teatro.

A apresentação buscava apenas evangelizar e demonstrar aos fiéis os acontecimentos da época. No entanto, o crescimento contínuo levou o teatro para caminhos que não eram previstos. A peça, que começou sendo interpretada por pouco mais de 60 pessoas, hoje conta com mais de 400 atores e reúne mais de 8 mil pessoas nos dois dias de apresentação.

Confira abaixo a evolução do espetáculo ao longo destas quase quatro décadas:

1980 – Criação do movimento Missões para fomentar a igreja católica no sul. Neste ano foram criados sete grupos de jovens que queriam novas atividades em Guabiruba. Foi quando o então frei João Luiz criou o musical Paixão e Morte de um Homem Livre. Os papéis foram distribuídos entre os moradores do município.

1981 – Estreia do musical no Salão Cristo Rei. O espetáculo era apresentado de segunda a sexta-feira. O local era limitado para 120 a 150 pessoas e, por esse motivo, cada dia da apresentação era destinado para uma comunidade da paróquia.

Apresentação em 1982 – Foto: Arquivo AACSP

1984 – João Luiz foi morar em Taubaté, em São Paulo, para concluir os estudos e se tornar padre. Com isso, os próprios grupos de jovens decidiram tocar a edição do musical naquele ano.

1985 – Desde o lançamento do musical, este foi o primeiro ano sem uma edição. Como ninguém teve interesse em levar o trabalho adiante, o espetáculo ficou estagnado. O figurino e partes do cenário utilizado ficaram guardados no depósito do salão Cristo Rei. Neste mesmo ano, Nilton Angioletti procurou Marcelo Carminatti e informou que o material da peça estava se perdendo. Juntos eles decidiram que o espetáculo seria retomado no formato de teatro.

1986 – O teatro foi iniciado em 1986 com encenações dentro das celebrações pascais da igreja São Pedro. Aproximadamente 20 pessoas interpretavam os personagens. As apresentações começaram na Quinta-Feira Santa com a encenação da Santa Ceia e a prisão de Jesus. Na Sexta-Feira Santa era apresentado o julgamento por Pilatos, morte e o sepultamento. Na missa de domingo eles interpretavam a ressurreição. As cenas eram curtas e duravam em média 15 minutos. O intuito era tocar o coração do público com as rápidas encenações.

Foto: Arquivo AACSP

1988 – Nos dois anos anteriores a igreja havia lotado com o público que acompanhava as apresentações. Por esse motivo, em 1988 parte do espetáculo foi transferido para o salão São Pedro e no momento que Jesus saia carregando a cruz, os atores e o público caminhavam em direção a escadaria da igreja. Neste ano o nome Paixão e Morte de um Homem Livre voltou a intitular o teatro.

Foto: Arquivo AACSP

1991 – O grupo responsável pelo teatro decidiu criar a Associação Artística e Cultural São Pedro (AACSP) para angariar fundos para realizar o espetáculo.

Foto: Arquivo AACSP

1994 – O salão São Pedro não comportava mais o número de público. O grupo então resolveu encenar o teatro em forma de Via Sacra, utilizando caminhões como palcos. As cenas eram realizadas pela rua São Pedro até a escadaria da igreja onde era realizada a cena da morte de Jesus.

1995 – Não foi realizada apresentação do espetáculo.

1996 – O formato de Via Sacra reuniu tantas pessoas que não havia mais espaço para estacionar os veículos nas ruas.

Foto: Arquivo AACSP

1997 – A organização decidiu levar o teatro para o bairro Aymoré, no salão São Cristóvão. O grupo contava com 150 voluntários nesta época. O espetáculo foi realizado nos jardins e no pátio da igreja. Para aquela edição, foram construídos dois palcos e uma passarela ao meio. Marcelo Nascimento ficou encarregado por escrever o texto e decidiu que um dos personagens contaria a história do ponto de vista dele. O escolhido foi o apóstolo Mateus.

Foto: Arquivo AACSP

1999 – Com o crescimento do espetáculo, o novo formato de apresentação, número de voluntários, preparativos necessários e materiais utilizados, a AACSP percebeu que estava muito cansativo fazer o espetáculo todos os anos. Por esse motivo, a partir de 1999 foi decidido que as apresentações seriam realizadas de dois em dois anos, sempre em anos ímpares.

2011 – A associação conseguiu angariar recursos da Lei Rouanet para realização do espetáculo. A partir de então, a AACSP profissionalizou o teatro e trouxe uma realidade diferente para apresentação.

2015 – Com o crescimento contínuo, a direção da peça e da associação decidiram contratar um ator profissional para enriquecer o elenco. O primeiro a participar da peça foi Júlio Rocha que interpretou Herodes.

Foto: Arquivo AACSP

2017 – Francisco Cuoco deu vida ao sumo sacerdote Neftali, um dos incentivadores da morte de Jesus.

Foto: Jaison Pollheim

Serviço
A 22ª edição da peça Paixão e Morte de um Homem Livre estreia nesta Quinta-Feira Santa, 18, com reapresentação na Sexta-Feira Santa, 19. No primeiro dia o teatro começa às 21h e no segundo às 19h30. O espetáculo é encenado no pátio da igreja São Cristóvão, no bairro Aymoré, em Guabiruba. A entrada inteira custa R$ 10 e a meia R$ 5. No entanto, os ingressos para o dia 19 já estão esgotados

Pontos de venda em Guabiruba:
– Supermercado Rothermel (Guabiruba Sul)
– Mercado Bom Dia (Lageado Baixo)
– Mercado Baron (rua São Pedro)
– Supermercado Kohler
– Fundação Cultural
– Secretaria da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

Pontos de venda em Brusque:
– Secretaria da Paróquia São Luís Gonzaga
– Loja WJ (Centro)
– Supermercados Carol de Guabiruba, Brusque, Nova Trento, Blumenau, Gaspar