Obra de duplicação da Antônio Heil ainda não tem licença da ANTT
Enquanto a empresa não tem licença para mexer no trevo com a BR-101, trabalhos avançam em outros pontos da rodovia
As obras de duplicação da rodovia Antônio Heil (SC-486), no trecho pertencente à Itajaí, estão em ritmo acelerado. Nas últimas semanas, os avanços do trabalho às margens da rodovia já estão mais visíveis e, a intenção do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) é recuperar o tempo perdido devido a demora na liberação das licenças ambientais.
“A ordem de serviço para o início da obra é de outubro, e a licença ambiental saiu só em janeiro. Temos, pelo menos, três meses justificados porque a licença ambiental não saiu, mas isso não nos impede de recuperar o cronograma”, afirma o engenheiro responsável pela fiscalização da obra, Cleo Quaresma.
De acordo com o Deinfra, cerca de 85% do trecho que será duplicado já está liberado para que a obra seja feita. O engenheiro destaca que, por enquanto, o trabalho está concentrado na parte de infraestrutura da rodovia. “Agora, estamos fazendo a terraplanagem e trabalhando na drenagem. Estamos concentrados na parte da infraestrutura para depois fazer o alargamento das pistas e, em seguida, o asfaltamento. Estamos fazendo as cercas e o desvio na Epagri para poder cravar as estacas do viaduto”.
Quaresma diz ainda que, daqui para frente, a intenção é acelerar ainda mais e concluir as etapas que estavam previstas e não foram realizadas no período de indefinições. “Solicitamos a empresa Triunfo/Compasa mais agilidade, com isso, esperamos que o cronograma seja abreviado. No entanto, temos problemas que independem da empresa, que são os deslocamentos de adutora, linha telefônica, postes da Celesc”.
Obra no trevo com a BR-101
Uma das fases mais complicadas na duplicação da Antônio Heil será as mudanças no trevo que liga a rodovia à BR-101. A estimativa do Deinfra é de que 14 meses dos quase dois anos e meio de prazo para obra sejam dedicados somente para a intersecção. O entroncamento será reformulado com um modelo de trevo completo, facilitando o tráfego de veículos, principalmente de retorno.
No entanto, as alterações no trevo ainda não tem data para iniciar. Segundo o gerente de obras de transporte do Deinfra, Adalberto de Souza, o órgão estadual ainda aguarda a autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e da Autopista Litoral Sul – que tem a concessão deste trecho da BR-101 – para iniciar a obra no local. “O projeto já foi mandado para eles há uns dois meses para aprovação e eles estão analisando ainda. Eles podem aprovar, como também podem pedir alterações. Sem o parecer, ninguém pode intervir ali ainda, mas não temos um prazo de quando isso deve acontecer”, diz.
Enquanto a autorização não chega, o gerente garante que as obras nos demais trechos da rodovia prosseguirão. “Vamos trabalhar nos outros segmentos da rodovia até que a liberação deles aconteça”.
A ordem de serviço para a duplicação da Antônio Heil, entre a BR-101 e o limite com Brusque, foi assinada em 2 de julho de 2014. Para duplicar os 21 quilômetros da rodovia serão investidos R$ 131 milhões, já inclusos os valores para indenizações. O prazo de conclusão da obra é de 900 dias.
Trecho de Brusque em atraso
No trecho da rodovia Antônio Heil pertencente a Brusque, os trabalhos também avançam, mas em ritmo mais lento. A obra, que tem prazo de entrega previsto para setembro, deve levar mais alguns meses para ficar pronta.
Em entrevista à Rádio Diplomata, o empresário Ingo Fischer – diretor da Irmãos Fischer, empresa que financia a obra em troca de abatimento do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) -, afirma que os atrasos se devem a indefinições nos projetos por parte do Deinfra. “Estamos com uma pequena dificuldade com o Deinfra que não está definindo os projetos da nova ponte e do elevado que terá em frente à Fischer. A obra não está parada, mas poderia estar mais adiantada. Tenho a impressão que até o fim do ano, mais tardar no primeiro trimestre, esta parte da rodovia será concluída”.
Ainda segundo informações do empresário, o trecho que sai da ponte da Uvel até a entrada do bairro Limeira, deve ser incluído no projeto de duplicação da rodovia financiado pela Irmãos Fischer. “Segundo informações do governo, esse pedaço será incluído no projeto para termos uma finalização melhor deste trecho. Se terminarmos a duplicação em cima da ponte, haverá problemas para frente. Se conseguirmos trazer isso para a rótula da Limeira, teremos uma vazão maior. Estou lutando por isso agora”.