Unifebe/Divulgação

Seis anos após o início do curso de Medicina do Centro Universitário de Brusque (Unifebe), os resultados já podem ser observados na rede de saúde da cidade e da região. A presença dos acadêmicos e egressos no sistema público e privado tem ajudado a suprir a demanda por profissionais e a consolidar novas práticas de atenção à comunidade.

O coordenador do curso, médico neurocirurgião Osvaldo Quirino de Souza, explica que a abertura de novas graduações de Medicina no país teve como objetivo principal atender às demandas regionais por médicos generalistas, emergencistas e de família e comunidade.

“A ideia é manter o médico recém-formado no local onde realizou sua formação, atendendo às necessidades locais. Um estudante que vem de outro estado, por exemplo, muitas vezes termina o curso e decide permanecer na região, o que ajuda a reduzir a falta de profissionais em diversas áreas da saúde”, afirma.

Segundo ele, o monitoramento dos egressos realizado pela instituição mostra que a maioria dos formados nas duas primeiras turmas pela Unifebe permanece atuando em Brusque e nas cidades próximas. De acordo com os dados, dos 38 formados na primeira turma, 23 já estão atuando na área, o que corresponde a 60% dos recém-formados. Destes, 22 estão atuando em Santa Catarina e um no Rio Grande do Sul.

“Grande parte trabalha em Unidades Básicas de Saúde de Brusque e Guabiruba, e muitos seguem em residência no Hospital Azambuja. A segunda turma também está se instalando na região, o que amplia o acesso da população a médicos em diferentes especialidades”, observa.

O médico, que foi secretário de Saúde de Brusque entre 2021 e 2023, lembra que o curso nasceu de uma articulação conjunta entre universidade, poder público e instituições de saúde.

“Participei do processo desde a implantação e percebo o quanto foi um trabalho coletivo. A Unifebe, o Executivo e o Legislativo municipais, além do Hospital Azambuja, colaboraram para que o curso se estruturasse com base nas necessidades reais da cidade e da região”, diz.

60% dos formados na primeira turma estão atuando na área. Foto: Unifebe/Divulgação

Impactos na formação e no sistema de saúde

Para a reitora da Unifebe, Rosemari Glatz, o reflexo do curso na rede pública já é bastante visível. “Os estudantes participam de atendimentos pelo SUS desde o início da graduação, o que amplia o número de profissionais em atividade e contribui para o funcionamento das unidades de saúde. Como Brusque está próxima de outros municípios, esse efeito se estende a todo o entorno”, explica.

Atualmente, quase 700 alunos participam de atividades práticas em hospitais, ambulatórios e UBS, o que cria uma relação próxima entre o curso e a comunidade.

“O acadêmico vivencia a rotina da saúde local, conhece os desafios e se prepara de forma mais completa. Essa convivência é importante para a formação e também para o serviço prestado à população”, acrescenta.

A reitora cita ainda a área da pediatria como um exemplo de campo que vem atraindo o interesse dos estudantes, alinhando a formação às carências locais.

“Há uma demanda crescente por pediatras na região, e temos percebido o envolvimento de vários acadêmicos e egressos com essa especialidade. É um movimento que tende a gerar resultados positivos nos próximos anos”, comenta.

Relação com a comunidade

Rosemari destaca que o curso também têm aproximado ainda mais a instituição da população. “Hoje, a comunidade reconhece mais o papel da instituição e se identifica com os estudantes, que serão os futuros profissionais de saúde da cidade. Essa convivência cria laços e facilita o trabalho nas unidades, já que o aluno está inserido na realidade local”, avalia.

A reitora ressalta ainda que o reflexo da formação médica também se manifesta no desenvolvimento urbano e social.

“O bairro Santa Terezinha, onde fica o campus, cresceu muito nos últimos seis anos. O curso impulsionou construções, serviços e movimentou a economia. Mas, acima de tudo, trouxe um sentimento de pertencimento: a comunidade vê o aluno como alguém que em breve estará cuidando dela”, comenta.

De acordo com ela, essa relação próxima entre os estudantes e a comunidade fortalece ainda mais o aprendizado.

“Ao longo do curso, o aluno já conhece os desafios reais da saúde local, doenças emergentes, limitações de estrutura, diferenças no funcionamento do SUS, e aprende a lidar com isso de forma crítica e humana. É uma troca muito rica: a comunidade reconhece o papel da instituição, e o estudante sai mais preparado e consciente de sua responsabilidade social”.

Perspectivas

Com duas turmas já formadas e novas residências médicas em implantação, o curso segue ampliando sua atuação.

“O maior desafio agora é manter a qualidade e incentivar que parte desses profissionais leve a experiência adquirida aqui para outras regiões do país, ajudando a transformar a saúde no Brasil inteiro, tenho certeza que quando isso começar a acontecer, será um grande orgulho não só para a Unifebe, mas para toda a região de Brusque”, afirma a reitora.

Para o coordenador, o principal resultado até aqui é a integração entre formação médica e realidade regional. “A cidade e o curso cresceram juntos. A experiência mostra que é possível desenvolver ensino, serviço e comunidade de forma articulada e contínua”.

Unifebe/Divulgação

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