Rodrigo Santos

Jornalista esportivo - [email protected]

Mudança que virou título

Rodrigo Santos

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Mudança que virou título

Rodrigo Santos

Até antes da parada para a Copa do Mundo, o Atlético Paranaense era alvo de chacota. Rondava a zona de rebaixamento, tinha um time em campo que não se achava e um técnico que não abandonava as suas convicções, mesmo com os resultados negativos. Fernando Diniz chegou com muita gente pregando que ele era “revolucionário”, quando o máximo que conseguiu era um vice-campeonato paulista. Depois, quase rebaixou o Oeste de Barueri para a Série C.

O Atlético hesitava e disse várias vezes de que o “revolucionário” ficaria. Com a pressão externa e a parada para a Copa do Mundo, a diretoria viu que não havia como segurar e resolveu demitir Diniz (que hoje é especulado no Fluminense). Afinal, não adianta vir com discurso inovador e cair para a segunda divisão. Assumiu Tiago Nunes, que já tinha conquistado o campeonato paranaense com um time sub-23.

As primeiras ações de Tiago foram transformar as “aberrações” em um arroz com feijão. O time ganhou agilidade e passou a ter um esquema tático coeso. Rapidamente, com a volta do Brasileirão, o time foi subindo posições, até terminar em sétimo. E na sul-americana, o time foi passando fases jogando bem, até chegar na decisão contra o Junior de Barranquilla.

Ressalte-se aqui que o Atlético foi campeão da sul-americana com uma grande dose de sorte. Afinal, seu rival colombiano perdeu dois pênaltis durante as partidas, sendo que o último a poucos minutos da prorrogação, em um chute para fora. No segundo tempo, o Junior foi dono da partida e não teve competência para concluir a gol. Uma das piores atuações que eu vi desse time em meses.

Mesmo com essa atuação abaixo da crítica na final, quando pôs tudo a perder e acabou iluminado, é importante destacar a subida de rendimento do time atleticano depois da troca de treinador e a recuperação de um esquema tático que efetivamente funcionasse. Tiago é um nome a ser olhado com muito carinho dentro dessa leva nova de treinadores que surgiu em 2018.

O Atlético, com uma das menores folhas de pagamento da Série A, obteve um título que lhe coloca na Libertadores, promoverá um encontro com o River Plate pela Recopa, e ainda uma bolada em ienes com a participação na Copa Suruga, no Japão. Com os seus rivais de cidade capengando, é um bom momento para capitalizar.

Mas sem mudar o nome do clube, por favor…

Conselho
Parece que houve problema no relacionamento do presidente do Brusque, Danilo Rezini, e de um dos seus braços direitos, e agora ex-presidente do Conselho, Célio de Camargo, que por muito tempo segurou o rojão da parte jurídica do clube, quando havia uma enxurrada de ações. Me surpreende pelo fato dos dois terem um relacionamento estreito há anos. Deve ter sido algo muito grave.

Estádio
A semana teve novas movimentações na questão do novo estádio. O presidente do Brusque declarou, em entrevista à Rádio Cidade, que espera ver a obra concluída no ano que vem. Por outro lado, foi feita nesta semana uma nova demarcação da área destinada ao clube. A ideia é pegar um espaço maior para a construção de dois ou três campos anexos para treinamentos, o que seria na prática uma transferência do CT, que hoje se encontra em uma área cedida por um empresário. Outra novidade: existe uma corrente que defende a implantação de grama sintética no novo estádio. Pagaria-se um custo maior para se colocar, mas a manutenção é infinitamente mais barata. O Marcílio Dias, por exemplo, colocará novo piso no seu campo em 2019.

Não fica
O experiente volante Carlos Alberto, 40 anos de idade, ficou chateado ao saber que não permaneceria no Bruscão para a próxima temporada. Ele foi comunicado por Viton, gerente de futebol, que não teria contrato renovado. O jogador afirmou que até toparia uma redução de salário e um contrato mais curto para “fechar com chave de ouro” a sua carreira. Não deu certo. Ele ficou chateado porque, segundo ele, tinha recebido promessa da diretoria para que permanecesse, o que não teria sido cumprido.

Dois Wevertons
Se já é difícil encontrar um Weverton por aí, imagina dois. Pois o Brusque encontrou, e contratou outro atacante de nome Weverton, desta vez vindo do Cuiabá, que conseguiu acesso para a Série B. Mas como diferenciaremos um do outro? Diretoria já resolveu: esse que chegou essa semana será chamado de Weverton Nunes. Imagina a confusão se jogarem juntos.

Peneira
O Brusque FC vai realizar amanhã uma avaliação para as categorias de base, a famosa “peneira”. Os testes serão voltados para atletas nascidos entre os anos 2000 a 2005 e começam às 8h30, no centro de treinamento. É uma oportunidade que o clube dá para que os jogadores da região possam mostrar o que sabem e, de repente, arrumar um contrato no clube. Eu só não concordo com uma coisa: o Brusque vai cobrar R$ 50 de cada jovem que quiser passar pelo teste. Afinal, quem abre uma seleção para contratar um talento não pode exigir dinheiro de quem será testado. Isso está errado.

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