Já virou rotina. Basta que um
organismo internacional divulgue uma pesquisa sobre Educação e o Brasil vai
correndo para a sua posição cativa: a rabeira! Dessa vez foi um levantamento
feito pela Organização pela Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, que
mediu o quanto os países participantes preparam seus jovens para uma vida
adulta produtiva. Dos 44 países analisados, o Brasil ficou com a 38ª posição.
Dados anteriores colocaram o Brasil (entre 65 países comparados) na 55ª posição em leitura, no 58º lugar em matemática e
na 59ª colocação em ciências, conforme informações retiradas do jornal O Estado
de São Paulo. A pesquisa, aliás, revelou o que já estamos cansados de saber e
de denunciar.

A divulgação
coincidiu com a fala do ministro da Educação, Aloísio Mercadante, comentando
laconicamente o descontentamento brutal do brasileiro nessa área. O ministro se
limitou a dizer que isso é incentivo para que continuem a trabalhar, trabalhar
e trabalhar. A julgar pela competência do trabalho, seria melhor que não
fizessem mesmo nada e simplesmente extinguissem o Ministério. Pelo menos não
teríamos que aturar diretrizes duvidosas e políticas educacionais mais
preocupadas em fazer formação política enviesada do que formar o intelecto das
crianças e jovens para uma inteligência verdadeiramente produtiva.

Em minha opinião,
isso só se conserta se retornarmos, o mais rápido possível, ao padrão da
educação clássica, com alfabetização de verdade, tabuada decorada, leitura
permanente e obrigatória. Depois que isso passou a ser “demodê”, as crianças
têm aprendido o jargão do “politicamente correto”, sabem tudo sobre o amor
homoafetivo, a discriminação racial ou a exploração dos trabalhadores, mas
contam-se nos dedos de uma mão quem leu uma obra clássica, consegue resolver um
problema matemático mediano ou ao menos imagina o que os problemas atuais têm a
ver com a Revolução Francesa.

O fato do Japão e a
Coreia do Sul estarem nas primeiras posições revela outra deficiência brutal da
nossa Educação: a indisciplina. O colunista Luiz Carlos Prates comentou muito
bem sobre isso na semana passada. Ao contrário do Japão, onde a disciplina é um
dos mais fortes elementos da cultura, aqui a autoridade de pais e professores
está cada vez mais na berlinda. Entregues aos próprios gostos, é evidente que
crianças e jovens não farão o que é preciso fazer para serem adultos
competentes.

Uma ampla e profunda reforma
cultural e educacional é condição para a nossa sobrevivência como nação que se
pretende civilizada.