O que os eleitores de Brusque pensam sobre seus candidatos à presidência

Jornal ouviu apoiadores para expor quais são os fatores que os levam às suas escolhas

O que os eleitores de Brusque pensam sobre seus candidatos à presidência

Jornal ouviu apoiadores para expor quais são os fatores que os levam às suas escolhas

Com o objetivo de dar voz aos eleitores da região de Brusque e contribuir com o debate democrático, o jornal O Município ouviu diversos eleitores de candidatos a presidente.

Os eleitores se cadastraram no site do jornal para comentar sobre o seu candidatos. Foram selecionados dois por candidato, nos casos em que houve pelo menos dois inscritos.

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Foram ouvidos dois eleitores de Álvaro Dias (PODE), Guilherme Boulos (PSOL), Jair Bolsonaro (PSL) e João Amoêdo (NOVO). Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB) tiveram só um inscrito, ou apenas um foi localizado pela reportagem.

Já Cabo Daciolo (PATRI), Henrique Meirelles (MDB), João Goulart Filho (PPL), José Maria Eymael (DC), Marina Silva (REDE) e Vera Lúcia (PSTU) não tiveram inscritos.

Os eleitores foram questionados sobre quais são os principais pontos que os fazem escolher o candidato e também sobre questões específicas de cada um, por exemplo, citações em processos ou falas polêmicas.

À exceção da eleitora de Haddad, que quer a volta dos tempos de governo Lula, os demais pregam um discurso de mudança. Há também uma preocupação com o clima de extremismo que impera no país, por isso alguns optam por candidatos mais conciliadores.

Álvaro Dias (PODE)
Claudio Stein Filho, 42 anos, educador social, morador do Jardim Maluche, filiado ao MDB

O eleitor considera que um dos principais fatores para a escolha é o histórico de Álvaro Dias. “Como tenho família que mora em Curitiba e tenho amigos do Paraná, eles me disseram que é um cara que não é envolvido com escândalos. Pode até ter um processo judicial ou outro, mas não tem escândalos”.

Além disso, Stein Filho diz que o candidato apoia a mesma agenda que ele. “Também me baseei em candidatos que não apoiam o que eu também não apoio. Sou contra o aborto, contra a mudança de sexo e sou extremamente contra tu teres um revólver. Ainda mais numa sociedade em que as pessoas não estão preparadas para ter arma. É só ir na delegacia perguntar ao delegado quantas brigas de vizinho e de trânsito que existem aqui”.

Rafael Vargas, 36 anos, professor, morador do Planalto, filiado ao SD

Para o eleitor, o candidato do Podemos têm experiência para comandar o país. “Um dos principais fatores que fez eu escolhê-lo é a experiência administrativa, já foi governador e senador, então já sabe como funciona a máquina pública. Para mim, é muito importante ter experiência administrativa, já que o Brasil se encontra numa situação deplorável”.

Vargas também avalia que Álvaro poderá pacificar a nação. “Vejo que tem um discurso que pode unificar a sociedade, dividida entre esquerda e direita. Ele é um político conciliador”.

Questionado sobre o fato de Álvaro já ter sido citado em delação, o eleitor pondera que simplesmente ser mencionado não o torna culpado. “Ele tem que ser julgado e precisam comprovar que cometeu os delitos, porque qualquer um pode ser citado”.

Ciro Gomes (PDT)
Cleyton Aparecido Dagues, 35 anos, funcionário público, morador do Rio Branco

Para o eleitor, Ciro Gomes entende melhor a conjuntura brasileira, por isso é mais capacitado. “Poucas pessoas conseguem fazer o diagnóstico como ele. Na visão dele, o Brasil está nessa situação não por causa do PT ou PSDB, é um problema estrutural que o país tem no desenvolvimento. Esse modelo já está falido e precisa de um novo modelo”.

Questionado sobre o viés intervencionista de Gomes, Dagues diz que o Estado deve ter papel importante na economia. “É claro que o governo não pode ser 100% interventor, porque se o Brasil e o mundo chegaram a este nível de desenvolvimento, foi graças à iniciativa privada. Mas no primeiro momento, todo desenvolvimento é pautado pela ajuda do Estado”.

