O vice-prefeito Ari Vequi terminou 2018 como prefeito em exercício de Brusque, após Jonas Paegle se licenciar para se recuperar de problemas de saúde.

Vequi acredita que o ano de 2019 será melhor que 2018, pelas promessas de mudanças no governo federal, recuperação da economia e também porque em 2018 a prefeitura conseguiu destravar projetos e obras que devem ter continuidade neste ano.

“2018 foi o ano de destravar o grande número de projetos e tudo o que estava sendo planejado desde o início do mandato. 2018 foi um ano que conseguimos avançar bastante nos programas, projetos e mostrar a cara do governo do Dr. Jonas e Ari Vequi”, diz. “Entramos em 2019 numa condição muito melhor do que aquela que começamos 2018. Sabemos o que queremos em 2019 e como começaremos”, completa.

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Ele destaca que a falta de continuidade na prefeitura – três prefeitos em um ano – foi o principal entrave nos dois primeiros anos do governo. “A descontinuidade levou Brusque a parar. Fizemos o trabalho de realinhar as coisas e a partir de 2019 avançaremos muito mais”.

Prioridade para 2019
Vequi diz que a prioridade do governo municipal em 2019 será a saúde. A ideia é minimizar os problemas e agilizar os atendimentos. “Sabemos que não vamos solucionar, porque a saúde passa também pelo governo do estado, federal e pelos hospitais”.

O prefeito em exercício diz que a prefeitura tentará abrir novos postos de saúde, apesar de entender que isso não resolve o problema.

“Não é quantidade de postos que vai dar as condições para que os profissionais da saúde possam executar bem esse serviço. Talvez se tivéssemos menos postos, mas mais equipados, com uma tecnologia melhor, mais estruturados, poderíamos atender melhor a população”.

Vequi comemora que a negociação dos contratos com os hospitais Azambuja e Dom Joaquim em 2018 foi bastante tranquila, bem diferente do que ocorreu em 2017 e deve continuar assim neste ano.

Ele destaca que a prefeitura deve atuar em parceria com o Hospital Azambuja na busca por mais especialidades no município. “A cidade ainda não possui algumas especialidades e queremos ser parceiros nessa busca de recursos, na busca de condições para que o Hospital Azambuja possa oferecer serviços cada vez melhores para nossa população”.

Uma das ações relacionadas a área de saúde neste ano será a abertura da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Santa Terezinha. A prefeitura pensa em terceirização a gestão do local.

“Temos conversado muito sobre isso. Não imaginamos abrir uma UPA apenas com servidor público. Temos ideia de fazer a terceirização da UPA, mas gostaríamos de fazer com nossos hospitais, seria o melhor modelo porque os nossos hospitais como não são públicos, prestam um serviço melhor. Acreditamos que os hospitais filantrópicos são o melhor modelo do Brasil e a ideia é repassar a UPA para alguém que possa administrá-la”.

“Nossa saúde não podemos dizer que é mil maravilhas, mas também não é das piores, temos a saúde funcionando”, destaca.

Arrecadação
O prefeito diz que a arrecadação em 2018 ficou abaixo do se esperava. A intenção do governo era aumentar 8%, entretanto, o índice não foi alcançado. Para este ano, a expectativa é de melhora, principalmente por conta da melhora nos índices a nível do estado.

“Acreditamos que com a melhora dos índices também melhora a arrecadação do município, principalmente de ICMS que é o que mais impacta a receita. Com a volta do desenvolvimento poderemos aumentar nossa receita e também fazer o dever de casa, reduzir o custo e aumentar a arrecadação. Neste ano vamos lançar o novo Refis e avançar na arrecadação, facilitando a vida do contribuinte”.

De acordo com ele, a estimativa de aumento na arrecadação em 2019 é de 10%. “Não sei se vai alcançar, mas se for alcançado, poderemos viabilizar novos serviços para o município”.

Vequi lembra que o principal entrave nas contas do governo é o gasto com a folha de pagamento dos servidores e que a reforma administrativa deve ser uma das prioridades em 2019. “A reforma era para ter sido feita em 2018, mas tivemos que romper o contrato com a empresa e não evoluímos. Em 2019 encaminharemos a mudança na estrutura administrativa do município com a intenção de enxugar mais a máquina”.

