Depois de ter contribuído decisivamente no estudo e combate à malária na região, padre Raulino Reitz ganhou ainda mais projeção. Com isso, passou a ser requisitado para fazer bromeliários e serviços de ajardinamento.

Bromeliário do parque da caixa d’água, idealizado por Raulino Reitz, na década de 1960 | Foto: Acervo Aloisius Carlos Lauth

Desde o início da década de 1950, o padre realizava o levantamento e catalogação das plantas em solo catarinense, mas ele tinha interesse especial pelas bromélias. É por isso que o religioso-botânico foi convidado a elaborar um bromeliário no Parque Leopoldo Moritz.

Em 1960, por ocasião do centenário de Brusque, o reservatório da caixa d’água é inaugurado, sem estar acabado, pelo prefeito Carlos Moritz e pelo governador Heriberto Hülse.

As obras só são terminadas em 1968, quando os dois reservatórios entram efetivamente em operação. A partir daí, narra Aloisius Carlos Lauth, a população passou a frequentar o local devido ao “mini zoológico” com aves e animais.

Cyro Gevaerd havia projetado do “mini zoo” e então chama padre Reitz para fazer um grande bromeliário. A ideia era que fosse mais uma atração turística.

Reitz aceita o trabalho, esboçou o projeto e selecionou as espécies de bromélias que melhor se adaptariam ao ambiente.

As pedras foram trazidas das minas de Botuverá, nos caminhões da Cimenvale. O padre Afonso Reitz iniciou a implantação, e os funcionários da prefeitura terminaram.

Para elaborar o projeto, padre Raulino Reitz usou a sua experiência de dois bromeliários que ele tinha no Seminário de Azambuja. Hoje, um deles ainda existe, embora não esteja mais tão bem mantido como no passado.

O bromeliário do parque da caixa d’água foi removido no fim de 1968 para a colocação do avião T-6, usado por pilotos norte-americanos em treinamento. Hoje, resquícios da obra de Reitz ainda são vistos no entorno da lagoa.

Em 1971, padre Reitz foi convidado para presidir a Sociedade Amigos de Brusque, mantenedora da Casa de Brusque. Contudo, ele recusa porque vai para o Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RJ).

Mesmo a distância, padre Reitz desenhou o projeto do jardim. Ele incluiu o plantio de ipês amarelos e rosas vermelhas, ao lado do Monumento da Joana.

O ajardinamento da Casa de Brusque foi descaracterizado ao longo do tempo devido à instalação de uma casa em estilo enxaimel.  E no fim do século 20, por iniciativa de Paulo Kons, foi instalado ainda o túmulo com os restos mortais do ex-presidente da Província de Santa Catarina Francisco de Araújo Brusque.

Atualmente, existem espécies de bromélias do tempo da malária, estudadas pelo padre Reitz, na gruta do Seminário de Azambuja e na Chácara Edith, no centro de Brusque.