Era uma vez, lá entre 2003 e 2007, um programa de transformação – sim, eles estavam na moda na TV. Ele passava no canal Sony, no Brasil. E se chamava Queer Eye for the Straight Guy. Nele, o “fab five”, time composto por cinco gays, cada um especialista em uma área, modificavam o estilo, a casa e a visão de mundo de um cara hetero. Kyan Douglas (aparênia), Ted Allen (gastronomia), Thom Felicia (decoração), Carson Kressley (moda) e Jai Rodriguez (cultura) formavam o time perfeito. Incrível não terem feito mais sucesso depois que o reality acabou. Carson, o mais carismático, hoje é jurado no RuPaul’s Drag Race.

Agora, mama Netflix colocou suas mãos generosas no Queer Eye e lançou, semana passada, o reboot do programa. Com um novo elenco de especialistas.

A notícia tinha despertado todo o medo que costumo sentir nessas horas. E se não ficasse à altura do original?

Então… as notícias são boas. A única coisa que faz muita falta na nova versão do Queer Eye é a abertura original.

No mais, por mais que a gente sinta falta dos “fab” de antes, a coisa toda se sustenta muito bem. Com a vantagem de ter retirado da equação uma correria constante que tornava os programas antigos um pouco cansativos.

O novo time funciona. O mais exagerado é Jonathan Van Ness (aparência), mas isso se explica pelo seu histórico de protagonista de uma série no YouTube, Gay of Thrones, que mistura comentários sobre GoT com cortes de cabelo. A vantagem que ele tem sobre Kyan é que, sendo cabelereiro, ele mesmo faz essa parte na transformação dos “straight guys”.

Antoni Porowski (gastronomia) foi indicado pelo próprio Ted Allen . Ensina receitas fáceis, à prova de iniciantes. Tan France (moda), Bobby Berk (design) e Karamo Brown (cultura) também cumprem bem os seus papeis. Cultura sempre foi a categoria menos definida do programa, porque tem que se adaptar aos gostos e à vida do “transformado… mas Karamo mostrou a que veio no terceiro episódio, em que o alvo deles é um policial.

São oito episódios disponíveis na Netflix. Valem o tempo investido!

 

            … e outros realities imperdíveis

Realities de competição são potencialmente viciantes: a partir do momento em que você começa a acompanhar, dificilmente escapa deles. E por que a gente ia querer escapar, heim?

Antes do hype em cima de RuPaul’s Drag Race, havia o America’s Next Top Model. A competição de modelos comandada por Tyra Banks tinha todos os elementos para virar cult: tinha desafios estranhos, uma repetição de situações interessantes para aumentar a audiência, injustiças clássicas… ou seja, aquele tempero de “não pode levar o programa a sério” que atrai legiões de fãs.

Com o tempo, perdeu força, tanto que a própria Tyra abandonou a apresentação do ANTM por uma temporada, substituída por Rita Ora. Mas isso não durou, e agora temos uma temporada novinha em folha, com Tyra e todos os ingredientes que nos fazem acompanhar cada episódio. Pena que, para isso, a gente precise garimpar online, porque a nova temporada não está sendo exibida no Brasil, ainda. Para quem gosta do estilo, continua sendo fundamental.

A mesma exigência de garimpo acontece para quem quer estar em dia com RuPaul’s Drag Race, atualmente em sua terceira temporada All Stars.

Como o programa ganhou muita popularidade nos últimos anos e temporadas, não é tão difícil ficar com os episódios em dia. Garantia de muitos memes e bordões. Shantay, you stay!