Paraguaio é espancado até a morte por furtar bicicleta em Guabiruba

Fernando Riceli Belotto, 25 anos, confessou o crime após ser preso durante uma operação policial

Paraguaio é espancado até a morte por furtar bicicleta em Guabiruba

Fernando Riceli Belotto, 25 anos, confessou o crime após ser preso durante uma operação policial

Uma operação da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Brusque resultou na prisão de Fernando Riceli Belotto, 25 anos, acusado do assassinato do paraguaio Darlei Laureth Alves, 21 anos, em 12 de maio.

A prisão ocorreu na manhã desta quarta-feira, 2, em sua residência, em Guabiruba, onde também foi encontrado 3,5 kg de maconha, uma balança de precisão e uma espingarda calibre 32.

Após ser conduzido à Delegacia de Polícia Civil, Belotto confessou o homicídio e contou detalhes do crime para o delegado Alex Bonfim Reis. A motivação do assassinato teria sido por conta do furto da bicicleta de um conhecido de Belotto.

Na data do homicídio, o dono da bicicleta foi até Belotto para que fossem procurá-la. Com informações de que o crime havia sido cometido por Alves, foram até a casa dele. Lá, colocaram ele no carro para que os levassem até onde estava a bicicleta.

Alves então indicou para quem havia vendido o veículo. No local, a pessoa que estava em posse da bicicleta disse que só devolveria com o pagamento de R$ 100, mesmo valor que havia pago por ela. “O dono da bicicleta então fez o pagamento para tê-la de volta, pois utilizava para trabalhar e foi embora do local, deixando Darlei [Alves] com Fernando [Belotto]”, conta o delegado.

Alves então voltou para o carro de Belotto e os dois saíram do local. Pelo caminho, Fernando foi agredindo a vítima e seguiu pela estrada no limite entre os municípios de Guabiruba e Gaspar.

Em determinado local, Belotto parou o veículo e continuou a espancar Alves, que desmaiou. Ele então arrastou o corpo para tirar das margens da rua para que ninguém visse e o colocou dentro de sacos de ração de peixe que tinha no carro.

O corpo de Alves só foi encontrado na manhã do dia 18 de maio. Por conta do estado de decomposição, o laudo cadavérico não conseguiu identificar a causa da morte. “Ele pode ter morrido durante as agressões, no momento em que desmaiou, ou asfixiado dentro dos sacos de ração”, analisa Reis.

Prova crucial
Durante as investigações, a Polícia Civil conseguiu identificar alguns suspeitos. Algumas denúncias anônimas reforçavam os indícios iniciais. Com isso, o delegado pediu o mandado de busca e apreensão domiciliar contra os principais suspeitos do crime e, com o apoio de policiais civis de Brusque, Guabiruba e São João Batista e Polícia Militar de Brusque e Guabiruba, realizaram a operação.

Na casa de Belotto, os policiais encontraram uma prova que foi crucial para a elucidação do crime: sacos de ração idênticos aos que estavam envoltos em Alves. “Com isso já não restavam dúvidas que ele havia envolvimento no crime. Durante as oitivas ele então confessou o assassinato”, relata o delegado. Belotto afirmou ao delegado que cometeu o crime sozinho.

Tráfico de drogas
Belotto não possuía nenhuma passagem pela polícia, no entanto, já era do conhecimento dos policiais o envolvimento dele com o tráfico de drogas. Inclusive, a lavação que possui em Guabiruba é conhecida como ponto de drogas e ele sempre foi apontado como um dos traficantes de médio porte do município.

O acusado foi autuado pelos crimes de tráfico de drogas, por conta da quantidade de maconha encontrada em sua residência, porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e por homicídio.

“Vida é vida”
Alves era usuário de drogas e conhecido em Guabiruba por cometer pequenos furtos para manter o vício. Por isso, algumas testemunhas deixaram de contribuir com as investigações.

O delegado revela que em alguns momentos teve a falta de apoio das testemunhas por pensarem que “como era um dependente químico, a vida dele tem menos valor do que qualquer outra”. “É extremamente frustrante quando tem desinteresse completo por parte de algumas pessoas, inclusive muito próximas a ele que poderiam ter auxiliado, sabiam dos fatos e não colaboraram”, desabafa o delegado.

Ele avalia que é um erro grave da sociedade apontar os defeitos e deixar de ajudar quando pode. “Vida é vida e não se pode julgar por esses motivos”, frisa.

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