Moradores do Nova Brasilia ainda contabilizam estragos causados pela chuva

Os últimos dias tem sido de limpeza e tentativa de resgatar móveis, maquinários e veículos

Moradores do Nova Brasilia ainda contabilizam estragos causados pela chuva

Os últimos dias tem sido de limpeza e tentativa de resgatar móveis, maquinários e veículos

Quatro dias após a forte chuva que alagou Brusque e região, os moradores do bairro Nova Brasília ainda buscam forças para se reerguerem e começarem do zero. Em diversas ruas do bairro, muitas casas foram tomadas pelas águas e os moradores perderam tudo. Ontem, os funcionários da prefeitura ainda realizavam a limpeza das ruas e retiravam a lama.

Em frente às casas, os móveis molhados e destruídos pela água barrenta se tornaram entulhos que ainda aguardam as caçambas do lixo para serem removidos ao aterro sanitário. No olhar de cada morador, a tristeza de iniciar um novo ano atrás de móveis novos e até mesmo outros imóveis para recomeçar a vida.

Na rua Ervino Niebhur, a moradora Arlete da Silva, 32 anos, perdeu tudo de dentro da casa. Apenas um pouco de roupas dela, do marido e dos quatro filhos pequenos é que foi possível resgatar. Ela conta que na quinta-feira, 5, quando ocorreu a chuva, estava sozinha em casa com uma filha. Com isso, não teve tempo de retirar nada de dentro de casa.

“Não esperava também por isso, porque nunca havia entrado dessa maneira. Quando entrava, era uns cinco centímetros apenas. Desta vez, em 10 minutos, a casa estava tomada por um metro de água”, lembra.

Agora, a família de Arlete conta com a colaboração dos vizinhos, amigos e parentes para recomeçar. Ela tem recebido sacolão de alimentos e alguns móveis já recebeu de doação também.

O casal Marcelo Heckert, 27, e Taise Cristina Heckert, 24, morador da rua Osvaldo Niebhur, conta que estava na praia na quinta-feira, e só viu o estrago ao chegar em casa.

Taise diz que moram no local há um ano e antes o avó é quem morava na casa. Porém, nunca havia entrado água no imóvel. “Foi um desespero, chegar em casa e ver tudo debaixo de água. Moramos há pouco tempo aqui e todos os móveis eram novos. Muita coisa perdemos, como camas, sofás, e o restante lavamos e tentamos recuperar”, conta.

Nas paredes da casa ainda é possível ver as marcas deixadas pela água. “Foi um metro de água dentro de casa. Agora, todo fim de tarde, quando está muito quente, já ficamos ansiosos e com medo de que vá dar uma nova chuva e alagar tudo outra vez”, comenta Taise.

Na mesma rua, a empresa Viro-Art também teve muitos prejuízos, especialmente com a perda de sete veículos de trabalho, dos funcionários, maquinários e todo o material do escritório. “Entrou 1,80 metros de água na empresa, que fica bem mais alta do que a estrada. No total, foram cinco metros de água na rua”, conta o proprietário Fernando Dalago Neto.

Rodrigo Dalago, irmão de Fernando, lembra que em seis anos em que está com a empresa no local, apenas em um não entrou água no galpão. Porém, o máximo que havia entrado era 30 centímetros. “Para retirar as pessoas aqui de dentro da empresa, precisamos chamar um amigo, que tem uma lancha, para nos ajudar”, diz.

Com a embarcação no local, os empresários passaram a ajudar os vizinhos a saírem das casas e o trabalho se estendeu até por volta da 1h30 da madrugada.

50% do estoque no lixo

O atacado Autogiro, na rua Lili Bruns, teve grande prejuízo com a chuva. Segundo o proprietário Genésio Romani, 50% do estoque de produtos foi parar no lixo. Por sete vezes a empresa já sofreu com alagamentos, porém em quatro delas foi com maiores proporções.

Romani conta que já são acostumados com as chuvas que alagam a rua, por isso, sempre que começa a chover, anunciam no microfone para os clientes ficarem atentos. Desta vez não foi diferente. “Vimos que tinha chuva forte e pedimos para evacuarem a loja e retirarem os veículos do pátio. Muitos carros foram colocados no pátio da nossa casa, que fica nos fundos e num terreno mais alto, porém ainda assim três deles ficaram submersos”.

A água na loja atingiu a marca de 1 metro e as pessoas que permaneceram no local precisaram ir para o andar superior, saírem por uma janela e pularem para o pátio da Secretaria de Obras. “Os problemas têm se agravado de cinco anos para cá, quando iniciaram as obras do PAC. Sei que essas obras seriam para melhorar, mas como pararam, não terminaram e não há previsão de conclusão, temos sofrido cada vez mais”, afirma.

Romani ressalta que todo verão ficam com medo do que pode acontecer. “A gente mal dorme quando chove, esperando pelo pior”. Ele conta que tentaram erguer algumas coisas de dentro da loja, mas a altura não foi o suficiente.

Além dos produtos, foi perdido ainda, oito computadores com dados da loja. “Agora estamos há dias sem poder trabalhar, apenas limpando e com o risco de assim que terminarmos a limpeza, dar outra chuva forte e alagar tudo outra vez”, comenta.

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