José Francisco dos Santos

Mestre e doutor em Filosofia pela PUC/SP, é professor na Faculdade São Luiz e Unifebe, em Brusque e Faculdade Sinergia, em Navegantes/SC e funcionário do TJSC, lotado no Forum de Itajaí/SC.

Os militares e a educação

José Francisco dos Santos

Mestre e doutor em Filosofia pela PUC/SP, é professor na Faculdade São Luiz e Unifebe, em Brusque e Faculdade Sinergia, em Navegantes/SC e funcionário do TJSC, lotado no Forum de Itajaí/SC.

Os militares e a educação

José Francisco dos Santos

O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, já se pronunciou defendendo o aumento do número de escolas dirigidas por militares, pois tais escolas são um modelo que traz luz ao caos em que se encontra o sistema educacional brasileiro.

Meu colega aqui da coluna ao lado, na semana passada, noticiou que o governador do Distrito Federal também está empenhado em estabelecer esse modelo durante a sua gestão. Já anunciou quatro escolas militares e planeja mais algumas dezenas delas. Em Santa Catarina, o Colégio Policial Militar Feliciano Nunes Pires é uma referência ímpar no Estado, e conseguir uma vaga lá é quase um achado.

E por que a Educação Militar está despertando tanto a atenção? Já passou da hora de reconhecermos que a coisa não está funcionando a contento no nosso sistema educacional, e isso só vem piorando.

Há questões referentes à formação de professores, ideologização, métodos de alfabetização notadamente ineficazes e muitos outros problemas, mas o desinteresse e a indisciplina são uma terrível erva daninha, que corrói nossos melhores esforços. No conjunto, nossa escola perde para a escola de países que vivem na miséria e na guerra civil. Estamos imersos nesse modelo há tanto tempo, que sequer conseguimos identificar corretamente o terreno em que nos encontramos.

Nesse contexto, as escolas militares fornecem um parâmetro que, mesmo não sendo obrigatório, mostra que há uma luz no fim do túnel. Há um sistema que funciona. Por isso o ministro, eu e tanta gente que se preocupa com a Educação se encanta com o modelo do ensino militar. E quem dera pudéssemos contar com uma dessas escolas em nossa cidade e nas cidades da nossa região.

O que o Colégio Militar de Florianópolis tem ensinado é que crianças e jovens gostam de disciplina, de autoridade efetiva, de sentido ao que fazem. Nós, pais e mestres, é que parece que perdemos a mão nesse quesito. Enquanto não temos a graça de uma escola militar em Brusque, cumpre destacar, para o reconhecimento merecido, o que já faz a Polícia Militar para a Educação em nossa região.

Além do patrulhamento, há o Proerd, que há tempo vem capacitando crianças e adolescentes a se prevenirem contra as drogas e a violência, através de um trabalho educacional exemplar, além de projetos que visam ao fortalecimento do voluntariado, das virtudes e da solidariedade.

O tenente coronel Otávio Manoel Ferreira Filho, comandante do nosso batalhão, costuma, sem alarde, visitar escolas fora de seu horário de expediente, abordar e interagir com alunos problemáticos, procurando despertar neles valores que, na maioria dos casos, lares alquebrados não conseguem despertar.

Sua abordagem já ajudou a recuperar muitos desses delinquentes em potencial, mostrando que a prevenção é parte fundamental do trabalho da PM. Quem é da minha geração cresceu aprendendo a odiar militares, mas já está mais que na hora de despertar desse sono e reconhecer a fundamental importância deles para a sobrevivência da nossa democracia. Quando olhamos de perto para seus métodos educacionais, percebemos que há muito mais em sua atividade que manejo de armas. Que saibamos respeitar, admirar e aprender.

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