Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

O papa da alegria

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

O papa da alegria

Pe. Adilson José Colombi

O papa Francisco não cansa de afirmar, em suas falas, que o Evangelho (a Boa Nova) é fonte de alegria. Isso não só na sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (A Alegria do Evangelho). Não perde uma ocasião para proclamar essa verdade. Segundo ele, “não existe cristão sem alegria”. Para ele, a tristeza contradiz a mensagem fundamental do Evangelho. E, agora neste tempo da Páscoa, creio que esta fala do papa Francisco tem algo a nos dizer, a fim de revermos onde estamos buscando nossas alegrias e porque há tanta tristeza, em nossas famílias e ambientes.

E o papa traduz essa mensagem, dessa forma: “O cristão é um homem e uma mulher da alegria, um homem e uma mulher com a alegria no coração. Não existe cristão sem alegria! Mas, Padre, eu já vi tanta coisa! Não são cristãos! Dizem que são, mas não são! Falta-lhes alguma coisa. A carteira de identidade do cristão é a alegria, a alegria do Evangelho, a alegria de ter sido escolhido por Jesus, salvo por Ele, regenerado por Jesus. A alegria daquela esperança que Jesus espera de nós, a alegria que, nas cruzes e nos sofrimentos desta vida, se expressa de outra maneira que é a paz, na certeza de que Jesus nos acompanha. Está conosco” (23/05/2016).

O homem e a mulher dos tempos atuais estão por demais apegados aos bens materiais. Depositam suas esperanças e as possibilidades de encontrar a alegria neles. Sabemos, porém, que, embora a riqueza não seja má em si mesma, não pode proporcionar tudo o que o ser humano necessita para encontrar a verdadeira alegria. O máximo que oferece são momentos de alegria fugazes, mas que na maioria das vezes deixam depois laivos de decepção, de insatisfação, de vazio. Justamente, por ser apenas instantes de aparente de alegria, que não saciam a fome de uma alegria mais profunda, duradoura e que traz satisfação interior que plenifica o existir humano. Dai, nasce a tristeza que perpassa todo íntimo da pessoa e, muitas vezes, transborda em uma tristeza profunda.

A Boa Nova do Reino, proposta por Jesus de Nazaré, é, sem dúvida, o antídoto para tristeza. Neste sentido, o papa continua sua reflexão dizendo: Quando “encontramos pessoas que se dizem cristãs e querem ser cristãs, mas são tristes, algo está errado. E nós devemos ajudá-las a encontrar Jesus, a tirar essa tristeza, para que possam se alegrar com o Evangelho, possam ter essa alegria que é própria do Evangelho”.

O papa Francisco mostra o fundamento da alegria do cristão (ã). A raiz ou onde se encontra a verdadeira fonte da alegria de quem vive a Boa Nova do Reino. Diz o papa: “O cristão faz esta alegria crescer com a confiança em Deus. Deus se lembra sempre de sua aliança. O cristão sabe que Deus se lembra dele, que Deus o ama, que Deus o acompanha, que Deus o espera. Esta é a alegria”.

Numa sociedade e numa cultura que dão a impressão que promovem ou se omitem diante da violência e da banalização da vida humana, e mais ainda, incentivam manifestações de alegrias fugazes, vazias de conteúdo, é bom lembrar esse alerta do papa. Também nos adverte que na busca da felicidade, o ser humano vai avidamente experimentando “muitas coisas que, no final, nos entristecem: prometem muito, mas não nos darão nada!”. E arremata, afirmando que temos que ter sempre presente: “Lembrem-se bem: um cristão é um homem e uma mulher de alegria, de alegria no Senhor”.

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