Uma das coisas que mais gosto de fazer quando viajo é ir a museus. Acho incrível quando vou e vejo as crianças no chão pintando e aprendendo sobre uma obra ou um pintor famoso. Minha vontade é de sentar no chão a aprender com eles. Lembro que uma vez vi uma avó ensinando sobre Monet no Museu D´Orsay – Paris – para sua neta.

A menina olhava atenta para as explicações da avó e anotava num caderno com algumas cores que ela já havia desenhado. Sinto falta de ir mais nesses lugares e aprender, observar, tentar compreender a imagem, buscar por pinceladas únicas que fazem a diferença daquele artista.

Ou muitas vezes tentar entender como eles retratavam uma cena da época. Gosto também daqueles que são tão perfeitos que aparentam ser mais reais do que uma fotografia. O brilho, o caimento do tecido, a luz refletida sobre a mesa, incrível.

Por isso que quando vejo que tem alguma exposição por perto tento ir. Pena que geralmente o mais perto é São Paulo, o que já não é tão perto assim. Há dois anos quando fui a Paris com minha mãe, estávamos no D´Orsay, eu lá encantada com Monet, minha mãe já não aguentava mais eu a carregando por museus e mais museus durante a viagem – já tínhamos ido no de Van Gohg uns uns dias antes em Amsterdã, e vários outros pela cidade luz.

Ali avistei uma fila interminável que levava a uma exposição. Na hora não dei bola, na verdade tentei ir ver o que era e minha mãe me deu aquele olhar fulminante pedindo socorro para irmos para outro lugar, porque ela estava cansada, então desisti. Quando alguns dias depois descobri que era uma exposição interativa de Van Gogh. Assisti um vídeo na internet e fiquei emocionada, juro, as imagens com a música me deixaram assim. Lembrei que era essa a exposição que estava no museu e eu não fui ver. Acontece né, fazer o que.

Alguns dias atrás, navegando pela internet, vi que uma exposição parecida com aquela estaria em São Paulo, mais perto que Paris né, então eu ia tentar ir. Aconteceu que teria que ir à cidade por outros motivos e consegui encaixar na data que estaria aberta. Maravilha, combinado já com o marido que iríamos antes de jantar, e não me importava o tamanho da fila, eu iria esperar dessa vez.

Chegando ao shopping Higienópolis avistei já o local, poucas pessoas na fila, fiquei feliz, até descobrir que era somente permitido entrar quem fez agendamento prévio no site – quando pesquisei não achei nada disso escrito.

Pensa né, fiquei desanimada, não acreditei, até que o moço da bilheteria me disse que tinha um agendamento sobrando! Vibrei de emoção, porém o Vitor não pôde entrar comigo.

Já imaginou andar entre as pinturas de Vincent Van Gogh? Ver as estrelas brilhantes, sentir os aromas das flores. Pois foi nessa exposição que eu pude entrar um pouquinho nas suas pinturas: paisagens de Van Gogh.

A primeira sala remetia à obra Campo de Trigo com Corvo, com áudios retirados do filme Van Gohg com amor – amei esse filme e recomendo. Essa tela vi em Amsterdã, no museu dedicado a ele, e ali pude ver em movimento, com os corvos voando e o vento balançando o campo de trigo.

O perfume chamava para a próxima sala: Labirinto Flor de Íris, da obra Irises. As cores fortes e vibrantes em tons de roxo e amarelo, com o aroma das flores, me fizeram sentir parte daquele buquê de lírios.

A Praça da Amendoeira remete a um de meus quadros favoritos de Van Gogh, a Amendoeira em Flor. Adoro o tom de azul ao fundo da tela que contrasta com a amendoeira florescendo docemente. Com bancos embaixo da mesma podia-se ficar ali escutando as cartas trocadas entre os irmãos, Vincent e Theo.

Quando a realidade virtual nos transporta para dentro do bar em que o artista frequentava no final de sua vida. Seu quarto, que é uma das pinturas mais famosas – esse me lembro de pintar no colégio – ficava em cima desse bar. A sala tem cadeiras para ficamos sentados quando utilizamos os óculos, e suas paredes são a pintura Noite estrelada sobre o Rhone. Com os óculos podemos ver o bar em 360 graus, com um pianista, mesa de bilhar, e Vincent ao fundo. Achei muito legal, parecia muito real.

A próxima sala, uma grande tela em 360 graus onde diversas pinturas de diversas fases do artista são retratadas, como o seu Autorretrato, Girassóis, Sinfonia da Noite Estrelada entre outros.

E para fechar com chave de ouro o Bosque de Espelhos, que remete a várias obras de bosques pintados pelo artista. O bosque se multiplica pelo efeito de espelhos. Pequena – com 250 m² – e rápida a visita, mas deu para sentir o gostinho da outra que não fui e ficar feliz de ter ido nesta.

A próxima que estou namorando para ir, que será também em São Paulo, é sobre Leonardo da Vinci. Falei aqui que já fui em duas exposições dele, uma na França e outra na Itália, mas essa ainda será diferente, e quero muito ver.

A exposição, que hoje está no Canadá, marca os 500 anos da morte de Da Vinci, será exibida em um novo espaço do MIS – Museu de Imagem e do Som – com um espaço de 2 mil m² e 150 aparelhos de projeção para dar a sensação de estar dentro de suas obras, manuscritos, esboços anatômicos e muito mais. Serão 45 minutos de visitação.

Se você acha que ele somente é famoso pela Monalisa e a Última ceia, deve ir a essa exposição e saber que ele fez muito, muito mais, como o paraquedas, protótipos voadores, tanque de guerra, catapulta, roupa de mergulho, metralhadora, ponte giratória, explorou e desenhou várias partes do corpo humano, entre tantos outros. Dá para acreditar?

Ainda não há data certa, só que será em outubro, então estou no aguardo para comprar minha passagem, e claro que vou aproveitar e fazer um passeio ali por perto, e claro que depois conto tudo aqui para vocês!

Frase: Para mim parece que frequentemente a noite é muito mais viva e ricamente colorida do que o dia
Vincent van Gogh