O tema de hoje é “baixaria”, a partir de notícias da semana passada. Começo pela novela “Babilônia”, da Rede Globo. Lançada com pompa para marcar época na emissora, a novela apostou na degradação moral como forma de atrair a audiência, o que, aliás, tem sido uma constante. Ocorre que, ao contrário do esperado, o Ibope despencou, o que está provocando uma reformulação completa no folhetim. Segundo o “Estadão”, uma personagem jovem, que iria entrar para o mundo da prostituição, agora seguirá um destino menos “ousado”. Num comentário à notícia, alguém reclamou do conservadorismo dos telespectadores, sugerindo que quem não gostasse simplesmente mudasse de canal. Ora, é exatamente isso que está acontecendo. Ao que sei, não houve protestos nem passeatas contra a baixaria. As pessoas, ao que parece, simplesmente estão se cansando disso, e usam a arma mais simples e poderosa: o controle remoto. Já não era sem tempo. A desculpa de que se trata de mostrar a realidade é esfarrapada. Esse tipo de programação não só mostra, mas principalmente divulga e influi no comportamento de quem assiste. A arte pode servir para divulgar bons valores, e é isso que devemos procurar. Há quem ainda se utilize da expressão “Estado laico”- totalmente fora de contexto – para defender a trama original da novela. Quem quiser, pode protestar contra a reformulação, mas deve se lembrar que a emissora não defende causa nenhuma além do seu faturamento, e isso depende da audiência. Portanto, nem é preciso xingar os programas ridículos. Basta mudar de canal.
Por fim, Lula, o “Sr. Mentira”, afirmou, em evento com correligionários, que está indignado com a corrupção no Brasil. Certamente ele aposta no número significativo de analfabetos funcionais e desinformados em geral, que, de repente, podem ter alguma simpatia pelo seu discurso, além dos que, por dependência do governo, fingem que acreditam. A novidade é que ele determinou uma nova interpretação para as manifestações contra seu partido e contra o governo Dilma. Agora ele afirma que as manifestações são legítimas, e que os companheiros devem aceitá-las e também dialogar com os descontentes, porque ele e seus companheiros também já se manifestaram inúmeras vezes contra outros governos. A segunda parte foi estrategicamente desenvolvida para tentar conferir alguma credibilidade à primeira. Claro que não consegue, mas espero que todos os discípulos tenham entendido essa parte óbvia do discurso do “amado mestre”. ‘
E de se notar que a plateia do ex-presidente é cada vez menor e escolhida a dedo. Ele não se arrisca a “filosofar”perante multidões ou para gente mais esclarecida.