Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Transformações pós-modernas

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Transformações pós-modernas

Pe. Adilson José Colombi

A Modernidade nos seus inícios, no século 16 e 17, começou a cultivar pensamentos e ações que, pouco a pouco, foram modificando o estilo de vida das pessoas e da sociedade.

Com o revisitar os Clássicos Gregos e Latinos, sua leitura e sua interpretação, à luz das novas realidades socioculturais emergentes, vão dando combustível para um novo modo de pensar e de agir. Novos valores são agregados a vida das pessoas, das culturas e sociedades acentuando mais ainda o desejo e a vontade de transformar a vida sociocultural vigente, ainda eivada do estilo medieval de viver.

O século 18 torna-se o momento histórico em que tudo o que os séculos anteriores tinham gestado e manifestado, em parte, agora aflora e desabrocha no posicionamento filosófico, denominado Iluminismo ou Ilustração ou ainda Enciclopedismo. Esse movimento histórico-cultural trouxe transformações profundas na vida da Sociedade e da Cultura.

Com o surgimento da Ciência e da Técnica não é mais o “quid” (o que), mas o “quomodo” (como) que são postos como questionamentos. Isso equivale dizer que, agora não é mais tão importante e necessário se questionar a respeito dos porquês (fundamentos metafísicos e teológicos), mas se pôr o como conhecer e para que conhecer a realidade. É preciso conhecer a realidade (pela Ciência) para poder dominá-la e colocá-la a serviço do ser humano e da humanidade.

Além da Ciência, o Iluminismo se posiciona ferozmente contra o Absolutismo Político e Religioso, defendendo a liberdade do indivíduo. Daí, nasce o Liberalismo Político e Econômico e o Individualismo. Esse movimento iluminista, baseado na Ciência e na Técnica, no Liberalismo e Individualismo vai ser o germe revolucionário das Revoluções: a Revolução Gloriosa Inglesa, a Revolução da Independência dos Estados Unidos da América e a Revolução Francesa.

A visão iluminista da realidade e da vida vai ser o pano de fundo do século 19 e boa parte do século 20, implantando o estilo de vida e de cultura das Sociedades Modernas. Já, a partir da segunda metade do século 20 se inicia uma reação a toda essa cultura assentada nos alicerces da Modernidade.

Começa-se a questionar muitos posicionamentos tomados em base dos “dogmas modernos” do Racionalismo (a razão reinava soberana), da Ciência e da Técnica, do Individualismo, do Liberalismo. Aquele otimismo utópico iluminista foi se desfazendo com o desenrolar de fatos histórico-culturais que iam se sucedendo ao longo dos anos.

A grande transformação foi a mudança de postura da valorização quase exagerada do futuro e afirmação da importância do presente. Viver, experimentar o presente, o efêmero, o passageiro. O futuro é imprevisível, nos escapa. O que vale e compensa viver é o emocional, as emoções, não o racional.

O tempo é fugaz. Os espaços são encurtados pelas inovações, quase diárias, da informática. Tudo flui rapidamente, velozmente. Então é preciso “curtir” tudo, imediatamente, porque tudo é fugaz. Tudo escorre e nos escapa do controle com rapidez. Então, sobra fruir o presente. O imediato.

Claro, essa é a tendência geral. Não significa que todas as pessoas pensam e vivam assim, só o presente. Para o cristão/ã, viver dessa forma, seria negar toda a perspectiva de sua missão: a construção da Boa Nova do Reino. Esse Reino é construído, em parte no aqui e agora, sua consumação plena e definitiva, no futuro, na Casa do Pai.

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