Desde o primeiro ano de competições, o Brusque foi acompanhado pela imprensa local. Profissionais de rádio e mídia impressa, principalmente, cobriram o dia a dia do clube, publicaram as informações e transmitiram as partidas do quadricolor. Um trabalho fundamental para a torcida que crescia a cada ano e tinha necessidade de acompanhar o cotidiano do Bruscão, além dos confrontos históricos.

Com o tempo, algumas personalidades da mídia ganharam notoriedade e passaram a receber o carinho dos torcedores, seja pelas opiniões, pelas locuções ou mesmo as posições polêmicas. A imprensa cumpriu seu papel ao longo destes 30 anos, ajudando a contar as histórias do Brusque Futebol Clube.

As vozes do título

Arquivo Pessoal
Sérgio Ferreira narrou a conquista de 1992. Foto: Arquivo Pessoal

Sérgio Ferreira chegou em Brusque justamente em 1988, ano do primeiro campeonato oficial com a participação do clube. Passou a ser o locutor da Rádio Cidade e transmitir as partidas do time recém-formado. “Eu já conhecia a cidade porque vim a trabalho, como narrador esportivo, acompanhando outras equipes. Quando cheguei aqui, em 88, o time tinha menos de um ano de vida, mas acompanhei as principais decisões”, diz.

A partir daí, até 2001, ele narrou os jogos do quadricolor, mas tem na memória um ano especial: 1992. Com apenas quatro anos na cidade, ele foi a voz do principal título da história do Bruscão. “Foi uma honra para mim ter narrado aquela campanha, inclusive a final. Evidentemente eu já havia trabalhado em várias outras decisões, mas por ser a primeira conquista do clube, ficou na minha memória”.

Ferreira acompanhou a equipe em seu auge, mas também cobriu momentos ruins da equipe. Em todas as situações, ele afirma que estava lá para levar a emoção aos ouvintes. “Para mim o valor era o mesmo, e isso que eu tentava transmitir. Cada jogo, cada jornada esportiva tinha a sua importância. O Brusque fez parte importante da minha carreira profissional”.

Junto a Ferreira, estava o repórter e setorista do Bruscão, Dirlei Silva, hoje comentarista. Silva, que começou sua carreira em 1980 inspirado pelo pai, Dario Silva, cobria as campanhas de Carlos Renaux e Paysandú até o momento da fusão. “Havia muita empolgação do empresariado, mas por parte da torcida tinha desconfiança. Muitas pessoas ainda iam com bandeiras de Carlos Renaux e Paysandú acompanhar os jogos do Brusque”, explica.

Mas o título de 1992 deu uma identidade ao clube. As novas gerações, que nasceram já com o quadricolor em atividade, também fortaleceram a história do Bruscão. Com muitas histórias na bagagem, Silva lembra de um momento dos bastidores de 92. “Quando o Avaí ganhou a primeira partida da final, em Florianópolis, eu e o Sérgio Ferreira ouvimos diretores do time casa discutindo qual time faria o jogo da entrega das faixas com eles. A gente passou a usar isso nas transmissões, como forma de motivar os jogadores e inflamar a torcida”, diz.

Na telinha e no papel

Rodrigo Santos cobre o dia a dia do Brusque desde 1998. Foto: Arquivo Pessoal

Quando criança, Rodrigo Santos sempre gostou de futebol. Acompanhava seu pai nos estádios desde os tempos do Paysandú e cresceu junto com o desenvolvimento do Bruscão. Ele estava na arquibancada no jogo do título de 1992 e presenciou a euforia da torcida. Tanta paixão pelo esporte o fez se dedicar ao jornalismo, profissão que adotou e começou a exercer em 1998, aos 19 anos, quando passou a comentar jogos na Rádio Araguaia.

Naquela temporada, ele viu a equipe de Polaco e companhia fazer brilhar os olhos da torcida com um futebol vistoso, que fez o quadricolor terminar na terceira colocação geral do Catarinense. “Para mim foi o melhor time que acompanhei profissionalmente até hoje. Era um time unido, que não chegou na final por um detalhe”, explica.

Alguns anos depois, enquanto ainda atuava em rádio, Santos passou também a divulgar o clube pela televisão com o surgimento da TV Brusque, que hoje é a emissora com o maior conteúdo audiovisual do clube.

Ele também foi um dos comunicadores que mais acompanhou a trajetória quadricolor. “Eu acompanhei os tempos de vacas magras e de vacas gordas. Desde esse grande elenco de 1998 até uma das maiores confusões no fim de jogo, contra o Kindermann de Caçador, em 2002. É muita história pra contar”, completa. Como locutor da Rádio Cidade, Santos transmitiu as finais das Copas Santa Catarina de 2008 e 2010.

Quem teve um papel importante para divulgar as informações do Bruscão para o público foi o repórter Mauricio Haas, o Mau. Responsável pelas páginas esportivas do O Município entre 2008 e 2010, ele explica a mudança na cobertura do time. “Começamos a cobrir treinos e o dia a dia do clube. Isso foi bacana, porque o esporte no jornal foi crescendo na medida que o Brusque também foi evoluindo naquele período”.

Mau Haas diz que a rotina de acompanhar o cotidiano do clube auxiliou na produção das matérias que seriam um alicerce para todo o trabalho que se seguiu. “Criamos vínculos com a diretoria, os atletas e os técnicos. Isso ajudou a enriquecer o conteúdo e dar o nosso melhor para os leitores”, completa.