Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Os partidos políticos são necessários?

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Os partidos políticos são necessários?

Pe. Adilson José Colombi

É uma pergunta que se escuta com frequência, por aí. O que responder? Bem, vamos começar por nos entender a respeito do que se compreende como Partido Político. Pode ser descrito como uma estrutura política que tem como finalidade representar “parte da sociedade” (daí, o nome “partido”), que concorda e aprova um conjunto de ideias que são um projeto de Governo e de Estado para ser implementado, a partir da conquista do governo, pelo voto popular, a fim de construir um projeto de País e de Nação, para todos.

Disto isso, logo se percebe que os Partidos Políticos continuam a ser válidos para a vida de um País e de uma Nação. Pois, o jogo político nas Democracias Representativas, ainda passa pela atuação dos Partidos Políticos, na vida da Câmara de Deputados e do Senado Federal, o seja no Congresso Nacional. É, aí, que são tomadas a grandes decisões da vida sociopolítica nacional. Por isso, são necessários, em uma Democracia Representativa.

Outra coisa é, se ainda estão realizando a missão que tinham quando foram criadas, na Europa, no final do século 19, as Democracias Representativas. Nelas, as agremiações políticas partidárias eram vistas e tidas como elementos necessários e fundamentais para o funcionamento democrático. Hoje, porém, perderam grande parte desse protagonismo. Não são mais um canal de comunicação entre a sociedade e a vida no Congresso, onde se tomam as decisões políticas. Perderam a capacidade de diálogo com o povo.

Por que aconteceu isso?  Bem, são muitas as razões, elenquemos algumas: o grande desinteresso da população com a política, muita “política” e pouca política de verdade que leva em conta o bem comum, os Partidos Políticos se fecharam sobre si mesmos, buscando seus interesses ou de seus “chefes” e, sobretudo, a presença atuante de todos o meio virtuais de comunicação… Os Partidos Políticos perderam não só a capacidade de diálogo com o povo, mas também a capacidade de mobilização, de educação política, formação da cidadania, formação de opinião pública, de fixação de diretrizes políticas ético-políticas, etc..

Os Partidos Políticos perderam sua finalidade fundamental, numa Democracia Representativas, deixando de representar “parte” da sociedade e começaram a ser “feudos”, comandados por “chefes” que se beneficiam dos grandes montantes monetários, tirados do nosso dinheiro público, recolhidos pelos pesados impostos cobrados pelo Estado. Tornaram-se estruturas a serviço de interesses de pessoas ou de pequenos grupos. Hoje, a população pouco valor dá aos Partidos Políticos, mesmo em tempo de eleições. Não é o Partido Político que conta, mas a pessoa do candidato. O Partido Político passou a ser um “figurante” apenas, necessário para viabilizar a participação do/a personagem que será sufragado pelo povo, no voto direto.

Apesar de toda essa realidade negativa, referente à presença e à atuação dos Partidos Políticos, eles ainda são necessários e fundamentais para a vida política nacional. Com efeito, como já frisei as grandes decisões políticas na vida nacional passam pelo Congresso Nacional. Lá, só podem chegar os que são filiados a um Partido Político e que se apresenta para ser sufragado ligado a um dos Partidos Políticos, atuante na vida política nacional. Todavia, precisam passar por uma profunda transformação para encontrarem seu novo modo de ser canal de diálogo com a população.

 

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