MP-SC denuncia 62 pessoas por integrarem organização criminosa

Mais de 40 delas já estão presas; Justiça deve cumprir prisão preventiva contra os outros suspeitos

MP-SC denuncia 62 pessoas por integrarem organização criminosa

Mais de 40 delas já estão presas; Justiça deve cumprir prisão preventiva contra os outros suspeitos

O Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) denunciou na sexta-feira, 24, 62 pessoas por integrar organização criminosa e pelo crime de associação ao tráfico. Entre os denunciados, muitos participaram diretamente dos ataques a ônibus, repartições policiais e carcerárias e contra agentes públicos no ano de 2014 em Santa Catarina.

Entre os 62 denunciados, 41 já estão presos. Mesmo assim, o MP-SC espera que a Justiça acate os pedidos de prisão preventiva de todos eles para evitar que esses denunciados possam ser soltos em breve, dificultando o andamento do processo e colocando em risco a segurança pública no estado.

Ainda segundo as informações levantadas nos últimos meses pela Polícia Civil e pelo Ministério Público, há indícios de que a facção criminosa mantém conexão com outras organizações criminosas. Esses grupos contam com o emprego de arma de fogo para suas atividades, bem como a participação de adolescentes.

“A soma do resultado do inquérito da Polícia Civil e da investigação do Gaeco (força-tarefa integrada pelo MP-SC, Polícia Civil, Polícia Militar, Secretaria da Fazenda e Polícia Rodoviária Federal) foi fator fundamental para a deflagração da presente ação penal”, explica o promotor de justiça Alexandre Graziotin.

Na denúncia apresentada nesta sexta-feira, o Ministério Público pede também que as informações coletadas nesses autos sejam compartilhadas com outros dez processos em andamento no estado. Desta forma, será possível avaliar outras responsabilidades dos autores nos crimes praticados em 2014. Mais detalhes sobre a atuação da organização criminosa não poderão ser divulgados porque o processo corre em segredo de justiça.

Onda de atentados

Em 2012 e 2013, duas ondas de ataques coordenados pelo Primeiro Grupo Catarinense (PGC) aterrorizaram o estado. Vários ônibus foram queimados, inclusive em Brusque, e uma série de atentados a tiros pegou a Secretaria de Segurança Pública desprevenida. Depois dos acontecimentos, mais de 80 acusados de envolvimento nos atos criminosos foram julgados e condenados pela Justiça. O estado chegou inclusive a pedir auxílio da Força Nacional de Segurança Pública para controlar a situação.

Em Brusque, houve dois ataques no dia 7 de fevereiro de 2013, todos com menos de uma hora de diferença. Primeiro, micro-ônibus de uma autoescola que estava estacionado nos fundos de um posto de gasolina na rua Lauro Müller, no Centro, em frente ao estádio Augusto Bauer, foi o alvo dos bandidos. O segundo ataque aconteceu na rua Ernesto Appel, no bairro Azambuja, próximo do supermercado O Barateiro. Um carro Renault/Megane teve a parte dianteira completamente destruída pelo fogo.

No dia 1º de março do mesmo ano, Adriano Santos Gross, de 27 anos, foi preso como suspeito de ser o líder dos primeiros ataques registrados contra veículos em Brusque. Ele e outros dois envolvidos foram julgados em março do ano passado na Vara Criminal da comarca de Brusque, sendo que Gross pegou sete anos de prisão pelos dois incêndios, Venício de Souza foi condenado a seis anos e cinco meses de prisão e Tom Jobim Syllos a cinco anos de reclusão, todos em regime fechado.

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