João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Mestres da Madeira

João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Mestres da Madeira

João José Leal

Pelas ruas da cidade, quantas vezes não passamos diante de uma casa em construção? Agora, floresta preservada, não vemos mais casa de madeira. Certamente, será de tijolos, cimento e areia. Se as paredes de alvenaria já estão levantadas, provavelmente, no alto, encarapitado sobre barrotes, caibros e sarrafos, lá estará o carpinteiro, o profissional do martelo, do serrote e do prego, a bater forte, no preparo da armação de madeira que vai receber o telhado de um novo abrigo familiar.

Mas, passamos de carro, em disparada porque sempre temos pressa ou caminhamos preocupados com os problemas de cada dia.

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E, assim, nem notamos aquele escalador de parede, equilibrando-se sobre o fio das madeiras atravessadas e cruzadas, trabalhando duro, sol e chuva não importa, porque é preciso construir o futuro abrigo da família alheia.

O mesmo ocorre quando estamos na casa já construída, ao abrigo da chuva, do vento, da tempestade ou do calor tórrido dos dias de verão gozando o conforto do ambiente climatizado.

À noite, confinados na segurança do interior das paredes da nossa morada, bem sentados, quase deitados diante da grande tela por onde desfila a vida global de cada dia, da mesma forma nem lembramos do mestre carpinteiro e dos que trabalharam para nos proporcionar essa tranquilidade de estar no recanto do Lar doce Lar.

É assim. Geralmente, esquecemos do outro que trabalha ou um dia trabalhou para o nosso bem-estar. E a vida segue em frente.

No caso do carpinteiro, estamos falando de uma das mais antigas profissões. Afinal, quando nossos ancestrais da pré-história deixaram as cavernas, é provável que, naquele momento, surgiu a figura do carpinteiro.

Com toscas ferramentas de pedra, foi ele que construiu os primeiros abrigos de toras e galhos de árvores para proteger a si e seus semelhantes, numa época de árdua luta da espécie humana para sobreviver em meio a uma natureza selvagem e cheia de perigos.

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Em seguida, foi a extraordinária e interminável caminhada da humanidade pela sobrevivência e por uma vida de bem-estar social, muito longe, ainda, de ser uma conquista por todos alcançada.

E o carpinteiro, no vai-e-vem do serrote na madeira e no bater forte do martelo no prego, ajudou a marcar o ritmo milenar do processo de construção da sociedade humana. Por sua importância, o carpinteiro tem até padroeiro bíblico, São José, ontem, festejado por seu dia. Ninguém menos do que o pai de Jesus Cristo, segundo a palavra do evangelho.

Ontem, também foi comemorado o Dia do Marceneiro, primo-irmão de profissão do Carpinteiro e que, no interior das oficinas cheias do pó da madeira, confecciona os móveis das nossas moradas. Aos dois profissionais, a minha homenagem, nas palavras escritas com carinho desta crônica.

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