Todo passo que colocamos ao chão, representa um mundo simbólico que ora, consciente ou não, cultivamos. Essa, de certa maneira, é a responsabilidade que assumimos, ao existir.

Assumir este papel nos dá as duas vias da mesma margem: oportunidades e ameaças. Como aquele que sapateia tranquilamente suas próprias vísceras.

O que é vital, nos é de graça. E neste caso, a contrapartida à vida, é justamente a marca, que, em amor, repercutimos no mundo.

De toda maneira, o que nos representa, não pode ser diferente daquilo que escorre sobre seio arfante. Não há via dupla, em questões de identidade. Como não pudera, embora mais corriqueiro, simbolizar com outra forma, aquilo que sou, aquilo que desejo vir-a-ser.

O símbolo que nos traduz ao mundo, nos é extremamente caro.

Eu continuo pensando que o maior grau de sofisticação está justamente no simples, no mínimo. E em todo pequeno gesto há por traz um divino e complexo mundo de sensações, pensamentos e renúncias.

O sabor ao fechar os olhos e imaginar todo este potencial simbólico traduzido em sua sintética e objetiva forma, enche a alma e remete às coisas da natureza. Donde a felicidade tende.


Méroli Habitzreuter
 – escritora, pintora e ativista cultural