Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

O passado sempre presente

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

O passado sempre presente

Pe. Adilson José Colombi

A história da humanidade é feita ou construída com ideias e fatos. Uma ideia não se esgota em fato histórico. Ela, na maioria das vezes migra. Vai se instalar em outras partes do Planeta, essa nossa Casa Comum. Torna-se semente de novos fatos semelhantes. Acontece não só em locais diversos, mas em tempos também diferentes. Até séculos e milênios posteriores.

É a história se repetindo? Não nos parece assim. Sempre há algo de novo porque os tempos e os locais são outros. Todavia, sempre é a mesma semente, em se tratando de fatos negativos e destrutivos. Normalmente, é a intolerância, com “sobrenomes” diferenciados: étnica, cultural, racial, religiosa… Sempre, porém, com resultados, frutos bem semelhantes: violência, destruição, desespero, mortes…

Essa reflexão me veio à mente, quando a imprensa internacional noticiou mais um fato histórico: massacre em uma Igreja Católica da Nigéria no dia da Solenidade de Pentecostes (05/05/22). Isto durante a celebração litúrgica da Solenidade. Também, conhecida como o Domingo da Vinda do Espírito Santo sobre a Igreja, reunida em Jerusalém, cinquenta dias após a Ressurreição de Jesus Cristo. Daí o nome de Penta (cinquenta) Costes (dias) – Pentecostes.

Homens armados invadiram a Igreja de São Francisco Xavier em Owo, Estado de Ondo, Nigéria, atirando contra os fiéis que estavam celebrando a missa de Pentecostes. Muitas vítimas. Não foram fornecidos números exatos, mas mais de 50 entre mortos e feridos. Inclusive, crianças. Não se tem ainda claramente as motivações do ataque. Contudo, sabe-se que são grupos extremos de fanáticos que operam também em outros países. Normalmente, são de cunho anticristãos/as. Sempre com o intuito de conturbar a ordem pública, gerando instabilidade social.

Bem, isso é mais um fato histórico, sem dúvida. Mas, o embrião está na intolerância. A mesma ideia do tempo dos Imperadores Romanos, em Roma e nas regiões, governadas por súbditos do Imperador, seus fiéis seguidores. É o passado presente, em nosso momento histórico. Não só na Nigéria, sua presença é notada, quase diariamente, em muitos lugares do nosso Planeta. Apenas, para exemplificar, na Índia, no Vietnã, no Paquistão, na China, no Sri Lanka….

Muita gente ainda pensa que Mártires só existiam no tempo dos Imperadores Romanos, popularizados pelos filmes espetaculares de Hollyhood. Não é bem assim. Muitas pessoas, hoje, em pleno século 21 dão a sua vida por causa da fé cristã católica. E, não poucas. Homens, mulheres, adolescentes, jovens e crianças. São torturados/as, por causa de sua fidelidade ao Evangelho e não querem abandonar, por nada, a sua fé, sua opção por seguir o Caminho, proposto por Jesus Cristo.

Boa parte dos brasileiros/as, ainda se declaram cristãos/as. Mas, com que convicção, com que vivência, com que participação…Não será, apenas, um verniz cristão, uma tradição…O que soma para a vida como um todo.

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