Novidades se destacam na 39ª Festa da Apae de Brusque
Mudanças na área para crianças e oferta de alimento especial promovem mais inclusão na festa
Mudanças na área para crianças e oferta de alimento especial promovem mais inclusão na festa
Entre música agradável e variadas opções de alimentação, novidades se destacaram na 39ª Festa da Apae de Brusque. O tradicional evento aconteceu na sexta-feira, 20, e sábado, 21, na sede da entidade, e reuniu familiares e amigos.
Detalhes que fazem a diferença foram introduzidos na festa. Na área de recreação infantil, além das atividades de pintura facial, também teve jogos como mini-golfe, pescaria, bola no cano e a boca do palhaço. Para a brincadeira, os equipamentos e brinquedos tiveram alteração para promover mais inclusão.
No golfe, por exemplo, canos foram feitos especialmente para ajudar alunos com dificuldade motora, e na pescaria, um recipiente mais baixo foi colocado para facilitar o manuseio para quem estava de cadeira de rodas.
O terapeuta ocupacional da instituição, Bruno Rossoni Hadlich Machado, conta que os alunos da Apae, além de toda a criançada, fizeram a festa.
“A ideia é que todos os jogos sejam adaptados. As brincadeiras foram feitas para todo mundo. Não adianta ter um espaço de jogos que metade do público da Apae não vá usar, não é somente para as crianças ditas normais, mas é para todos”, explica.
Quem se divertiu na pescaria o foi Pierre Moritz, de 74 anos, filho de Ruth e Carlos Moritz. Por causa dele, a família começou a criação da Apae há 64 anos.
A irmã dele, a aposentada e voluntária da Apae, Maria Teresa Moritz Montibeller, conta que a instituição observa as necessidade para fazer as adaptações. “Eles são crianças, mesmo com a idade, na mente dele ele tem três anos. E aqui é tudo voltado para as capacidades. O mundo evolui e estamos sempre buscando a evolução”, ressalta.
Na área de pintura, estava Valentina Javaroni Veiga, de dois anos, que fazia uma obra de arte no rosto. A mãe, a técnica judiciária Sara Javaroni Veiga, 38, conta que a filha faz acompanhamento na Uni Duni Tê de seis em seis meses e avalia como importante a interação entre a filha com os alunos da associação.
“O pessoal é muito atencioso e ela adorou. Ela gostou do golfe, mas não com o taco, ela jogava a bolinha e achava engraçado, e também gostou muito das guloseimas”, relata, ao mostrar uma sacola de doces que ganharam na brincadeira.
O pai do Kauã dos Santos Biliar, de oito anos, o pedreiro Ronaldo de Souza Alves, 27, observa que as atividades proporcionam mais diversão. “Eles podem fazer o que eles querem, e o que eles querem é brincar. A bagunça está garantida”, diz.
A festa disponibilizava opções de churrasco e doces, como bolos e tortas. O molho do cachorro quente desta edição teve receita reformulada e totalmente natural. Além disso, no cardápio, foi adicionado alimento para pessoas com disfagia.
Quem tem esta condição tem um cuidado especial com alimentação, pois o problema causa dificuldade de engolir a comida ou líquidos. A diretora executiva da Apae, Rosecler Ceratti Foletto, explica que o alimento, portanto, precisa ser triturado, e em algumas vezes amassado, para não causar engasgamento.
“É uma realidade da instituição, o nosso público é esse e temos uma gama de usuários que são disfágicos. Eles precisam se alimentar bem e de forma saudável. Então, a mudança veio para proporcionar as famílias trazerem eles até a instituição, porque isso acaba sendo uma limitação”, conta.
Além das novidades, locais tradicionais da festa atraem os olhos do público. Em uma das barracas com produções dos alunos da Apae, estão caderninhos feitos com papel reciclado e materiais reutilizáveis.
“Eles não estão aptos ao mercado de trabalho competitivo. Fazendo isso, eles se sentem valorizados”, conta a professora da Apae, Marilde Staack.
Também, ao lado, estavam sendo comercializados tapetes, pulseiras, almofadinhas aromatizadas e enfeites de cortina, tudo feito pelos alunos. A professora da Apae Ioná do Nascimento ressalta que, além de ser uma mostra do que eles fazem, o valor arrecadado é destinado para os alunos.
Em outra parte da festa, também estava a barraca do Clube de Mães. De acordo com a presidente do clube, Lucimar da Silva Mafra, o dinheiro da venda dos produtos, feitos de bordados comuns e americanos, é destinado para um café de fim de ano em prol do Natal das crianças.
O vice-presidente da Apae, Renato Roda, avalia que a casa cheia no sábado foi em decorrência do clima sem chuva do dia.
Para ele, o retorno financeiro para os cofres da instituição é importante para a manutenção. “Um resultado muito importante até para o nosso planejamento do pagamento do décimo terceiro, férias, feitos no final do ano”, conta.
Também, ele ressalta que o momento é ideal para a confraternização entre pais dos alunos, vizinhos e voluntários. “Toda a comunidade aproveita a festa”, finaliza.