Na contramão da crise no ensino superior, a Unifebe vive seus tempos áureos. Em 2018 a instituição completa 45 anos de atuação, e fui conversar esta semana com o reitor Günther Lother Pertschy, para saber dos investimentos previstos e as expansões que estão sendo feitas na Unifebe.

Günther Lother Pertschy me recebeu na sua sala na reitoria, e depois de um bate-papo, me mostrou pessoalmente as principais instalações da Unifebe executadas no último ano, e adiantou alguns investimentos futuros. Dentre eles, o Bloco F, que será destinado a cursos na saúde e concentrará investimentos significativos para a fase da Unifebe que antecede o jubileu.

Há projetos que avançam a fronteira e se encontram em diversos países pelo mundo, consagrando a instituição brusquense entre as melhores de Santa Catarina.

Gunther Lother Pertschy apresentou algumas das principais instalações da Unifebe feitas em 2017. Foto Thayse Helena Machado

André Groh: No que se dá o interesse de países do exterior por Brusque especificamente?
Günther Lother Pertschy: Os alemães querem que criemos uma agencia internacional do clima, onde sejam criados pesquisas para serem voltadas a essas questões. A Alemanha por muito tempo poluiu o planeta, e hoje quer recompensar esse prejuízo causado. Então criou parcerias com 50 municípios, e Brusque é um deles por diversos fatores interpessoais, desde a colonização, com influencias culturais. Até porque a Alemanha sabe, a partir de pesquisas, que as mudanças climáticas afetarão principalmente as regiões do hemisfério sul, por isso, os 50 municípios são localizados estrategicamente abaixo da Linha do Equador.
No dia da inauguração das estações inteligentes em novembro, uma comitiva de Curitiba participou da cerimônia e em menos de uma semana estavam na Alemanha negociando a implementação dessas estações em Curitiba, num volume muito mais expressivo. Esse foi o primeiro passo que demos para se tornar uma Smart Cities, e já despertou o interesse da Inglaterra e Canadá para outros projetos similares.

A.G.: Quem executa esses projetos?
G.L.P.: A Unifebe orquestra os investimentos vindo da Europa, e com uma equipe de técnicos e engenheiros, viabiliza a execução. Faz a ponte direta com o governo e outras parcerias privadas no Brasil.

A.G.: Em que vão se pautar os investimentos em mobilidade para Brusque?
G.L.P.: No Brasil ainda vivemos uma fantasia de que carro elétrico é protótipo. No exterior já é realidade, e esses veículos já vem das montadoras e são comerciáveis por um preço justo. Até o México, que é equivalente ao Brasil, tem data para deixar de usar combustíveis fósseis e investe nos carros híbridos. Aqui a tributação do carro elétrico ainda é inviável, enquanto na Alemanha o abatimento chega a € 9 mil no veículo. Estudamos inicialmente implantar estações de bicicletas compartilhadas, para acompanhar o momento atual, e se preparar com alternativas para o futuro dos carros híbridos.

A.G.: O momento que a Unifebe vive também abre portas para novos cursos da engenharia?
G.L.P.: Com certeza, já existem alguns programados para esse ano. Mas nesse momento nosso primeiro passo serão os novos cursos da área da saúde.

A.G.: Como a instituição manteve a base com a atual crise no ensino superior?
G.L.P.: A Unifebe sempre teve um cuidado com a saúde financeira muito grande, então nunca teve grandes dívidas. Não vou dizer que a Unifebe não sentiu esse novo momento. Claro que sentiu… Se queríamos lançar três novos cursos, acabamos lançando só um. Se queríamos avançar muito mais em determinados projetos, não avançamos tanto. Porque o cenário demonstrava que precisávamos cautela. Mas mesmo assim seguimos com vários projetos novos, e inclusive, hoje a Unifebe tem ensino médio em parceria com o Colégio Amplo.

A.G.: O aluno do ensino médio vai ter acesso aos laboratórios da graduação?
G.L.P.: Já de imediato, as aulas serão dentro dos laboratórios. Os alunos contam com um novo ambiente, com impressora 3D e todas as tecnologias dos laboratórios da graduação.

A.G.: Quais são os principais laboratórios?
G.L.P.: Túnel de vento, equipamento que interpreta a incidência da luz, captação de água da chuva além de outros de química, física. O curso de pedagogia também tem diferenciais, e é um dos grandes que sempre se assegurou muito bem ao lado de administração e direito. Contabilidade possui escritório modelo, que tem um convênio inédito na região com a Receita Federal, que viabiliza usar softwares do órgão. O curso de Moda também, com o novo laboratório da Silmaq, e também o laboratório de Varejo, em parceria com a Havan, que foi um dos 5 primeiros implantados no Brasil. Então não são só os cursos de engenharia exclusivamente, mas todos nós tratamos com o mesmo nível de importância.

A.G.: A Unifebe programa algo para marcar os 45 anos?
G.L.P.: Sim, será lançado inicialmente um novo site. Ainda acontecerão no decorrer dos meses, intervalos culturais, e claro, um momento para marcar essa data. Nele serão homenageadas pessoas que fizeram parte da construção desses 45 anos.