O Museu Arquidiocesano Dom Joaquim, no complexo do Azambuja, é uma marca concreta do legado do padre Raulino Reitz. O local só existe devido ao esforço do padre e cientista, que integrou a comissão responsável por elaborar a comemoração do centenário de Brusque.

A concepção de um museu em Azambuja nasceu em 1933, quando os herdeiros da família de Joca Brandão doaram algumas coleções e objetos históricos. Era apenas um projeto inicial. Dez anos depois, o embrião deu frutos e surgiu o Museu Episcopal.

Em 1956, Brusque organizava a celebração do centenário, que seria completado quatro anos depois. Nesta época, a Sociedade Amigos de Brusque (SAB), dirigida por Ayres Gevaerd, criou a Comissão Executiva do Álbum do Centenário.

O escritor Aloisius Carlos Lauth explica que, por influência de Guilherme Renaux, padre Raulino Reitz foi convidado a dirigir a comissão de exposição. O grupo queria, além de publicar o álbum, promover uma exibição de objetos antigos dos imigrantes .

Padre Reitz e outros membros foram indicados para uma subcomissão especialmente destinada à exposição. Eles passaram a percorrer as paróquias do estado em busca de objetos históricos.

Os membros da subcomissão portavam uma carta do arcebispo de Florianópolis Dom Joaquim Domingues de Oliveira para que os padres doassem artigos, especialmente, as artes sacras, para o futuro museu.

O grupo conseguiu reunir vários oratórios, altares e imagens de santos, entre outros objetos, foram enviados à comissão. O relógio da antiga Igreja Matriz da cidade, demolida em 1954, está no museu até hoje, por exemplo. É por isso que, hoje, o Dom Joaquim tem obras de Nova Trento e diversas comunidades.

Descerramento da fita na inauguração do museu, com a presença de Dom Joaquim e do governador Heriberto Hülse | Foto: Acervo Aloisius Carlos Lauth

Padre Reitz atentou-se para o fato de que o antigo prédio do Seminário de Azambuja, onde ele trabalhava há alguns anos, seria desocupado em 1958. Um novo edifício estava em construção para os seminaristas.

Lauth explica que a ideia de Reitz era “encher os olhos” de Dom Joaquim para conseguir a liberação do prédio. Para isso, a ideia da subcomissão foi nomear o museu em homenagem ao arcebispo, e daí seu nome atual.

Em 3 de agosto de 1960, o museu é inaugurado, com transmissão ao vivo da Rádio Araguaia, após uma trovoada. Dom Joaquim esteve presente na cerimônia, além do governador de Santa Catarina, Heriberto Hülse, outros membros do clero, políticos e empresários locais.