Padre brusquense vai estudar os arquivos secretos do Vaticano

Marcial Maçaneiro completou 25 anos de sacerdócio e tem vasta experiência acadêmica

Padre brusquense vai estudar os arquivos secretos do Vaticano

Marcial Maçaneiro completou 25 anos de sacerdócio e tem vasta experiência acadêmica

O padre brusquense Marcial Maçaneiro completou 25 anos de sacerdócio nesta terça-feira, 16, quando também comemorou 53 anos de vida. Ele tem vasta experiência acadêmica, tanto no Brasil quanto no exterior.

No ano que vem, Maçaneiro vai estudar os arquivos secretos do Vaticano. A pesquisa é fruto do pós-doutorado do sacerdote pela Universidade Católica Portuguesa. O convite para o estudo veio da própria universidade e também do bispo José Tolentino, arquivista do Vaticano.

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“Vou desenvolver pesquisas sobre liberdade e antissemitismo nos documentos oficiais da igreja de 1965 até o presente”, diz Maçaneiro.

Filho de Osvaldo e Edite Maçaneiro, Marcial cresceu no bairro Zantão. Desde pequeno teve um contato muito grande com a igreja, devido ao envolvimento de seus pais. Por isso, sua infância foi marcada pela presença de padres, principalmente da congregação do Sagrado Coração de Jesus, da qual também pertence.

A educação que recebeu foi o que o incentivou a buscar uma caminhada na igreja. Ainda quando criança, recebia livros e documentos de padres que viajavam à Europa. Assim, podia estudar a aprender mais sobre a igreja.

Sempre animado a conhecer sobre o assunto, Marcial começou a estudar sobre a missão dehoniana. Na juventude adquiriu uma percepção clara da visão do padre Leão Dehon, fundador da congregação, e ficou interessado em seguir os passos do sacerdote.

Entrou no seminário ainda adolescente, mas acabou saindo por não ter certeza de que era aquilo que queria. Aos 19 anos Marcial decidiu que entraria para a congregação, mas não com o objetivo de ser sacerdote, apenas seguiria a missão dehoniana como um projeto de vida.

Em 1993 Marcial foi morar em Belo Horizonte (MG), onde foi diretor do Instituto de Pastoral Junivel/Leste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ele permaneceu no local até 1996.

Ainda em 93 realizou atividades missionárias por todo o Brasil. Durante um retiro que estava pregando na cidade de Santo Ângelo (RS), decidiu que seria padre. Marcial considera que foi uma experiência peculiar, mas ao mesmo tempo muito simples. Ele sentiu que deveria fazer mais e ser mais generoso. “Ficou claro que Deus queria que eu aceitasse o ministério”, conta.

No mesmo dia ele já ligou para o padre e disse que gostaria de se tornar sacerdote. Como já tinha toda a formação dehoniana, o primeiro passo foi marcar a ordenação diaconal, que aconteceu em agosto de 1993.

A ordenação
Como Marcial continuava com sua rotina de trabalho, diz que foi difícil achar uma data para ser ordenado. Ele não queria que fosse nas férias, mas foi a única alternativa que encontrou. Por isso a ordenação aconteceu no dia de seu aniversário, em 16 de julho de 1994, quando estava visitando seus pais em Brusque.

Depois, voltou às suas atividades normais, mas como padre. A vocação de Marcial como teólogo se confirmou cada vez mais, assim como a de padre atendendo ao ministério. Segundo ele, o sacerdócio “ajudou a manter uma perspectiva de missão”.

Em 1996 ele fez mestrado em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia e em 1998 iniciou o doutorado em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma.

Nesta época ele trabalhou bastante em Roma e foi inclusive assistente de mídia no Grande Jubileu do Ano 2000.

Em 2001 retornou para o Brasil e nos anos seguintes se consolidou como teólogo, cumprindo várias funções importantes dentro da Igreja Católica.

Marcial fez parte da equipe de diretoria da Faculdade Dehoniana, durante processo de transformação do antigo Instituto Teológico Sagrado Coração de Jesus em faculdade.

O sacerdote também colaborou em alguns tópicos do extenso Documento de Aparecida, escreveu alguns verbetes do Dicionário do Concílio Vaticano II e foi um dos organizadores da visita do papa Bento XVI ao Brasil em 2007.

Devido às funções que exerce, Maçaneiro visita de três a cinco países por ano e fala francês, italiano, inglês e espanhol, para  conversar com as pessoas e conhecer a cultura dos diferentes lugares pelos quais passa.

Atualmente

De 2015 até agora o padre Marcial é professor de mestrado e doutorado de Teologia na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), em Curitiba. Ele mora na residência universitária dos Irmãos Maristas.

Em 2010 o Vaticano o designa a ser teólogo do Pontifício Conselho para Unidade dos Cristãos e ele começa a exercer o diálogo ecumênico do Vaticano em nível mundial.

E a partir disso começa a ser delegado do Vaticano em duas organizações mundiais de igrejas: a Global Christian Forum, Fórum Global Cristão em tradução literal, e na World Pentecostal Conference, Conferência Pentecostal Mundial em português. Marcial atua até hoje nestas delegações e quando é chamado.

Atualmente ele é consultor teológico do Instituto Ciência e Fé, que organiza o Átrio dos Gentios, um evento de diálogo entre crentes e não crentes promovido pelo Pontifício Conselho para a Cultura, do Vaticano. Acontece apenas um evento por país e Marcial é o consultor para o Brasil. O sacerdote também é editor da revista online de teolofia Pistis & Praxis.

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No ano que vem Maçaneiro vai iniciar um projeto de docência no exterior, um intercâmbio entre a Universidade Laval em Quebec e a Universidade Católica Portuguesa em Lisboa. Ele vai lecionar nestas universidades e um professor de lá vem para a PUC-PR.

Neste período ele vai morar em Roma, onde vai realizar o pós-doutorando e também vai viajar para dar aulas.

As atividades realizadas pelo padre não têm o objetivo de engrandecer o currículo e não são objetivos pessoais. “Cada passo tem sido realizado a partir e em sintonia com a congregação”, ressalta.

As formações e oportunidades são missões com o objetivo de contribuir para o serviço da Igreja, ele não decide nada sozinho.

Marcial diz que após esses 25 anos como sacerdote e os 33 anos de congregação o sentimento é de gratidão pelas experiências que teve. Apesar de ter tantas responsabilidades, diz que vive em paz e feliz. “Tudo o que vivi não é resultado de um currículo, é graça de Deus”, afirma o sacerdote.

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