O maior rival do Flamengo é o Vasco e vice-versa, com duplo sentido, sempre. E nessa quarta-feira que passou, tivemos mais uma edição desse clássico que foi realmente sensacional, tirando o resultado é claro, que foi anormal, tendo em vista o retrospecto dos últimos anos de gozação inesgotável pra cima da turma do cinto de segurança de três pontas. Tanto isso é verdade, que a última vez que o Flamengo perdeu pro Vasco o Centro ainda era ao contrário há exatos 3 anos atrás.

Falando na partida, o primeiro tempo foi um jogaço, como há muito não se via entre os dois times! O segundo tempo também foi bem movimentado e no final o Vasco acabou ganhando o jogo porque estava com 12 jogadores em campo: 11 mais o Deivid Jimo Cupim Óleo de Pereba. Mas foi um grande clássico, digno das duas camisas e o negócio agora é deixar a turma rir um pouco também, faz parte, fazer o que né Deivid, seu f*%$$$%!!?!

Olha rapaz, se eu perco um gol desses que o Deivid perdeu (e olha que já tive momentos futebolísticos bem parecidos com esse dele, os quais quero apagar da minha memória e não consigo!) ao término da partida, eu pego as minhas coisinhas, guardo na minha perna de pau, vou lá falar com a presidente e digo pra ela esquecer a dívida que o Flamengo tem comigo, porque foi uma vergonha isso que ele fez! Deviam ter mandado ele vir a pé do Engenhão, passando pelas favelas até a Gávea, vestindo uma camisa com os dizeres: “Ado, aado, vocês são tudo uns favelado!”.

Se fosse no Irã ficaria manco pro resto da vida, de certeza! Se fosse na China teria que pagar a bala pra se matar! Se fosse na Argentina seria obrigado a andar com a camisa do Pelé pela torcida em um jogo do Boca Juniors! Se fosse na Índia batiam uma foto dele simulando sexo com um vaca e distribuíam nos arredores do Rio Ganges! Se fosse na Rocinha dariam pra ele uma camisa da X-9 Paulistana e soltariam ele no Baile Funk do Microondas! Se fosse em São Paulo fantasiava ele de Celso Pitta e mandava ele ficar pedindo carona na Marginal Tietê! Se fosse em Governador Celso Ramos botava uma camisa nele escrito “Farra do boi: cadeia é a solução!” e soltava ele pela vila de pescadores! Enfim, como diria Galvão Bueno: “Olha o que ele fez, olha o que ele fez!”. É inacreditável!

E assistindo o Deivid perder aquele gol, me lembrei do Cléber Machado, narrando o GP da Áustria de 2002, quando o Barrichello, ainda na Ferrari, teve que deixar o Schumacão passar na última volta: “Hoje não, hoje não, hoje sim!!!!”

(texto publicado no Papo de Bar do Jornal Município Dia-a-Dia edição do dia 24/02/2012)

Fernando Lauritzen – twitter.com/flauritz