Falta de representatividade
Brusque teve um recorde de candidaturas para deputado estadual e federal na eleição de 2018, mas não conseguiu eleger representantes. Ari Vequi diz que a falta de representantes, principalmente a nível estadual, pode fazer com que Brusque seja esquecida na hora de se pensar o orçamento do estado para os próximos anos.

“A representação política não é só recursos, são vários itens que fazem com que a cidade seja lembrada no plenário da Assembleia, desde a divulgação de uma festa até a aprovação do orçamento que impacta em valores que possam atender a nossa cidade, isso é o que mais nos preocupa”.

Vequi diz que as emendas a nível de estado Brusque tem conseguido diretamente pelo próprio governo e acredita que a relação se manterá assim. “Faço parte de um partido que tem a maioria na Assembleia, são nove deputados, tenho grandes parceiros em Florianópolis, por isso, não vejo uma relação difícil com o governo”.

Entretanto, o prefeito em exercício se diz preocupado com a situação da barragem de Botuverá, por exemplo, que precisará de recursos para sair do papel. “Durante muito tempo tivemos representantes na Alesc e nesse mandato atual não teremos ninguém, me preocupa a questão da barragem, que é uma obra que teremos que tirar do papel, depende de um orçamento estadual e isso nos vai faltar representatividade política”.

A nível federal, Vequi diz que a prefeitura tem uma aproximação grande com o deputado Rogério Mendonça, o Peninha (MDB). “Ele que tem conduzido todas as nossas indicações no governo federal, já é de longa data que ele faz isso e faz muito bem”.

Governo Moisés
Até o final de 2018, Ari Vequi ainda não havia conversado com o governador Carlos Moisés, somente com alguns membros da equipe de transição como Paulo Eli, que permanece na Secretaria de Estado da Fazenda.

“A Secretaria da Fazenda é a matriz dessa engenharia da administração pública, se tiver recursos, vai ter como repassar aos municípios. Essa relação que acredito que seja boa pode fazer com que a gente tenha porta aberta no governo do estado”.

Ele diz que a Prefeitura de Brusque tem vários convênios firmados com o governo e que esses devem se manter, sem nenhum problema.

O prefeito em exercício acredita que Carlos Moisés fará um bom governo. “Ele montou uma equipe técnica, sem componentes políticos, mas vai ter que negociar com a Alesc. Se ele conseguir, neste primeiro momento, colocar a casa em ordem, tem tudo para fazer um bom governo”.

Vequi também diz que não vê dificuldades na relação do novo governador com a Alesc, mesmo ele não tendo maioria.

“Com certeza, ele vai conseguir passar essa reforma administrativa. Na transição ele focou em diminuir o tamanho do estado e também tem a questão do déficit público do estado, principalmente a previdência. Se conseguir dar um encaminhamento razoável para a folha, previdência e dívida pública, começa a administrar 2019 bem e com o crescimento da economia deve fechar 2019 com sucesso”.

Governo Bolsonaro
Ari Vequi diz que a eleição de Jair Bolsonaro refletiu o desejo de mudança da população.

“O povo brasileiro não aguentava mais aquele modelo que se instalou no Brasil, inclusive com a participação do meu partido, não tenho vergonha de dizer isso porque o PMDB de Santa Catarina e diferenciado daquele PMDB do Nordeste. Não vou passar a mão na cabeça de ninguém do meu partido, que cometeu vários equívocos durante essa condução. A economia brasileira já poderia ter crescido se não fosse o envolvimento daquela equipe que estava ao redor do presidente da República naquela operação da JBS”.

O prefeito em exercício diz que com o governo que Bolsonaro montou e o modelo que pretende implantar, há grande possibilidade de crescimento do país. “Acho que o Brasil vai abrir as portas para o mundo, buscar parceiros que são países desenvolvidos, foco nos países que buscam o desenvolvimento. Acredito que o Bolsonaro dará credibilidade para o investidor de fora do país investir aqui”.

