Octogenárias de Brusque se encontram para trocar ideias em alemão

Mensalmente as mulheres se reúnem na Bartz para um momento de descontração e recordações

Octogenárias de Brusque se encontram para trocar ideias em alemão

Mensalmente as mulheres se reúnem na Bartz para um momento de descontração e recordações

É tradição. Toda última terça-feira do mês, às 15h, na Panificadora e Confeitaria Bartz, as ‘meninas’ octogenárias de Brusque se encontram para um gostoso bate-papo em alemão. Para a ocasião, claro que o prato típico da gastronomia alemã não pode faltar: a deliciosa cuca, acompanha de café.

Intitulado G-7, o Grupo das Sete Mulheres, em alemão Die Gruppe der Sieben, as senhoras aproveitam o encontro para trocar ideias sobre saúde, política, sobre o que estão lendo e também o que está acontecendo com suas famílias, além de trocarem saborosas receitas.

Idealizado em 2009 pela escritora e tradutora Marga Helga Erbe Kamp, 85 anos, o G-7 reúne amigas de infância. Hoje integram as reuniões Odette Appel Brandes, 82; Carla Siewert, 86; Erna Jönk Weingärtner, 85; Ursula Rombach, 84 e Sueli Orthmann Kock, 65 anos – a única que não é octogenária e que está há menos tempo no grupo – apenas um ano.

Atualmente o grupo não está completo, já que uma das sete integrantes, Edla Risch Kuhn, 67, se mudou de Brusque e parou de participar dos encontros.

Em um pequeno livro, produzido pelas senhoras, há um pouco do que o G-7 é. “Recordações que ficaram dessa trajetória de oito décadas são lembradas, troca de experiências, impressões. Aqui recordar é viver. Não somos sete países, mas mundos, mundos de memórias, mundos de muitas memórias”.

As senhoras, que desde a infância falam alemão e possuem o mesmo nível intelectual, destacam que são muitos os assuntos dos encontros, exceto falar de coisas ruins e doenças. “As doenças têm que ficar em casa”, diz Ursula, que garante que nunca faltam assuntos.

No entanto, quanto ao uso da língua alemã, falam como fazem todos os descendentes germânicos na região: quando falta uma palavra em alemão, vai o português no meio e todos se entendem. “O contato mantém o idioma em dia”, diz Ursula.

“Não podemos ter vergonha de falar ou de falar errado”, completa Carla. Da mesma maneira, Marga, que considera muito salutar que mulheres troquem confidências, fazer traduções mantém a mente ativa.

Amizade viva há décadas

A descontração, alegria e carinho com que as senhoras se tratam é evidente. Há amor em cada gesto, em cada fala. Estarem juntas é sinônimo de que tudo o que viveram foi especial e continua vivo nas suas lembranças e nos seus corações.

Para Odete, gratidão define o sentimento de participar do G-7. “Me sinto muito bem aqui”. Carla destaca que é um momento de troca. Ela conta que tem muita convivência com parentes da Europa e até hoje se corresponde em alemão com eles.

Erna enfatiza que os encontros são muito bons, e quando não se entendem, praticam o alemão “portuguesado” de Brusque. Ursula afirma que são todas amigas de infância, com exceção da Sueli, e que esses encontram renovam esse elo de amizade.

Já para Sueli, são muitos os aprendizados com as amigas, tanto no idioma como para a vida. “Me sinto bem e aprendo com as histórias dos antepassados, de Brusque. Crescemos muito em um grupo assim”, diz.

Conheça as mulheres do G-7

Marga Helga Erbe Kamp
85 anos

Odette Appel Brandes
82 anos

Carla Siewert
86 anos

Erna Jönk Weingärtner
85 anos

Ursula Rombach
84 anos

Sueli Orthmann Kock
65 anos

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