Chegando quase ao final das férias, admito: estou exausta. Uma sensação de cansaço tomou conta de mim. Onde ficou aquela mãe entusiasmada, que planejou receitas caseiras, passeios em parques, brincadeiras de bonecas, jogos educativos? Não sei! Só sei que dos tantos planos, quando chegou a segunda semana de janeiro estava torcendo para voltar a trabalhar e ter a mente em ação com temas de adultos.

A bagunça, o barulho, a disputa de atenção, tudo me deixou irritada. Senti-me tão cansada, sem energias, que a vontade era de pedir demissão de ser mãe. Cheia de culpa cristã, lembrei que não poderia.  Por inúmeros motivos, não poderia. Mas o mais importante é que eles me ensinaram a ser uma pessoa melhor nos últimos anos. Então, como poderia deixar meus pupilos inspiradores se ainda tenho tanto a melhorar? Tem um certo grau de egoísmo, mas, acreditando que nada é por acaso nesta vida, entendo que ter dois filhos que me desafiam diariamente a ter paciência, me comunicar melhor, buscar aprendizado contínuo, e manter a disciplina com eles, só pode ser um sinal do quanto ainda preciso deles por perto.

Mas as férias me ajudaram a repensar a crença da mãe maravilha, pois mães precisam de tempo sem filhos. Tempo em silêncio. Tempo para um banho e creme no corpo pós-banho. Tempo com adultos falando de coisas de adultos. Tempo de casa arrumada e pé para cima do sofá assistindo um filme inspirador. Tempo para sentar no bar ou restaurante com o marido, namorado, ou amigos, sem precisar voltar para casa porque os filhos estão entediados pedindo para voltar para casa. Tempo só para si.

Então, o que fazer diante do esgotamento? Ter um pai presente ajuda muito. E um pai que pega seu filho pequeno e vai passear com ele para que a mãe possa ter momentos de paz, pode deixar a mãe ainda mais encantada por este pai. Aliás, queridos amigos, fiquem atentos: homem que não ajuda em casa é super brochante. Outra coisa que pode evitar um surto de mãe cansada é a avó convidar o neto para passar uns dias na casa dela. Afinal, um a menos em casa pode ajudar na questão gritos por disputas bobas, clássicas de irmãos. Dindas e dindos, tios e tias, classificados com cinco estrelas que ajudam as mães em horas de desespero também está valendo.

Felizmente, o surto foi evitado a tempo, estou cansada, mas não larguei tudo e fui para um templo indiano passar um mês em silêncio absoluto, como era minha vontade em alguns momentos, e todos sobrevivemos ainda com a saúde mental, digamos, estável.

Nem tudo sob controle, mas preparados para uma troca de escolinha para a mais nova, Enem e vestibular para o mais velho, novas aulas para a mamãe, e outros desafios que o ano nos convida a encarar. Como sempre digo, seguimos em frente!

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Clicia Helena Zimmermann – professora, consultora e especialista em mapeamento de ciclos