João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Lula, a condenação

João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Lula, a condenação

João José Leal

Havia uma grande expectativa quanto ao julgamento da primeira ação criminal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para os que acompanharam o processo, as provas produzidas mostravam que o agora condenado era, sim, o dono do apartamento triplex, construído com recursos desviados dos cofres públicos, conduta que configura crime de corrupção e de lavagem de dinheiro. Assim, já aguardavam a sentença condenatória contra Lula da Silva. Afinal, todos sabem que a república judiciária de Curitiba tem sido severa, imparcial, célere, justa e não brinca em serviço.

Só a gente que se diz de esquerda, conceito político há muito ultrapassado, essa militância portadora de grave cegueira ética, acredita na grande mentira mil vezes repetida pelo seu carismático líder, no palco das assembléias e comícios de uma disfarçada campanha eleitoral para a retomada do poder. Imaginam que o seu retorno à presidência da República, absolverá Lula da Silva dos crimes de corrupção que possa ter cometido.

Não surpreende a postura ética da esquerda brasileira. Historicamente, e em todos os lugares, tem sido assim. No poder, Stalin perseguiu opositores, determinou o internamento em campos de trabalho forçado nos tenebrosos “Gulags” e o assassinato de milhões de russos. Enquanto isso, a militância de carteirinha do Partido se corrompia na administração das empresas estatais, das fazendas coletivas e dos estabelecimentos estatais de comércio. Aqui, próximo, Hugo Chaves e, agora, Maduro implantaram um regime de perseguição política, mas de tolerância com a corrupção praticada por algumas classes empresariais e por partidários do Socialismo Bolivariano.

É verdade que a corrupção nunca teve cor ideológica. Em escala maior ou menor, tem sido uma prática comum em todos os tempos e em todos os lugares. Mas, também é verdade que a militância esquerdista sempre tolerou a prática criminosa da corrupção dos seus companheiros. Especialmente, quando se trata dos seus intocáveis e sagrados líderes.

No caso da condenação de Lula da Silva, não querem saber das provas produzidas no processo. Nenhum valor probatório tem um contrato assinado, nem a visita de Lula e sua mulher ao apartamento para acertar detalhes de móveis e utensílios, nem a palavra dos demais proprietários de que o triplex era de Lula e nem o depoimento do empresário, amigo de Lula, que confessa ter usado dinheiro desviado da Petrobrás para pagar as despesas do triplex.

Para os companheiros militantes, nada disso tem valor para provar a sua responsabilidade pela ação criminosa. Para seus fieis seguidores, vale apenas o catecismo petista, que considera Lula um perseguido das elites conservadoras. E, agora, um injustiçado da justiça criminal brasileira. Para essa encarnada militância, mesmo a mais evidente mentira vale como verdade se proclamada pelo seu grande e messiânico líder.

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