Sobre o fato de Gomes não ter coligado com nenhum partido, portanto, se eleito, terá de negociar ou ficará sem maioria no Congresso, o eleitor avalia que o próprio candidato dá a resposta para pautas-bombas serem votadas.

“As ações mais importantes que o presidente faz é nos seis primeiros meses. Propor e colocar em votação nos seis primeiros meses [quando tem apoio popular]”.

Fernando Haddad (PT)
Julie Francisco Ricardo, 20 anos, acadêmica de História, moradora do Águas Claras

A eleitora diz que o principal motivo é a indicação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Porque o Lula o indicou, porque antes eu não conhecia muito a figura dele [Haddad]. Agora, por ele ser um professor, acredito também na figura dele”.

Perguntada sobre quais propostas do petista ela apoia, Julie afirma: “no que se refere ao plano de governo, tanto o dele quando o do Lula traz os direitos sociais, educação, que os outros candidatos não estão trazendo”.

A prisão de Lula não interfere na sua escolha. “Tem toda a defesa que o PT faz, que não considera a prisão justa, o que eu apoio. Então, eu desconsidero a prisão, não acho que teve provas. Isso não afeta o meu voto”.

Geraldo Alckmin (PSDB)
Marcos Eduardo Maestri, 28 anos, advogado, morador do Primeiro de Maio, filiado ao PSDB

O eleitor diz que Alckmin tem experiência administrativa para governar porque “quem administrou São Paulo, consegue administrar o Brasil”. Ele também diz que Alckmin tem um bom perfil. “Tem perfil ético, um cara que tem o mesmo patrimônio desde sempre. Não aceitou os privilégios do poder”.

Maestri afirma que o plano de governo também pesou para sua escolha. “O plano de governo é sensacional, foi feito pelo Luiz Felipe d’Avila. É um quadro fantástico, e ele tem soluções verídicas para o Brasil. Foi feito com base em estudos. Não é simples, é bem aprofundado em todas as questões”.

Questionado sobre os escândalos de corrupção no governo paulista, que era chefiado por Alckmin, o eleitor diz que o candidato agiu bem. “Como o governo é feito por pessoas, é impossível se precaver de tudo. Sempre vai haver corrupção. A diferença está no perfil da pessoa. O que aconteceu em São Paulo foi investigado, e as pessoas foram processadas e demitidas”.

Guilherme Boulos (PSOL)
Vanessa Constanza Setragni Becker, 48 anos, gestora ambiental, moradora do Santa Rita

A eleitora diz que as propostas de Boulos são mais abrangentes. “Principalmente nas questões que considero mais importantes, olhando por aqueles que normalmente não são vistos, o posicionamento dele a favor das causas LGBT, a luta das mulheres por igualdade, a colocação dele sobre a questão do aborto como de saúde, não criminal. São propostas que muito me atraíram porque acredito que é o que precisamos para nos reformarmos enquanto sociedade”.

Questionada sobre o plano econômico à esquerda de Boulos, Vanessa diz que ele é diferenciado. “Os candidatos, em geral, para mim, se baseiam muito dentro deste paradigma econômico. Vejo que a sociedade leva o econômico, não econômico leva as pessoas. Não vejo como propostas direitistas ou esquerdistas, vejo como coerentes”.

Kerlem Rodighero Conde, 21 anos, estudante, morador do Centro

Para o eleitor, Boulos combaterá desigualdades. “É uma candidatura de combate ao privilégios políticos e econômicos, do mercado financeiro. Existe uma elite do serviço público e uma elite financeira que atrasa o Brasil. O Guilherme Boulos é a única candidatura que combate o status quo”.

Questionado sobre a experiência de outros país da América do Sul com governos de esquerda, Kerlem afirma que a ideologia não é responsável pelos problemas. “Inicialmente, cumpre estabelecer que a candidatura é uma proposta para o Brasil. Mas acho importante destacar a questão histórica, por exemplo, o resultado da política da Venezuela não é resultante necessariamente das políticas atuais. Na década de 90, 70, o sistema venezuelano sempre baseou sua economia basicamente no petróleo, que estava 140 a 160 dólares o barril, está 30 a 40 dólares. Isso causa fracasso. O Macri, na Argentina, se utilizou de todas as políticas neoliberais, livre mercado e se vê numa crise econômica. Isso tem a mais a ver com o posicionamento do país no capitalismo do que a ideologia dele”.

