Padre Joãozinho, de Brusque, traduz e divulga livro do papa Francisco

Sacerdote ficou responsável pela versão em português brasileiro de "Deus é Jovem"

Padre Joãozinho, de Brusque, traduz e divulga livro do papa Francisco

Sacerdote ficou responsável pela versão em português brasileiro de "Deus é Jovem"

João Carlos Almeida, o padre Joãozinho, teve a oportunidade de traduzir uma obra do mais alto líder da Igreja Católica Apostólica Romana: o papa Francisco. Escritor e cantor, o brusquense está percorrendo o país na divulgação do livro “Deus é Jovem”, de autoria do pontífice.

Padre Joãozinho é contumaz tradutor de obras católicas: já traduziu um livro do mesmo papa e outro de Bento XVI. Mas cada uma representa um desafio diferente. É uma responsabilidade colocar no papel, no idioma local, as palavras do papa.

O segundo livro do papa teve lançamento mundial em março. A tradução aconteceu na primeira quinzena de janeiro deste ano.

Joãozinho foi o responsável por traduzir para o português brasileiro. A obra também recebeu versões em outros seis idiomas, para que pudesse levar a mensagem do papa aos quatro cantos do planeta.

O curto espaço de tempo para tradução representou um desafio extra. Ele gostaria de ter mais tempo para refinar a sua tradução, mas foi necessário terminar tudo no período exigido devido ao lançamento simultâneo mundial.

O sacerdote traduziu diretamente do original em italiano para a língua local. O principal desafio não foi só traduzir, mas fazer uma versão do que estava escrito no livro.

Traduzir é o simples ato de transcrever noutra língua um texto. Uma versão exige mais conhecimento. Demanda que o tradutor conheça o estilo do autor e inclua na escrita trejeitos e marcas de expressão que o identifiquem perante o leitor.

Padre Joãozinho conta que nos seus trabalhos, e no caso de “Deus é Jovem” não foi diferente, sempre busca passar a melodia e sonoridade de cada pessoa para a textualidade.

“Quando faço tradução, preocupo-me em colocar a música daquela pessoa que escreveu. Há um primeiro trabalho de tradução literal, e um segundo de versão musical daquela fala”, explica o padre.

Música, sonoridade e melodia significam, neste contexto, passar para o texto o sotaque e as marcas do autor e de seu povo. Uma mesma frase pode ser dita de várias maneiras, mas uma delas é mais comum em tal localidade, país ou região.

Uma versão brasileira de um livro estrangeiro busca retratar também essa bagagem carregada pelo autor. No caso do papa Francisco, padre Joãozinho usou do seu conhecimento de italiano (língua do livro original) e também levou em conta o fato de o pontífice ser argentino e ter uma maneira particular de falar.

Encontro com o papa
Padre Joãozinho esteve em Roma, na Itália, em maio deste ano. Lá, teve a oportunidade única de conversar com o papa sobre o livro.

Padre Joãozinho esteve com o papa em maio | Foto: Acervo pessoal

O padre brusquense participou de uma reunião na Casa de Santa Marta, no Vaticano. Depois, esteve frente a frente com o papa e aproveitou para levar o livro.

O brusquense teve uma grande surpresa na conversa breve. Ele contou ao papa que fora responsável pela versão brasileira da obra.

Logo no começo, o papa contou que havia lido as versões em português do Brasil e de Portugal. “Ele disse: ‘são bem diferentes as traduções’. Eu pensei: ‘o que será que ele vai dizer, porque eu traduzi direto do italiano’. Aí ele disse: ‘você fez um bom trabalho’. Fiquei muito satisfeito. Imagina o papa ter lido um trabalho meu sobre a obra dele”, conta.

O tradutor aproveitou para contar ao papa como tem sido a recepção ao livro. Ainda que não seja o autor, padre Joãozinho está divulgando a obra Brasil afora.

“Falei: ‘Santo Padre, lá no Brasil algumas pessoas me disseram que lendo a tradução é como se estivessem ouvindo o papa falar’. Aí ele deu muita risada”, comenta.

Obra para todos
O título pode levar o leitor a pensar que “Deus é Jovem” é voltado somente para os jovens. Contudo, ele é voltado para católicos de todas as idades.

A obra é um livro-entrevista, no qual um italiano de 33 anos questiona o papa sobre vários temas atuais. Por isso, ele aborda assuntos do momento que são intrínsecos à vida de pessoas de várias idades.

“O livro é voltado para toda pessoa que quer entender o fenômeno da geração de hoje, que o papa chama de geração líquida, quem tem até 30 anos. Então pais, professores e pessoas que têm o desafio de educar precisam compreender o que acontece nos porões da juventude”, explica o padre Joãozinho.

O tradutor já fez mais de 40 palestras sobre o livro no país. Na quinta-feira, 14, ele fez um evento no Auditório Paroquial São Luís Gonzaga. Há agendamentos para até outubro, tamanho o sucesso da obra.

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