Matheus Rheine faz balanço das Paralimpíadas e projeta Mundial de 2022

Brusquense aprova tempos obtidos em Tóquio: "dá confiança enorme para o futuro, uma perspectiva de que é só progresso"

Matheus Rheine faz balanço das Paralimpíadas e projeta Mundial de 2022

Brusquense aprova tempos obtidos em Tóquio: "dá confiança enorme para o futuro, uma perspectiva de que é só progresso"

Ainda se readaptando ao fuso horário brasileiro, o nadador Matheus Rheine passa as férias com a família em Brusque, depois de ter participado das Paralimpíadas pela terceira vez na carreira. Aos 29 anos, o competidor da classe S11 (para atletas cegos) melhorou seus desempenhos, mas não obteve sua segunda medalha olímpica. Logo, voltará aos treinos e às competições projetando o Mundial de 2022, que será realizado na Ilha da Madeira, em Portugal.

Quanto às Paralimpíadas de Tóquio, Rheine aprova a experiência, na qual pôde se aproximar de outros competidores de elite ao redor do mundo e ganhar confiança para a sequência da carreira com novas marcas importantes. A O Município, ele avalia seus desempenhos e conta um pouco dos bastidores de suas principais provas: os 400 e os 50 metros livre.

O brusquense também disputou as eliminatórias dos 100 metros borboleta. “Diminuí um segundo do tempo, mas não havia nenhuma perspectiva. A final seria um sonho, mas ficou muito distante. O que aconteceu foi que durante os 50 metros finais, minha posição de nado não estava muito boa. Mas me diverti pela oportunidade. Vou sempre nadar o máximo de provas que puder.

Rheine fez os treinos iniciais na cidade de Hamamatsu | Foto: Arquivo pessoal/Divulgação

Quinto lugar

Na eliminatória dos 400 metros livre, Matheus Rheine começou a sentir muitas dores no segundo quarto da prova. “O objetivo era me classificar entre os oito. Mas na parte da manhã, nos segundos 100 metros eu senti demais, doeu muito. Eu sabia que conseguiria nadar abaixo de cinco minutos.”

Ele destaca a evolução dos tempos na classe S11. Em Londres 2012, se classificou com o sexto tempo em 4min57, enquanto que em Tóquio 2020 era praticamente impossível brigar por algo mais com 4min50. “Todos estavam nesta pegada de melhorar seus tempos, todos deram um jeito de treinar bem na pandemia.”

Após a avaliação da eliminatória junto dos técnicos Matheus Diegoli e Marcelo Sugimori, o Hiro, com o suporte do relatório biomecânico de desempenho, Rheine pôde corrigir os erros para a final e diminuir o número de braçadas.

“A forma de nadar acho que foi a melhor da vida, com menos braçadas do que no Rio em 2016. O tempo não foi o mesmo, mas a parte técnica estava muito boa. Doeu muito menos. Nadar bem dói menos que nadar mal, porque ao nadar mal, se faz uma força burra. Fiz 50 braçadas a menos na prova inteira.”

O desempenho de 4min44s64 da confiança a Rheine para a sequência da carreira. A marca não era alcançada com frequência há algum tempo, desde que precisou passar por cirurgias por conta de lesões nos ombros, após as Paralimpíadas do Rio.

No Rio 2016, Rheine conquistou a medalha de bronze na mesma prova, com 4min41s05. Também foi prata nos Mundiais de Montreal (Canadá) e Glasgow (Escócia) em 2013 e 2015, respectivamente. Nos Jogos Parapan-Americanos de Lima, em 2019, o brusquense faturou o ouro.

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Os 50 metros livre

Em 26 de agosto, Rheine foi o sexto colocado nos 50 metros livre, finalizando a prova com 27s26. Foi um dos melhores tempos de sua carreira em competições como Paralimpíadas e Mundial de Natação, nove centésimos de segundo acima do que havia obtido na eliminatória (27s17).

“Eu sabia que era uma prova para a qual eu não tinha treinado absolutamente nada. Não estava com aquela ansiedade, só queria nadar legal, porque todo mundo gosta de nadar os 50. É uma prova muito clássica, muito gostosa. Eu curto demais, apesar de nadar apenas para os 400, é uma prova que sempre me interessou. Era só alegria naquele dia”, comenta.

Os desempenhos recentes nos treinos e nas Paralimpíadas têm motivado o brusquense a se dedicar mais para os 50 metros livre. “No Rio, em 2016, não cheguei a entrar na final. Com 27s17 dá vontade de investir um pouquinho mais nos treinos. Sei que todo mundo muito treina muito pra ela. Às vezes o melhor classificado tem alguma batida de raia, qualquer detalhe já se pode perder.”

Sem pressão pelo resultado, a expectativa por um bom desempenho era grande, inclusive em poder voltar a compartilhar um pódio com o amigo Wendel Belarmino Pereira, mas os 27s17 da eliminatória não foram superados. “Achei até que teria sido melhor do que de manhã, me senti eficiente, mas acabei piorando uns 10 centésimos, e ainda assim é um tempo que me deixa feliz. A gente sempre quer buscar melhorar os tempos, e a medalha é consequência disso.”

“Saí de lá com a sensação de que eu estou começando. De que estes 13 anos competindo são  o início de tanta coisa que se tem para fazer. Só peguei férias agora porque é necessário, mas minha vontade era voltar a treinar logo”, completa.

Disputando os 50 metros livre, Matheus Rheine tem no currículo duas pratas e um ouro: nos Jogos Parapan-Americanos de 2011 e 2019, em Guadalajara e Lima, respectivamente, conquistou o segundo lugar. No Parapan de Toronto, em 2015, o brusquense foi campeão obtendo novo recorde parapan-americano (27s32), que durou até 2019.


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