Mortes do trânsito nosso de cada dia

Mortes do trânsito nosso de cada dia

João José Leal

Ainda, não se tem o número de mortos do ano passado, nas estradas e ruas deste imenso país. Em 2018, foram indenizados 38.218 sinistros por mortes ocorridas no trânsito. Porisso, é provável que em 2019 o número de mortes no tenha sido superior 36 mil. É um número assustador. É muita gente tombando embaixo das rodas mortais dos veículos, para encontrar a morte no leito negro do asfalto. Tanta gente que, a cada 15 minutos, morre uma pessoa em acidente de trânsito no Brasil. Mas, já foi bem pior. Em 2007, essa sinistra cifra ultrapassou a marca das 66 mil indenizações por mortes nas vias públicas.

Em Brusque, já sabemos quantos foram os mortos do trânsito, no ano passado. Na última quinta-feira, este jornal noticiou que 19 pessoas perderam a vida nas ruas de nossa cidade. Para uma comunidade com 130 mil habitantes, esse número pode não parecer muito. Principalmente, se compararmos com 2007, quando 30 pessoas perderam a vida nas nossas vias públicas. A exemplo do que ocorre no país, também estamos avançando em termos de segurança no trânsito. O motorista brusquense é, hoje, mais responsável na condução de um veículo e o resultado aí está: menor número de acidentes, de feridos e de mortos.

De acordo com a matéria de O Município, a avenida Primeiro de Maio, onde quatro pessoas perderam a vida, aparece como a primeira no palco das tragédias do trânsito brusquense. É uma via pública relativamente extensa, bastante movimentada e estreita. Como se sabe, a pista de rolamento foi ainda mais estreitada pela implantação da ciclofaixa. Isso, talvez, explique o maior número de acidentes com vítima fatal ocorrido na avenida Primeiro de Maio.

Infelizmente, o motociclista tem sido a maior vítima da violência do trânsito. É o que indicam as estatísticas do Brasil e do mundo. Em Brusque, não tem sido diferente. No ano passado, 13 motociclistas perderam a vida, o que representa 70% do total das mortes do nosso trânsito. É muito triste porque esses condutores, na grande maioria jovens, fazem da motocicleta o seu instrumento de trabalho.

Naquelas caixas-gavetas acopladas à garupa da moto, transportam pizzas e outras comidas para a nossa refeição; documentos e papeis de valor; peças de máquinas e automóveis para as empresas comerciais e industriais; exames laboratoriais e remédios que curam nossas doenças. Enfim, carregam de tudo para atender, com a maior rapidez possível, a uma demanda que não para de crescer.

É uma realidade perversa. Na sinistra guerra do trânsito brasileiro e brusquense, geralmente são os mais jovens que pagam com a vida. Em muitos casos, são eles jovens motoqueiros que morrem trabalhando para atender o desconhecido destinatário de uma pizza ou de uma caixa de remédio, que pode ser muito bem – quem saberá? – um de nós.

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