Há quem ache, até hoje, que Yoko Ono é a responsável pelo fim da Era Beatles. Há quem ache que ela não estava à altura de John Lennon: “feia”, “esquisita”, artista. E cheia de opiniões. Há quem ache que ela não sabia o seu lugar…

Mas também há quem veja nela uma mulher forte, em uma época em que mulheres fortes não apareciam o tempo todo, ainda mais no universo dos astros da música. Há quem entenda a relação complicada do casal, os anos em que Lennon ficou em casa cuidando do filho, a separação e a volta de John e Yoko, a experimentação de novos formatos de um relacionamento fixo e exposto à mídia.

Seja como seja, não dá para negar que Yoko continuou sendo relevante, mesmo depois de viúva. Que suas declarações são certeiras, que sua presença não é gratuita. Ela merece ser reconhecida e não ficar à sombra do marido mega famoso.

Uma das coisas mais interessantes sobre ela é a capacidade de lidar com a simplicidade. A gente vê isso em seu novo projeto, que se chama Peace is Power. Com uma pegada de arte postal, a proposta dela não podia ser mais simples: ela pede que a gente imprima essa imagem aí acima, coloque cor onde o mundo precisa de paz e envie aos cuidados dela para o MoMA.

Museum of Modern Art

11 W 53rd Street, New York NY 10019 USA.

 

Assim, uma ação física, nada virtual, básica. Você pode pegar a imagem na página dela do Facebook ou no Twitter. Que tal participar? Como o prazo não foi divulgado, melhor não demorar… até porque o mundo precisa, muito, de paz. Agora.

 

Quando a gente lembra dos Bed-in for Peace (na cama pela paz) que o casal fazia no finalzinho dos anos 60 , enquanto cantava

All we are saying is give peace a chance
All we are saying is give peace a chance

dá para ver o quanto o mundo não melhorou, em todas essas décadas. O pequeno gesto de participar da exposição pode não consertar o mundo… mas vai dar uma sensação de pertencimento que não é de se desperdiçar. Vamos?


Claudia Bia
– jornalista com alma bicho-grilo

 

 

E por falar em mundo que não melhora… não custa lembrar que as pessoas têm o direito de ser quem elas são.