Qualquer problema que você tiver comigo é seu. Charles Bukowski
Sim, isso mesmo! Quando encontramos o nosso equilíbrio e vivemos a vida pela ótica do autoconhecimento e da procura constante pelo desenvolvimento de si mesmo como pessoa, encontramos a nossa “paz”, o “status quo” da vida. E esta nos dá a capacidade de perceber que “quando Pedro fala sobre Paulo, sabemos mais de Pedro do que de Paulo”, Freud. É a lei do universo que conspira a favor dos que treinam a sensibilidade do olhar.
Nietzsche, já no século XIX nos provocava, dizendo que nada além da vida era suficientemente maior, que justificasse a nossa luta, além de: viver, viver e vir-a-ser… ele nos pedia fervorosamente para que saíssemos da nossa posição de “ressentidos” para ocupar o lugar do “super-homem”, como criatura e criador de si mesmo.
Toda vez que o ser humano se idealiza e não se aceita como é, ou se submete as coisas do passado, ou mesmo do futuro, se reprime, se ressente ou se compromete a vinganças imaginárias, ou ainda: é intolerante com as diferenças, esquece da máxima de Heráclito “não se pode banhar duas vezes no mesmo rio”.
Não há vida que não seja, agora.
Às vezes a vida nos exige o poder de enfrentamento até as suas últimas consequências, por dever de honestidade. “Ser justo” sempre é mais necessário do que “ser bom”. E isso não quer dizer, que para ser justo é necessária a agressão: pelo contrário. Como já nos disse sabiamente Dalai Lama “a violência não é um sinal de força, a violência é um sinal de fraqueza e desespero”. O enfrentamento, a luta da qual falamos, é a luta interna, pela vontade de potência.
O hoje, o dia-a-dia, nos exige cada vez mais: que estejamos em consonância com a terra (com a vida real). Nietzsche ainda nos convida a “sermos escorpião”. Um retorno a si como movimento de redenção.
Que a vida nos baste! Que novos Heidegger não concluam novamente que “nos esqueçamos do sentido do ser”. Que cada qual, encontre a sua Aurora.
Méroli Habitzreuter – escritora e ativista cultural