Ônibus poderão ter suporte para transportar bicicletas

Projeto de lei quer incentivar os ciclistas a se integrarem ao transporte coletivo

Ônibus poderão ter suporte para transportar bicicletas

Projeto de lei quer incentivar os ciclistas a se integrarem ao transporte coletivo

Tramita há três meses na Assembleia Legislativa um projeto de lei que prevê o transporte gratuito de bicicletas em ônibus municipais e intermunicipais em Santa Catarina. O objetivo é integrar os ciclistas com o transporte urbano coletivo.

Na proposta do deputado Aldo Schneider (PMDB) está a instalação de um suporte em ônibus coletivo público, com a finalidade de transportar a bicicleta do usuário. A iniciativa tem o intuito de possibilitar ao passageiro do transporte público o uso da bicicleta nos deslocamentos diários.

“Esta é uma forma de estimular a troca do carro pelo transporte público. A utilização da bicicleta como meio de transporte para os deslocamentos diários é bastante comum em vários países. Com o suporte instalado no ônibus, a bicicleta é apoiada e travada pelo condutor do veículo, o que proporciona segurança no transporte e evita que a mesma se desprenda e caia durante a viagem, ou seja roubada”, explica Aldo.

A obrigatoriedade para a instalação de suportes para colocação de bicicletas nos ônibus coletivos de passageiros municipais e intermunicipais deverá ser implantada gradualmente da seguinte forma: 10% da frota a partir de 2017, 20% a partir de 2018 e sucessivamente até 2026 com 100% da frota. Conforme consta na proposta, o benefício não acarretará em aumento das tarifas.

Forma de incentivo

O coordenador do Fórum da Bicicleta de Brusque, Edson Hofmann, 47 anos, afirma que toda forma de interligar modais é interessante. Ele diz que hoje, se um cidadão quiser se deslocar de um bairro distante para o Centro, não tem como trazer a bicicleta. “Com esse suporte, a pessoa poderia vir até determinado local do Centro de ônibus, parar e seguir o caminho de bicicleta, sem pedalar muito. Seria um grande apoio e incentivo ao uso da bike”.

Para Hofmann, a proposta de lei está em acordo com a tendência mundial. “Infelizmente em nossa cidade se pensa ao contrário. As autoridades pensam que abrir estrada é mobilidade. Mas a tendência mundial é diminuir velocidade e aumentar o fluxo de ônibus, vans e bicicletas”, diz.

Sem carro

Há sete anos, ele passou a utilizar a bicicleta como principal meio de transporte. Sem ter carro, quando precisa, pede o veículo emprestado ao filho. Assim, foi uma maneira de economizar com os gastos de seguro, manutenção e combustível. “Se tiver esse suporte, eu não precisarei pegar mais nem o carro do meu filho, porque conseguirei ir de uma cidade para outra e levar a bicicleta”.

Ele revela que quando viaja para o Rio de Janeiro e São Paulo, não utiliza táxi para se deslocar pelas cidades. “Eu alugo a biciclea do Itaú e passeio por onde quero, assim aproveito bem mais a cidade”, diz.

Cristiano Cunha, 40, também membro do Fórum de Bicicleta, garante que todo meio de transporte que facilitar a economia doméstica, bem como o orçamento, é bem-vindo. Ele ressalta que se o projeto se tornar lei, incentivará mais pessoas a utilizarem a bicicleta. “Vejo com bons olhos, é uma grande ideia. Nós do Fórum da Bicicleta, não temos nada contra o automóvel, até porque em nosso grupo, os representantes também têm carros, mas o principal meio de transporte é a bicicleta, que auxilia a desafogar o trânsito”, diz.

Nosso Brusque analisa proposta

O diretor do Nosso Brusque, Artur Klann, afirma que já tinha conhecimento do projeto de lei, no entanto, ainda não tem uma opinião formada sobre o assunto. “É necessário medir os prós e contras e estudar a forma de como fazer isso, para não prejudicar também as linhas de ônibus”, analisa.

Klann diz que a saída do motorista de dentro do ônibus para ajustar a bicicleta no suporte pode acarretar no atraso das linhas. “Tem o lado bom, que tratá novos passageiros, mas também pode afetar os outros com a demora. Por isso é preciso analisar”.

Ele ressalta que as empresas Santa Terezinha e Santa Luzia, que integram o consórcio Nosso Brusque, não são contra o projeto de lei, mas afirma que necessário estudar melhor o modelo de funcionamento. “Se realmente virar lei, com certeza nos adequaremos, até porque estamos sempre buscando melhorar para atrair mais passageiros e também mantermos os que já temos”, afirma.

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