OAB de Santa Catarina manifesta repúdio ao assassinato de advogada
Lucimara Stasiak, formada em Direito pela Furb, foi morta pelo namorado, também advogado
Lucimara Stasiak, formada em Direito pela Furb, foi morta pelo namorado, também advogado
O Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Santa Catarina emitiu uma nota de pesar e repúdio pela morte de Lucimara Stasiak, 29, a mulher morta pelo namorado no interior de um apartamento em Balneário Camboriú. Policiais negociam a rendição do assassino, Paulo de Carvalho Souza, 42 anos, desde 18h de terça-feira, 3.
Confira a íntegra
A OAB/SC vem a público manifestar profundo pesar e repúdio com o assassinato da advogada Lucimara Stasiak de 29 anos, inscrita na entidade sob o nº. 37.458, muito engajada nas ações institucionais da classe. As investigações do crime apontam para um possível feminicídio.
Nesta manhã o presidente da OAB/SC, Rafael Horn, esteve pessoalmente no local onde a polícia negocia a rendição do acusado pelo crime e conversou com as autoridades policiais que conduzem o caso. “Ficamos consternados com o ocorrido e não aceitamos qualquer tipo de violência. Estamos falando da vida de uma pessoa, o bem mais precioso que temos, suprimida em circunstâncias dramáticas. A OAB catarinense atua pela igualdade de gênero, pelo protagonismo feminino em todas as camadas da sociedade e reiteradamente tem se posicionado pelo fim da violência contra a mulher, inclusive realizado ações junto à sociedade por intermédio das nossas comissões temáticas. Prestaremos todo o apoio necessário à família de Lucimara e estaremos do seu lado para que se faça justiça nesse caso”, afirma o presidente da Seccional.
A Comissão da Mulher Advogada, a Comissão de Combate à Violência Doméstica da OAB/SC e a Comissão da Mulher Advogada da OAB Balneário Camboriú, também estão acompanhando os fatos junto às autoridades policiais e prestando apoio à família.
A OAB/SC defende que a violência de gênero seja combatida, de forma exemplar, por homens e mulheres. “Estamos estarrecidos com o crime! Lucimara estava perto de nós, mas mesmo assim foi vitimada. Essa sensação de impotência é gerada em parte pela impunidade dos agressores e também pela manutenção da misoginia, fruto de um machismo estrutural que a sociedade brasileira não pode chancelar. Essa epidemia de violência contra as mulheres precisa acabar! Estamos e seguiremos em luta, diariamente, debatendo e propondo medidas contra a violência de gênero.”, declarou a presidente da Comissão da Mulher Advogada, Rejane Silva Sánchez.
“Lamentamos profundamente a morte brutal da nossa colega, o qual tudo indica ter sido assassinada pelo seu namorado. A nossa Comissão se preocupa e luta constantemente com a violência diária sofrida pelo povo brasileiro, em especial, de crimes cometidos contra a mulher”, afirmou a presidente da Comissão de Combate à Violência Doméstica, Patricia Christina Mendonça Fileti Pereira.
Inobstante todos os esforços, a escalada da violência contra a mulher cresce assustadoramente. Conforme dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública, o número de feminicídio entre 1º de janeiro e 11 de fevereiro de 2019 subiu 75% em comparação com o mesmo período de 2018. Até a referida data, haviam sido registrados sete casos este ano e quatro no ano passado. O Brasil ocupa a 5º posição no ranking do feminicídio mundial.
A OAB/SC reafirma o seu compromisso de fomentar o debate e promover ações efetivas contra a violência de gênero. Por fim, mais uma vez, externa as suas condolências aos familiares e amigos da vítima.