Mandato de Bóca Cunha é o mais curto da história de Brusque

Prefeitos governaram por menos de um ano somente entre as décadas de 30 e 40

Mandato de Bóca Cunha é o mais curto da história de Brusque

Prefeitos governaram por menos de um ano somente entre as décadas de 30 e 40

Caso consiga cumpri-lo, tendo em vista a batalha de ações judiciais, o mandato do prefeito José Luiz Cunha, o Bóca, será o mais curto da história de Brusque, entre os que ocuparam o cargo. Só no tempo em que não havia democracia para escolha dos mandatários é que os governos eram tão curtos.

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Na história do município, dois prefeitos tiveram mandatos com menos de um ano. O primeiro foi Victor Ademar Gevaerd, que governou o município entre 23 de abril de 1935 e 6 de abril de 1936, pouco mais de 11 meses.

Ele foi um dos mandatários nomeados durante a Era Vargas. Naquela época, eles podiam ser nomeados e destituídos por indicação do governo federal, a qualquer momento.

“A condição deles era análoga a de um secretário municipal, de um secretário de estado”, explica o historiador Paulo Kons.

Depois de Gevaerd, governou o município Adolpho Walendowsky, que iniciou sua gestão em abril de 1936. No entanto, ele permaneceu no cargo por apenas nove meses.

Em janeiro de 1937, Walendowsky foi derrubado pelo chamado Estado Novo, que marcou o período em que a ditadura se instaurou no país. Arthur Germano Risch foi nomeado prefeito, cargo no qual permaneceu por três anos.

Sob o pretexto da existência de um plano comunista para a tomada do poder, Getúlio Vargas fechou o Congresso Nacional e impôs ao país uma nova Constituição, que ficaria conhecida como “Polaca” por ter sido inspirada na Constituição da Polônia, de tendência fascista.

“Com a decretação do Estado Novo houve um regime ditatorial que permaneceu até 1945. E assim sucessivamente houve mudanças nos prefeitos por meio de nomeações, assim como no estado, para o qual eram nomeados interventores”, afirma o historiador.

Governo interino

Mário Olinger também governou a cidade por um período curto, antes de ser eleito em 1951. Foi entre abril de 1947 e janeiro de 1948.

Nessa época não existia a figura do vice-prefeito, então ele foi nomeado em substituição a Paulo Bianchini, que hoje dá nome à praça da Cidadania, o qual havia sido eleito no mesmo ano, mas só exerceu o mandato oito meses depois, até 1951.

O tempo que Olinger permaneceu governando a cidade, então, foi de um mandato considerado interino, já que foi designado apenas o substituto eventual do prefeito eleito.

Superintendentes municipais

Antes de 1930, segundo Kons, não havia ainda a figura do prefeito, denominação que foi criada em 1928, com a reforma da Constituição estadual.

À época, quem governava o município era denominado superintendente, que o fazia sob a supervisão de um conselho, o equivalente ao que hoje é a Câmara de Vereadores.

Nesses governos de superintendentes, os eleitos costumavam passar o cargo a outros com frequência, e, conforme o historiador, até cinco pessoas já chegaram a ocupar o cargo no mesmo ano.
20160616-8

 

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