Moradores do Nova Brasília não têm previsão de retorno ao próprio lar

Após quase quatro meses da interdição da Defesa Civil, famílias da rua José Winter esperam posição da prefeitura para voltarem às residências

Moradores do Nova Brasília não têm previsão de retorno ao próprio lar

Após quase quatro meses da interdição da Defesa Civil, famílias da rua José Winter esperam posição da prefeitura para voltarem às residências

As quatro famílias da rua José Winter, no bairro Nova Brasília, que tiveram as casas interditadas no começo do ano devido à enxurrada, não têm previsão de retornarem para suas residências. A Defesa Civil de Brusque continua no aguardo da liberação de recursos federais, que até então não tem previsão de serem repassados.

A costureira Marlete dos Santos, 55 anos, é uma das moradoras que vive esse drama. Diferentemente de outros cidadãos que tiveram a tubulação danificada no início de 2017, Marlete sofre com o problema há 26 anos anos. Ela conta que a tubulação é antiga, e que por isso, a cada chuva, a tubulação – que é pública – , arrebentava dentro do seu terreno e reparos emergenciais eram feitos, no entanto, a tubulação nunca foi concertada na sua totalidade.

A casa da costureira já havia sido interditada em novembro do ano passado, mas naquela ocasião, Marlete não saiu do local. No dia 5 de janeiro, a situação de anos complicou-se de vez e ela precisou abandonar a sua residência, em que morava com mais dois filhos, noras e netos. Atualmente ela reside em uma casa no Santa Terezinha, onde paga R$ 970 de aluguel, valor duas vezes superior ao auxílio de Aluguel Social [ver no detalhe].

Marlete somente consegue arcar com os custos pois tem ajuda do filho com despesas de alimentação e energia elétrica, e continua trabalhando como costureira. No entanto, para a moradora, a maior tristeza é ser tratada com “desdém” pelos órgãos públicos, na visão dela. “Toda a estrutura da minha casa foi comprometida e ninguém nos dá uma explicação ou falam o que vão fazer. Não tem reunião, não nos dizem nada”, diz Marlete.

“Há 26 anos, com entra e sai de prefeito, ninguém se importou em resolver o problema da tubulação da minha casa e da rua. É revoltante, sem contar que de dez anos pra cá os gastos com reparos para colocar brita e arrumar muro só aumentou”, desabafa.

O pintor Maicon Ronaldo Werner, 33, – filho de Marlete -, também teve a casa interditada em janeiro. Ele morava no mesmo terreno da mãe e diz que com o ofício de pintor “não passa trabalho” e consegue pagar o aluguel, caso contrário, a situação seria difícil. “Recebo os R$ 400 de auxílio, mas pago R$ 650 por uma casa no bairro Santa Terezinha. Quando acabar os seis meses não sei o que vai acontecer”, conta.

Outras duas famílias que tiveram as casas interditadas na rua José Winter também foram procuradas pela reportagem, porém, não foram localizadas.

Vulnerabilidade social
A secretária de Assistência Social e Habitação de Brusque, Mariana Martins da Silva, confirma que as quatro famílias deste local estão recebendo o auxílio, válido por seis meses, com possibilidade de renovação. Os valores podem ser de R$ 400 a R$ 700 e são definidos por meio da avaliação do assistente social. Atualmente, segundo ela, cerca de 40 famílias de Brusque, que vivem em situação de vulnerabilidade social, utilizam o Aluguel Social. Os casos são distintos, porém, todos se enquadram nas políticas de assistência social.

Tubulação
Sem a liberação dos recursos federais, uma das medidas para solucionar o problema na rua José Winter e em outras ruas do Nova Brasília atingidos pela enxurrada, como a rua Antônio Erbs, será a implantação de tubulações pela Secretaria de Obras. Porém, não há previsão para a execução do serviço.

A assessoria de comunicação da pasta informa que o órgão aguarda a finalização da obra de macrodrenagem do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na rua Oswaldo Heil, para que as tubulações possam ser ligadas.

“Assim que for finalizada a obra do PAC, será feito o redimensionamento da tubulação para ligar a da rodovia Antônio Heil com a rua José Winter. No entanto, ainda não temos previsão de execução”.

Aluguel Social
O aluguel social tem caráter excepcional, transitório, concedido e destinado para pagamento de aluguel de imóvel de terceiros a famílias em situação de emergência. Tem direito a receber o benefício quem teve a moradia destruída, total ou parcial, ou interditada em função de condições climáticas, como deslizamentos, inundações e incêndios, conforme parecer técnico da Defesa Civil.

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