O curso de Design Gráfico é o responsável pela catalogação dos objetos existentes na casa por meio da fotografia. Todos os objetos catalogados estarão presentes virtualmente no museu digital.

O acadêmico Rodrigo Carretero Camargo de Oliveira é o responsável por esta parte do projeto. Semanalmente, ele vai até a casa, e capta fotos dos objetos como vasos, quadros, esculturas, mobílias, e também dos ambientes internos e externos como um todo. Ele também atua em parceria com as acadêmicas de arquitetura, auxiliando elas com fotografias arquitetônicas em 3D.

O professor coordenador do projeto, Robson Souza dos Santos, explica que o trabalho do acadêmico parece simples, mas é bastante complexo. “Não é só colocar o objeto em cima da mesa e fazer as fotos, tem que fazer a leitura de iluminação, ver qual a importância do objeto, o contexto dele para a história”.

Objetos importantes que compõem o casarão estão sendo fotografados e transformados em 3D | Foto: Rodrigo Carretero/Especial
Oliveira destaca que o processo é bastante demorado, já que a casa é repleta de móveis e objetos historicamente importantes. “Às vezes fico quase uma hora em um objeto só. Para fazer quatro quartos na parte de cima eu levei um dia inteiro para cada quarto”, conta.

O professor ressalta que tudo é feito com extremo cuidado. “Tem muitos armários com cristais. Tem que ter todo um cuidado, se quebrar algum objeto, estamos quebrando uma parte da história”.

Após o processo de fotografar os ambientes e os objetos, o acadêmico também faz a edição das imagens e as transforma em 3D, já que essas mesmas imagens é que serão utilizadas no museu digital.

 Teciteca virtual

Entre todos os projetos desenvolvidos no casarão, não poderia faltar um dedicado exclusivamente aos tecidos, produto pelo qual a fábrica ficou conhecida. Para isso, a acadêmica Andressa Guedert Pavesi, do curso de Design de Moda, têm mergulhado na história dos vários tipos de tecidos encontrados no casarão que, no futuro, farão parte de uma teciteca, ou seja, uma biblioteca de tecidos.

A teciteca também será desenvolvida virtualmente e, no futuro, todas as informações sobre os tecidos que estão na casa serão disponibilizadas para a população.

O projeto da teciteca, também coordenado pelo professor Robson Souza dos Santos, iniciou em 2008, quando voluntariamente os tecidos foram fotografados. O projeto ficou paralisado e agora retorna com força total, com a catalogação dos tecidos encontrados no local.

Tecidos que decoram parte das paredes e também os modelos que foram encontrados guardados serão catalogados | Foto: Bárbara Sales

“Nesse caso, nós corremos contra o tempo porque muita coisa está se deteriorando, tem muito pó. É esse material que vai servir de pesquisa para que mais tarde possa ser transformado em virtual”, explica o professor.

Andressa já encontrou muito material espalhado pela Villa Renaux como catálogos da década de 40, 60, books e documentos da fábrica relacionados aos tecidos. As amostras de tecido estão todas armazenadas na casa. Todo o levantamento do material utilizado já foi feito e agora a acadêmica trabalha na digitalização.

“A nossa preocupação é não perder a cor do tecido. A gente fotografa e cuida muito com a temperatura da cor. Muitas vezes temos que limpar porque está muito empoeirado. É um processo bem minucioso, mas muito gratificante”, diz a acadêmica.

O trabalho de Andressa também fará parte do museu virtual da Villa Renaux. Como muitas paredes do casarão são forradas com tecido, todo o levantamento de informações sobre as peças que estará disponível ao visitante será feito pela bolsista.