Ofício de gerações: irmãs continuam o legado da mãe e da avó na costura em Guabiruba

Denise e Daniela aprenderam a costurar ainda crianças e hoje tocam a empresa criada pela mãe

Ofício de gerações: irmãs continuam o legado da mãe e da avó na costura em Guabiruba

Denise e Daniela aprenderam a costurar ainda crianças e hoje tocam a empresa criada pela mãe

As irmãs Denise Ebele Cavichioli, 42 anos, e Daniela Ebele Selva, 41 anos, cresceram acompanhando a mãe, Romilde Bernadete Ebele, a dona Dete, em meio às linhas e fios da costura e, ainda crianças, entraram para o ofício que seguem até hoje.

Denise conta que a mãe, hoje aposentada, sempre gostou muito de costurar. O pai trabalhava na Schlösser e sempre conseguia retalhos a preço de custo. Era com esses retalhos que Dete fazia as roupas para a família.

“As pessoas começaram a pedir para ela fazer, as encomendas foram surgindo, um passando o contato para o outro, e então ela começou a costurar para fora”.

Na época, quando a rua Azambuja era forte com as confecções, dona Dete foi convidada para fazer camisas e moletons para uma loja. Após um tempo, começou a fazer peças em jeans e após seis anos, com muito esforço, iniciou a confecção própria, com a aquisição da primeira máquina grande.

Denise e Daniela acompanharam toda essa fase e pegaram gosto pela profissão. “Fomos crescendo junto e acompanhando. Fazíamos pequenos serviços manuais quando ela precisava, mas na maioria do tempo ficávamos junto, enquanto a mãe costurava, a gente desenhava e costurava vestidos para as bonecas”, lembra.

Além da mãe, a avó de Denise e Daniela também atuou na costura. Ela fazia vestidos de noiva na antiga máquina de pedal, por isso, na família, o ofício foi passado de geração em geração.

Costurando desde a infância

Quando Denise completou 10 anos, começou a ajudar a mãe na máquina de costura. O mesmo aconteceu com Daniela, que logo também assumiu um lugar na máquina. “O tempo foi passando e fomos trabalhando juntas. Com o tempo, resolvemos sair do jeans e passar para a malha. O maquinário foi aumentando e entramos de sócias”.

As irmãs casaram, tiveram filhos e continuaram na profissão ensinada pela mãe. “Criamos nossos filhos aqui em meio aos retalhos. Colocava os bebês embaixo da mesa de revisão e continuava trabalhando”, destaca.

Uma das filhas de Denise, inclusive, começou a trabalhar com a mãe, a tia e a avó na costura aos 12 anos. “Foi com o dinheiro da costura que conseguimos formar ela. Hoje ela é dentista”.

Irmãs têm paixão pela costura | Foto: Bárbara Sales/O Município

Além de Denise e Daniela, dona Dete tem mais uma filha, a Diana, que por um tempo também atuou junto na costura até se formar professora. “Eu e a Daniela continuamos a tradição. Nossos filhos hoje nos ajudam durante as férias escolares e aqui aprendem a ter disciplina, a dar valor ao dinheiro. Não sei se eles vão seguir na profissão, mas aprenderam a valorizar”.

Apesar dos desafios da profissão, as duas irmãs se orgulham de atuar em um ofício tão importante para a região. Denise e Daniela costuram com amor.

“Muitos menosprezam a costura, mas muita gente ganha o sustento pela costura. A nossa economia gira em torno disso. Não importa o que aconteça, as pessoas sempre vão precisar de roupa, por isso, as costureiras são muito importantes”, diz Denise.

“A costura precisa de muita persistência. Não é fácil, mas dá para ganhar o pão. Quando a gente faz o que gosta, a gente dá um jeito”, completa Daniela.

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