Morador de Guabiruba denuncia presença excessiva de coliformes na água encanada

Evandro Lamin, responsável pela Casan na cidade, diz que problema é pontual e já foi resolvido

Morador de Guabiruba denuncia presença excessiva de coliformes na água encanada

Evandro Lamin, responsável pela Casan na cidade, diz que problema é pontual e já foi resolvido

Um morador do bairro Lageado Baixo, em Guabiruba, denunciou na sexta-feira, 19 de julho, a presença de substâncias impróprias na água que saia das torneiras da sua casa. Ele notou que, nas explicações relatadas na conta, havia presença acima da média de coliformes termotolerantes e Escherichia Colia. O decreto 5.440/2005 da Presidência da República, obriga as companhias de saneamento a detalhar a qualidade do serviço na fatura mensal. Aírton Gomes dos Santos denunciou o caso à Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), responsável pelo abastecimento do município, que reconheceu o problema.

Santos informa que a contaminação existe há dois meses, mas que desconfia de que seja mais antigo. Comprovadamente, apenas suas faturas de junho e julho indicam, segundo relatório da própria Casan, o número em excesso das substâncias. Ele afirma que entrou em contado com a Companhia, que, em primeiro momento, negou a existência de irregularidades. “Me disseram não que era impossível, que eu deveria estar enganado”. 

No entanto, após realizar avaliações dos relatórios, a Casan admitiu a presença das substâncias. De acordo com o responsável pela empresa em Guabiruba, Evandro Lamin, o problema ocorreu no dia 5 de junho. Ele afirma que o sistema de injeção de cloro da estação de tratamento estava entupido. “Justamente no dia em que a equipe realizou a coleta, e portanto, a presença dessas substâncias foi informada na fatura. Mas isso foi um problema pontual e já foi resolvido. Agora, a qualidade da água está boa”.

Apesar das explicações, o morador diz que não confia totalmente na qualidade da água. “Eu só notei isso agora, mas podia ter passado despercebido, eles não deviam ter permitido essa situação”. 
Riscos de contaminação
Para o engenheiro sanitarista Valnei Beckhauser, as substâncias encontradas na água não deveriam estar lá, sequer por um dia. “A Casan colocou a população em risco. A portaria que regulamenta o abastecimento de água diz que há um limite tolerável de até 5%  de coliformes totais. No entanto, coliformes termotolerantes, como foi registrado, são inadmissíveis”.

Beckhauser informa que a detecção dos coliformes dá indícios de má gestão do serviço. “Isso mostra que a qualidade estava muito ruim. A água não foi filtrada e desinfetada corretamente. É um caso de contaminação fecal. Por sorte, hoje não existem mais tantas doenças transmitidas pela presença de fezes na água, como ocorria antigamente”.

O engenheiro afirma que as substâncias encontradas são nocivas à saúde. “Estamos falando diretamente da presença de fezes na água, o que implica no risco eminente de contaminação por verminoses, além de outras doenças originadas do contato com elas. Ele afirma ainda que o caso deve ser investigado pelo município, já que se trata de uma questão de saúde coletiva.


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