Mulher líder de facção criminosa está entre condenados na “Operação Realeza”

Ela faz parte de grupo que comanda outras mulheres no estado

Mulher líder de facção criminosa está entre condenados na “Operação Realeza”

Ela faz parte de grupo que comanda outras mulheres no estado

Dentre os 23 integrantes de uma facção criminosa catarinense, que foram condenados nesta terça-feira (21) a 140 anos de prisão em regime fechado, está uma mulher, líder de uma facção criminosa, e membros da organização no município de Itapema.

Na sentença, o juiz Edemar Leopoldo Schlösser, titular da Vara criminal da comarca de Brusque, destacou a relevância da líder presa.

“Com efeito, as provas carreadas aos autos permitem a conclusão segura do envolvimento da acusada com a organização criminosa, na condição de líder feminina deste Estado e integrante do grupo das ’10 Leais’, que exercem o comando sobre as outras mulheres de Santa Catarina. Por exercer tais funções de comando, sendo identificada como a líder feminina do (sigla da facção) em Santa Catarina, (nome da mulher) possuía a responsabilidade de organizar, manter e fortalecer a facção criminosa no Estado, repassando as ordens emanadas do alto escalão aos demais membros, incluindo os disciplinas das cidades, os quais eram seus subordinados imediatos”, disse o juízo em sua decisão.

Dos 25 indiciados e denunciados na Operação Realeza, da Polícia Civil, apenas dois homens foram absolvidos. A maior sentença foi de sete anos e quatro meses e a menor de cinco anos e quatro meses.

Em abril de 2017, um homem preso por estelionato, mas ligado à facção criminosa, teve o telefone celular apreendido. As conversas mantidas por aplicativos, através do aparelho, identificaram parte do esquema criminoso.

Esse contato deu origem a Operação Opus, que resultou na prisão de vários integrantes da facção (disciplina geral da cidade, disciplinas de bairros, responsável pela coleta do ‘dízim’o, responsável por fornecer a conta bancária utilizada pelos membros para depósito do ‘dízimo’). Com o enfraquecimento do grupo criminoso, outros suspeitos começaram a surgir e foram identificados com a apreensão de bilhetes, cartas e do livro contábil do grupo.

Das 25 pessoas identificadas, 18 são homens e sete mulheres. Os dois absolvidos são homens. Entre os condenados estão pais e filhos, maridos e esposas, ex-companheiros e vários vizinhos de um condomínio popular. Os materiais apreendidos demonstram a organização e a divisão de tarefas da organização.

“Eu e o (nome do traficante) trocamos umas ideias. O meu irmão tava presente e nós fechamos um acordo, quando ele não tiver pó eu vou poder vender. Ele falou que se eu quiser vender, eu vou poder vender ali do outro lado da cancha, que não é para as câmeras ficar nos filmando e como não tem ninguém, não tem porquê eu não vender, né?”, revela uma das transcrições do material apreendido.

 

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