Padre brusquense que escreveu livro sobre madre Teresa de Calcutá avalia canonização

João Carlos Almeida, conhecido padre Joãozinho, saiu do município aos 11 anos de idade

Padre brusquense que escreveu livro sobre madre Teresa de Calcutá avalia canonização

João Carlos Almeida, conhecido padre Joãozinho, saiu do município aos 11 anos de idade

Diante de 100 mil fiéis, o papa Francisco canonizou madre Teresa de Calcutá no último domingo, 4. A cerimônia, que ocorreu na praça de São Pedro, no Vaticano, alçou a religiosa ao posto de santa 19 anos depois de sua morte.

Durante o ritual, o papa elogiou o trabalho de madre Teresa em defesa da vida. Ele também disse que a missão da santa nas “periferias das cidades e nas periferias existenciais” continua até hoje como “testemunho da proximidade de Deus aos mais pobres”.

Também em meio à cerimônia, o casal de brasileiros Fernanda e Marcilio Haddad Andrino entregou relíquias de madre Teresa ao papa. O motivo do ato está diretamente ligado à decisão da Igreja Católica em canonizar a religiosa.

Madre Teresa de Calcutá foi canonizada 19 anos depois de sua morte, aos 87 anos
Madre Teresa de Calcutá foi canonizada 19 anos depois de sua morte, aos 87 anos

A partir de uma “cura extraordinária” de Marcilio, aprovada pela igreja por unanimidade, madre Teresa pôde ser transformada em santa. Esse milagre está descrito no livro “O Milagre de Teresa” escrito pelo padre brusquense João Carlos Almeida, conhecido como padre Joãozinho.
Segundo o sacerdote, Marcilio estava com oito abscessos no cérebro e foi curado sem explicação médica. O que se sabe é que a esposa dele rezava pedindo a interseção de madre Teresa de Calcutá.

“A medicina não explica como ele foi curado sem a drenagem que seria necessária. Ele foi levado para a mesa de cirurgia no dia 9 de setembro de 2008 e quando o médico foi buscar o cateter que faltou, o paciente acordou diante dele, então o médico suspendeu a cirurgia. Marcilio estava em coma e o prognóstico era o pior possível”, conta padre Joãozinho.

O brusquense explica que ficou a par do milagre em 15 de março deste ano, dia em que o papa Francisco reconheceu a autenticidade da história e marcou a data da canonização. Segundo padre Joãozinho, ele escreveu sobre o caso a pedido da editora Planeta.

“No dia 2 de abril desse ano eu fui para a cidade de Santos (SP) para entrevistar os envolvidos no milagre. Fiquei um final de semana lá e depois comecei a escrever compulsivamente. Na primeira sexta-feira de maio já levei o livro para autorizarem e depois dei a forma literária. Acabei no dia 10 de maio, data do meu aniversário”, diz.

Para o brusquense, a importância da canonização de madre Teresa está relacionada tanto ao ano da misericórdia quanto ao milagre brasileiro.

“A canonização aconteceu no ponto alto do ano da misericórdia, que começou no ano passado e que vai acabar no fim desse ano. E a madre Teresa viveu a misericórdia de maneira exemplar. O segundo fator importante é que o milagre que confirmou ela como santa é brasileiro. Aconteceu no Brasil”, argumenta.

Ainda de acordo com o brusquense, a santa é um modelo de vida que nem precisaria de canonização e que a igreja apenas decreta para “dar mais segurança”.

“Quem reconhece é o povo, tanto que o primeiro passo para a canonização, antes de decretar as virtudes heroicas, é identificar se no lugar onde o santo viveu ele é reconhecido pelos moradores como santo e se os moradores já rezam e tem veneração pela pessoa dele”, diz.

Relação com Brusque

Padre Joãozinho saiu de Brusque aos 11 anos de idade, quando entrou para o seminário de Rio Negrinho. Antes da saída, estudou nas escolas Dom João Becker e Feliciano Pires e morou no bairro Souza Cruz.

Ele retornou ao município em 1984 para cursar filosofia na antiga Febe. Três anos depois, já formado, foi lecionar em um seminário do Paraná e, após isso, em 1992, foi ordenado padre e mudou-se para São Paulo.

Atualmente, o brusquense de 52 anos reside em Taubaté-SP e é professor na Faculdade Dehoniana. Ele conta que costuma vir para Brusque anualmente para visitar a mãe, as duas irmãs e o restante da família.

“Eu lembro que antes de entrar no seminário eu já tocava violão na igreja matriz. Eu comecei a tocar aos 9 e comecei a cantar na igreja aos 10, e também era coroinha. Foi daí que nasceu a minha vocação”, diz.

Além de o “O Milagre de Teresa”, padre Joãozinho tem outros 40 livros publicados. Somam-se a eles mais de 30 CDs lançados.


Padre Joãozinho no Fantástico

No dia da canonização de Madre Teresa de Calcutá, no último domingo, foi veiculada matéria no programa Fantástico, na rede Globo, sobre a cerimônia e sobre a história da santa. Uma das entrevistas da reportagem foi com o padre Joãozinho. Em uma de suas falas, o brusquense contou sobre quando a religiosa ouviu alguém falando “tenho sede” durante uma viagem de trem. A santa entendeu a frase como se fosse a voz de jesus falando a respeito dos pobres.

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