Candidatura em 2020
Vequi diz que a Prefeitura de Brusque é administrada a quatro mãos e que todas as ações dentro do governo são conversadas entre ele e o prefeito Jonas Paegle. “Não há uma vírgula feita aqui dentro que não seja conversada. Montamos um grupo gestor e toda terça-feira o grupo se reúne. Tudo é decidido ali”.

No âmbito político-partidário, entretanto, Vequi diz que tem pretensões. “Fiquei algum tempo afastado da cidade por estar no governo Luiz Henrique e depois permaneci um tempo no governo Raimundo Colombo, decidi voltar a participar da política local, fomos vitoriosos e faz parte da vida pública a continuidade do processo”.

Ari Vequi diz que a intenção principal é fechar 2020 proporcionando melhor qualidade de vida aos brusquenses, porém, ele vê a candidatura no pleito municipal como um processo natural.

“Eu trabalhei para isso, mas não será uma busca incessante. Acho natural, independente dos nomes que vierem a surgir, seja o meu, seja o do Dr. Jonas, de minha parte e acredito que da parte dele também, não teremos dificuldade nenhuma, se naquele momento estivermos com a possibilidade de sermos reconduzidos, ou se a minha candidatura for a candidatura do momento, não teremos nenhuma dificuldade entre eu e ele de definirmos a situação”.

Retorno de Jonas Paegle
Ari Vequi diz que não há nenhuma possibilidade de continuar a frente do governo nesses dois anos, por conta da saúde de Jonas Paegle.

“Nenhum momento foi ventilado isso. Dr. Jonas retorna agora em janeiro. A saúde dele é boa, o episódio da colocação do stent nos pegou de surpresa, mas ele se recuperou bem e não tem nenhuma contraindicação, nenhum impedimento médico que o faça se afastar”.

Relação com Ciro Roza
No fim de 2018, Ari Vequi e o ex-prefeito Ciro Roza protagonizaram episódios de trocas de farpas pela imprensa. Vequi diz que não há nenhuma diferença pessoal da parte dele com Roza. “Pelo contrário, sou grato porque ele nos ajudou e fez com que a gente chegasse até o paço municipal. Teve decisões judiciais, conflitos internos que acabaram fazendo com que ele pedisse o afastamento no início do governo”.

Vequi diz que de lá para cá houve um distanciamento e não há mais relação administrativa com o ex-prefeito, mas garante que não existe diferenças políticas. “Na eleição da presidência da Câmara apoiamos o José Zancanaro como candidato do governo e ele tem uma ligação muito próxima com o Ciro, não há nenhuma dificuldade na relação política”.

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De acordo com o prefeito em exercício de Brusque, o que há é uma diferença na forma de administrar a cidade. “Na administração tomamos um rumo, criamos um grupo gestor e houve esse distanciamento político natural, não houve nenhum ruptura, só um distanciamento. Sempre vou considerá-lo o maior tocador de obra que essa cidade já teve”, diz.

“O que eu tenho feito é me posicionar firme nas questões necessárias, não posso engolir tudo o que dizem na cidade, seja de quem for. Críticas que não tem fundamento, eu vou defender, não posso ficar quieto enquanto ficam nos chamando de incompetentes, inoperantes, por questões que são burocráticas e não por desleixo ou falta de capacidade”, completa. Ari diz que as coisas não andam na velocidade esperada porque existem muitas questões burocráticas na administração pública e o governo tem muito cuidado para que a cidade não tenha problemas no futuro.

“Nossa equipe tem boa capacidade técnica, nossos secretários têm conhecimento, não temos ninguém improvisado, todos têm capacidade, mas estamos fazendo aquilo que a sociedade hoje quer, transparência, processo licitatório aberto, temos um pouco mais de dificuldade porque queremos que as coisas aconteçam e não o que foi feito no passado na cidade. A nossa diferença é no modelo de administrar. Se pudesse contratar tudo sem licitação, o mais rápido possível, seria a melhor coisa do mundo, mas também não posso colocar o município em problemas futuros”.