MCs brusquenses buscam oportunidades para fomentar o funk na cidade

Com produções próprias, cantores usam as redes sociais para divulgar seu trabalho

MCs brusquenses buscam oportunidades para fomentar o funk na cidade

Com produções próprias, cantores usam as redes sociais para divulgar seu trabalho

Não é novidade que o funk brasileiro se tornou um dos principais ritmos nacionais nos últimos anos, e possui uma variedade de subgêneros, como o funk ostentação, funk consciente e outros.

Brusque não fica de fora dessa nova cultura que se forma no país: alguns MCs começam sua carreira na cidade e buscam oportunidades de se lançar e fazer apresentações na região, com a esperança de crescer cada vez mais.

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As produções locais costumam ser mais caseiras, feitas pelos próprios cantores. Eles são jovens, adolescentes ou com pouco mais de 18 anos, escrevem as próprias músicas e publicam seus vídeos nas redes sociais. Alguns deles são o MC Dúuh, MC Tel e MC Orelha SC, funkeiros de Brusque que estão iniciando seus passos nesse meio.

Em busca de oportunidades
Natural de Cornélio Procópio (PR), Eduardo Nicolau, de nome artístico Mc Dúuh, conta que, quando era mais novo, tinha mais afinidade com o rap. “Com o passar do tempo conheci o funk e decidi que era isso que eu queria cantar. Comecei a escrever músicas, mas não tinha muitas oportunidades na minha cidade, aí, fui meio que desistindo desse sonho.” Porém, as coisas mudaram quando a família dele decidiu mudar-se para Brusque.

Ao chegar no município, ele fez amigos que indicaram locais onde ele poderia se apresentar. “Fiz o contato com o gerente de um lugar e consegui uma chance. Pensei que na hora ia travar, ficar com vergonha. Mas foi bem tranquilo, a galera gostou muito e foi assim que consegui um patrocínio para gravar minha primeira música, ‘Vem com a gente’.”

Mc Dúuh pretende renovar repertório e busca novas parcerias | Arquivo Pessoal

Ele, que tem mais três músicas gravadas – “Iludindo coração”, “Bumbum dela explode” e a mais recente, “Uma carta para o céu”, que fez em homenagem à avó que faleceu -, já se apresentou nos antigos Planeta Funk (hoje Luck), Funk Brasil e também em programas da TV Brusque e eventos sociais. Fora da cidade, fez apresentações em Itajaí, Blumenau, Navegantes, e em Curitiba, no Paraná.

“Nesse ano dei uma parada, por causa da correria do dia a dia, do trabalho. Mas estou retornando com algumas músicas novas”, diz o MC, que busca novas parcerias e patrocínios para renovar a agenda e o repertório de show. “Creio que as oportunidades surgem, mas só aqueles que arriscam, que lutam, que acreditam em si e em seus sonhos é que alcançam os seus objetivos e podem conhecer o sabor da sua grande vitória.”

Produção própria
Matheus Vinícius Baumgarte, o MC Tel, lançou recentemente o videoclipe da música “Meu suor”, primeira produção do jovem cantor. Ele, que tem apenas 15 anos, se dedica ao funk há pouco tempo: começou escrevendo poesias na escola e, então, decidiu transformar os poemas em música.

“Sempre gostei de escrever. Um dia eu estava na escola e escrevi minha primeira estrofe. Aí que eu vi que tinha talento pra coisa”, conta. Suas principais influências musicais são MC Guimê, conhecido pelas músicas “Plaquê de 100” e o hit da Copa do Mundo de 2014, “País do Futebol”; MC Menor da RM, que canta músicas da vertente funk consciente, como “Destino” e “Capital das Notas”, e o cantor sertanejo Luan Santana.

MC Tel realizou a produção de seu primeiro videoclipe | Arquivo Pessoal

No início, Tel se sentia envergonhado ao cantar sertanejo, com medo de que as pessoas não gostassem. Isso também o incentivou a seguir na batida do funk, que considera mais fácil para cantar, além de ter mais facilidade para escrever músicas do gênero. Já possui mais de 20 músicas escritas, mas a única produção até o momento é “Meu Suor”, que ganhou também um videoclipe, produzido pelo próprio Tel.

A música está em todas as plataformas digitais e o rapaz busca novas parcerias, tanto com outros MCs brusquenses quanto com estúdios e gravadoras. “Em Brusque até tem bastante MC, mas não muito conhecidos. Aqui é difícil ter oportunidades, já que não tem produtoras que trabalhem com funk”, comenta.

Até hoje, Tel fez algumas apresentações na Escola de Ensino Fundamental Alberto Pretti, na Limeira, onde estudava. Ele estava cursando o sétimo ano quando começou a escrever e cantar funk.

Em relação às melodias, ele também é quem cria: são vários testes para encontrar uma batida que encaixe com a letra. Tel conta que gostaria de produzir outras músicas em estúdio e que quer, no ano que vem, realizar um videoclipe com uma produtora de São Paulo especializada em vídeos de funk e responsável pelos clipes de funkeiros já conhecidos.

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Funk nas redes
Embora tenha começado a divulgar seu trabalho apenas neste ano, Lucas Dias Caetano, o MC Orelha SC, é envolvido com o funk desde criança. Aos 19 anos, deve lançar sua primeira música, “Quadrilha especializada”, com a publicação de um vídeo no YouTube.

Nascido em Criciúma, no Sul do estado, Lucas mora há dois anos em Brusque, e diz não ter encontrado estúdios que topassem gravar funk no município. Por isso, procura uma parceria em alguma outra cidade. “Estou procurando uma produtora nova em parceria com Mc Dúuh, ainda não sabemos onde será”, diz.

Influenciado principalmente pelos MCs Magal, Andrezinho Shock, Daleste e Tikão, Lucas começou a se envolver com música postando vídeos nas redes sociais. Os vídeos são de músicas de autoria própria, e publicou o primeiro em abril deste ano. Ele se identifica com a vertente funk consciente, que tem letras que tratam de temas como consumismo e violência.

Lucas utiliza as redes sociais para publicar suas músicas | Arquivo Pessoal
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