Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Quem precisa mais do tema da CF2021?

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Quem precisa mais do tema da CF2021?

Pe. Adilson José Colombi

Até aos 12 anos e meio de vida, vivi com os pais e alguns dos meus irmãos. Éramos em 11 irmãos (ãs) (um falecido, como nenê, de poliomielite). Era o que me precedeu imediatamente. Com meus pais e irmãos, aprendi a nada esbanjar. Sempre tentar aproveitar (no bom sentido) o que for possível de cada realidade. Por exemplo, de uma banana com alguma pequena avaria, não jogar no lixo ou em outro lugar. Mas, aproveitar o que for possível. Assim, em qualquer coisa. Não é bem o que sempre encontrei, em lugares que vivi e convivi, com pessoas. Inclusive, com colegas de vida diária, nos diversos lugares por onde passei. Qualquer pequeno “defeito” é descartada a totalidade do objeto.

É interessante que essa mesma atitude, diante da realidade material, é aplicada também, com frequência, às realidades não-materiais. Como exemplificação, poderíamos enumerar: livros, documentos, entrevistas, filmes, cursos, obras de arte… Até pessoas, se por acaso cometem algo não recomendável, esquece-se o todo de sua vida e foca-se só “naquele fato”, tudo o mais nada mais vale. São descartadas e rotuladas para sempre.

Parece-me que igual ou bastante semelhante está acontecendo com a Temática da Campanha Ecumênica de 2021 (FC2021). Já vou dizer, logo de início, que têm algumas posições e considerações que, pessoalmente, não comungo nem aprovo. No seu conjunto, aproveitando (como aprendi desde criança) o que é aproveitável para realçar e valorizar o essencial da temática do Evangelho, não vejo problema algum. Ninguém pode negar que valores como fraternidade, diálogo, compromisso, amor, respeito ao outro (a), justiça, perdão, promoção do bem comum, da pessoa humana, denunciar as injustiças, superar os preconceitos, as discriminações, etc., etc.. Todos esses valores, lendo com critérios de quem está tentando vivê-los, com maturidade e responsabilidade, vai encontrá-los.

Penso que esses “críticos” de plantão, podem ser até bispos, presbíteros, diáconos, leigos e leigas de todas de todas as procedências de linhas de espiritualidades e também de outras experiências e vivências de fé, como também os sem fé alguma são os que mais precisam de uma reflexão séria, madura, serena deste documento, pois, segundo minha modesta visão está lhe faltando, justamente, fraternidade, amor, saber escutar para aprender a dialogar, a respeitar (mesmo não concordando) as opiniões e posições dos outros (as), superar preconceitos, discriminações… Repito, esses valores são básicos, fundamentais para a evangelização e a vivência da Proposta da Boa Nova do Reino, trazida por Jesus de Nazaré da parte do Pai. Sem eles, o Evangelho se esvai.

Pode-se e, às vezes, é necessária uma crítica respeitosa, serena, sincera, com argumentos robustos, fundamentada, coerente e com logicidade…. Mas, uma crítica viperina, ácida, rançosa, destrutiva, mal-educada, desrespeitosa, violenta, sectária… que ressente a ódio, a preconceitos, a agressões injustas não soma nada. Só diminui, só cria confusão, desunião, no limite separação, divisão. Nada disso é evangélico. Não está fecundada com o Espírito de Fraternidade e de Unidade que Jesus tanto pediu ao Pai, por nós, na sua oração sacerdotal na Última Ceia, justamente na Ceia Eucarística.

Com toda certeza, não é o Caminho que Jesus indicou com sua Palavra, suas Ações e Gestos que somos chamados e enviados a viver e a testemunhar.

Colabore com o município
Envie sua sugestão de pauta, informação ou denúncia para Redação colabore-municipio
Artigo anterior
Próximo artigo