Mais de 2,5 mil documentos da época da Colônia Brusque são digitalizados
Acervo histórico já está disponível na pela Casa de Brusque em formato digital
Acervo histórico já está disponível na pela Casa de Brusque em formato digital
A partir desta semana, mais de 2,5 mil documentos históricos da Colônia que deu origem a Brusque estão disponíveis, em formato digital, para consulta na Casa de Brusque. A digitalização dos documentos foi financiada por meio do prêmio Elizabete Anderle de 2014, o Prêmio Catarinense de Museus.
A digitalização do acervo, que começou em setembro de 2015, está sendo finalizada nesta semana pela equipe da Casa de Brusque. São documentos históricos datados entre 1860 – 1881. Esses arquivos retratam a época da chegada dos primeiros imigrantes à área onde hoje está nossa cidade, até o ano da emancipação política.
“Podemos dizer que é uma certidão de nascimento da cidade”, avalia a historiadora Luciana Paza Tomasi, que faz parte da equipe que trabalhou neste projeto.
Os documentos contam em detalhes a chegada desses imigrantes, no local onde hoje fica a praça Vicente Só, no Centro 2. Os primeiros relatos são do Barão de Schneeburg, que anotava praticamente tudo o que acontecia na Colônia.
A previsão inicial era de que fossem digitalizados 1806 documentos. No fim do trabalho, foram identificados 2556. “Eram relatados nascimentos, mortes, o dia a dia da colônia”, explica a historiadora.
Para melhor atendimento, a Casa de Brusque recomenda que as consultas ao acervo digital sejam realizadas, preferencialmente, com agendamento antecipado, isso porque há número reduzido de funcionários na Casa.
Materiais da época da Colônia
Entre os material digitalizado, alguns papeis chamam a atenção. Um deles traz a lista com o nome dos primeiros imigrantes, os quais são buscados por muitas pessoas, a pretexto de obtenção de cidadania europeia.
Nessa lista constam os nomes completos, de onde vieram, qual a idade e profissão dos primeiros imigrantes, entre outros dados. Para digitalizar os documentos, a Casa de Brusque adquiriu um computador e um scanner A3. Ao todo, equipamentos e mão de obra deram ao projeto o custo total de R$ 18 mil.
O acervo foi digitalizado e salvo no computador nos formatos PDF, JPEG e TIFF, para diferentes utilizações. A resolução das imagens é de 600 dpi, para facilitar eventuais ampliações.
A historiadora Luciana afirma que há a intenção de disponibilizar os arquivos online, para facilitar o acesso, mas por enquanto isso ainda não está previsto, então as consultas só podem ser realizadas diretamente na Casa de Brusque.
Envolveram-se no trabalho, além de Luciana, também o historiador Aldonei da Silva Lopes, a museóloga Marcela Borel e a colaboradora Roselene da Luz Souza.
“A digitalização é importante para que a comunidade tenha acesso a uma pesquisa mais rápida, e também sem comprometer o documento físico, que se manusear muito se deteriora”, afirma a historiadora.
Digitalização requer mais recursos
Atualmente, a entidade se mantém apenas com uma ajuda de custo, por meio de convênio com a prefeitura, o que segundo a direção é insuficiente, servindo apenas para manter “precariamente” as atividades.
A Casa de Brusque reforça, com isso, que necessita de mais mão de obra para tocar projetos como esse, os quais só são financiados por meio de participação em editais. Atualmente, conforme a instituição, há 3 mil fotos disponíveis em seu site, em baixa resolução, que podem ser solicitadas por e-mail em boa resolução.
Há ainda um projeto financiado por edital da Fiesc para que mais 1,5 mil fotografias sejam digitalizadas e disponibilizadas online.
Seminário de apresentação
O trabalho desenvolvido pela Casa de Brusque, por meio do projeto Digitalizar para Preservar, será apresentado amanhã, das 19h às 20h, em um seminário que será realizado no auditório do Centro Universitário de Brusque (Unifebe).