Jair Bolsonaro (PSL)
Paulo Cesar Joenck, 46 anos, designer de móveis, morador do Poço Fundo

O eleitor considera Bolsonaro diferenciado. “Não posso ser conivente com o que aconteceu até agora, e o Bolsonaro, a princípio, é diferente, nunca foi candidato a presidente. É uma situação que pode ser melhor porque uma austeridade é necessária. Em momentos de dificuldade, se não formos austeros em alguns aspectos, a tendência é só piorar”.

“O nosso país está bagunçado porque todo mundo está querendo saquear o país. Temos que fazer algo para as próximas gerações. O que fazemos hoje é para outras gerações”, completa.

Questionado sobre falas consideradas polêmicas de Bolsonaro, sobre mulheres e índios, por exemplo, o eleitor avalia que “a polêmica depende do ponto de vista”. “Ele está sendo altamente deturpado no que ele fala. As pessoas ouvem uma coisa, mas tem que ver o contexto, tudo tem contexto”.

“Na presidência, não vai virar carrasco de uma hora para outra. No presidencialismo, temos o Congresso para ajudar ou atrapalhar ele. Por isso ele está sendo bombardeado de todos os lados, porque ele não faz parte do outro lado, que não quer sair do poder. É uma briga muito grande de poder, de dinheiro, que é o que manda”.

André Luis Batisti, 24 anos, empresário, morador do Primeiro de Maio

O eleitor considera que Bolsonaro reúne atributos importantes para ser a melhor opção para o país. “Não se tem denúncia contra ele por corrupção, então é ficha limpa. Segundo: sou empresário e converso com outros empresários, a maior dificuldade é a alta carga tributária. Depois que ele conversou com o Paulo Guedes para ser o ministro da Fazenda, é um passo muito importante para a gente entrar na linha, dar emprego ao pessoal e crescer”.

Batisti também considera um governo Bolsonaro será mais isento. “O carro forte dele vai ser a economia mais liberal. Fazer negócio com o mundo todo sem viés ideológico. Sabemos que o dinheiro que saía do Brasil ia para Cuba, Venezuela e outros países socialistas e comunistas”.

Questionado sobre falas consideradas preconceituosas de Bolsonaro, o eleitor pondera as críticas. “O que ele falou na palestra não houve intenção de ofender ninguém, tanto que foi arquivado. Em relação a mulheres, também, pelo que sei e já pesquisei, não tem nenhuma fala dele que venha a incomodar alguém”.

João Amoêdo (NOVO)
Célio Joenck, 43 anos, designer e gerente de de projetos, morador do Dom Joaquim

Para o eleitor, Amoêdo representa um novo modo de administrar a máquina pública. “Desde quando conheci o Partido Novo, no início do ano, comecei a me informar mais e vi que a proposta deles vem ao encontro de uma administração empresarial para o país”.

Joenck considera que a proposta de ampla privatização é benéfica. “As estatais são interessantes para quem está lá. Não são feitas para a população ter retorno em cima disso. São estratégicas para o meio político, não para nós. A Petrobras é estratégica para o meio político, pelos cargos para quem está mamando nas tetas, não para a gente”.

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Questionado sobre a falta de experiência política do candidato, o eleitor diz que será difícil para todos, experientes ou não. “Quando ele for negociar com o Senado ou Câmara, ele vai abrir para o povo ver. Votar no Amoêdo seria uma prova da população ao meio político de que a forma antiga não serve mais”.

Jessica Bequer Magalhães, 25 anos, advogada, moradora do Centro de Guabiruba

A eleitora considera Amoêdo o mais bem preparado. “Acredito que a capacidade administrativa dele está à frente de outros candidatos. Pelas propostas dele de focar em Educação, Saúde e Segurança e privatizar o resto para ter um Estado mais eficiente”.

Jessica avalia que o candidato passará a ser um exemplo de uma nova política. “Se fosse por experiência, os outros teriam feito o que prometeram. Claro que ele almeja algo diferente, principalmente a redução de privilégios, que considero importante pra votar nele. Como se muda? Dando exemplo, e é isso que ele vai fazer com os benefício dele e do partido”.

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